Capítulo 32 - Confrontada

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Por mais que eu diga para mim mesma esquecer toda aquela história com Hinata, de que ela não valia a pena, eu não conseguia. Era difícil de engolir que uma amiga que confiava na verdade queria me ver pelas costas, que armava para mim se dar mal e que me faz ameaças.

Era triste ver uma amizade de anos jogada no lixo. E por mais que eu tente disfarçar, eu me sentia culpada por ter gostado do Naruto, mesmo achando que Hinata poderia ter sido honesta comigo.

E o pior de tudo, era que eu não sabia como iria dizer a Ino que Hinata e eu não éramos mais amigas. Que o nosso trio sólido havia se rompido, e que ela era a única ponte que ligava uma a outra e que possivelmente teria que fazer a sua escolha entre mim ou Hinata. Por que uma coisa eu sabia, era que nós duas não iriamos mais dividir o mesmo ambiente.

E finalmente o outro dia chegou. A depressão veio com tudo e a angustia ficava ainda maior quando aproximava do colégio. Eu teria que enfrentar Hinata, teria que enfrentar Ino e eu estava com medo.

Medo da nova fase na amizade que estava entrado, uma fase desconhecida aonde só existiria apenas eu e Ino ou eu sem a Ino.

Sozinha.

Fechei os olhos e balancei a cabeça para os lados, hesitando os passos quando adentrava os domínios da Academia Ashford.

- Ei.

Abri os olhos e fitei Sasuke que estava uns três passos a minha frente, sua cabeça virada para trás, me fiando.

- Oi.

Voltei aos meus passos normais, quase igualando os seus, mas ele continuava a minha frente, assim como o seu olhar que saiu de mim.

- Você está tensa.

Suspirei profundamente e fitei meus pés que caminhavam.

- Impressão sua – murmurei e quando dei por mim havia dado um encontrão em suas costas. Sasuke havia parado. – Ai!

Dei uns dois passos para trás e um para o lado, a mão no nariz e agora olhando para ele.

E... Deus, aquela camisa por cima da calça dele estava mais amarrotada do que nunca, pois ele havia arrancado do varal e vestido antes de vir para a escola. Os tênis estavam pela misericórdia, e a mochila só não estava na mesma condição do tênis, pois eu a lavei no final de semana passado. Mas mesmo com aquele estilo desleixado, não podia deixar de achá-lo um charme. Acho que o amor faz a gente esquecer todos os defeitos da pessoa amada, falo isso por que eu gostava até do cheio do suor dele, e olha que eu tinha nojo de suor.

Mas fazer o quê, era a vida de uma garota apaixonada.

E um peteleco na minha testa me tirou do pequeno devaneio que me encontrava.

- Ai! – E dei um tapa em seu braço, levando a mão agora na minha testa que ardia. – Por que fez isso, seu idiota? Qual o seu problema?

- Para você se ligar – respondeu, sua mão massageando o seu braço no local do tapa, uma leve careta no rosto. – Estava com cara de boba enquanto me encarava.

Bufei e revirei os olhos, e ele continuou:

- Eu sei que sou gostoso, mas não precisa dar na pinta. – E aquele sorrisinho nojento que eu detestava apareceu enquanto aproximava seu rosto para mais perto, e sua voz soou baixinha, só para eu escutar depois que olhou para os lados: - As pessoas vão perceber que você é louca por mim, então disfarce.

Franzi o meu cenho com sua ousadia e o empurrei com as minhas duas mãos, fazendo-o dar alguns passos para trás.

- Você é um idiota.

Garoto ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora