Capítulo 3 - O Almoço

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Quando entrei no Império Milano, o restaurante italiano chique que ficava no centro da cidade, não pude conter a onda impressionante com aquele lugar. Imaginei o quanto papai deveria gostar daquela mulher, pois se a comida fazer jus com a arquitetura daquele lugar, o bolso dele iria doer.

- A senhorita precisa de ajuda?

Ergui meus olhos e fitei o homem de meia idade que logo deduzi ser o maître.

- Ahn, o meu pai fez uma reserva aqui – disse, passando os olhos em volta do local e não demorou para que visse papai. Ele me viu e acenou com a mão para mim. – Ah... – e sorri para o maître – acabei de vê-lo.

- Ok, seja bem-vinda ao Império Milano – ele disse simpático, acenando com a mão ao interior do restaurante.

Apenas assenti com a cabeça e segui para o interior, em direção a mesa aonde papai estava sentado de frente para a mulher... a sua namorada. Ela estava de costas para mim, e seus cabelos negros eram longos e desciam como cascatas por suas costas, me dando a impressão de que aquele perfil de costas me parecia pouco familiar.

Eu me sentia pouco nervosa e a cada passo que dava para mais perto, mais o meu coração acelerava e alguma coisa dentro de mim gritava, dizendo que algo estava para acontecer.

- Filha – disse papai, ficando de pé, o seu sorriso era pouco nervoso.

- Pai.

Parei ao lado da mesa e não demorou para que meus olhos fitassem a mulher misteriosa e a surpresa foi nítida em meu rosto quando reconheci a mulher ali sentada, bem arrumada e maquiada.

Não pode ser.

Papai e a minha...

- Professora Mikoto? – Minha voz era mais baixa que um sussurro, a mente tentando achar uma lógica para que meu pai e a minha professora de ballet ter acabado juntos.

Aquilo parecia tão... bizarro.

- Olá, Sakura – ela me cumprimentou, abrindo um sorriso afetado, e parecia tão nervosa quanto papai, pois eu a conhecia o suficiente para saber que aquele sorriso esquisito que estava em seu rosto não era nenhum pouco natural.

Desviei os olhos dela para meu pai, que já puxava a cadeira para eu poder sentar. Tirei a mochila das minhas costas e a deixei ao lado da cadeira que acabei de sentar, e nenhuma vez desviei meus olhos de meu pai, eu merecia uma explicação para aquilo tudo. Nunca em toda a minha vida poderia imaginar que meu pai engatasse um romance com minha professora de ballet.

Meu Deus, o que poderia ser mais impressionante do que isso?

- Filha – ele começou, voltando a assentar em seu canto e sorrindo estupidamente nervoso -, acho que você conhece a Mikoto... ela é a minha noiva.

Noiva.

- Eu percebi – murmurei, atônita, voltando minha atenção a minha professora.

Ela sorriu comprimindo os lábios, desviando os olhos para suas mãos que estavam sobre a mesa.

- Parece que você não gostou de eu ser a pretendente de seu pai, me desculpe.

- Não é isso – e minha voz saiu um pouquinho mais alta do que pretendia, trazendo seus olhos ansiosos para mim. – É que... é que eu só estou surpresa por ser você – eu havia sido sincera, e conforme os segundos passavam e o choque inicial passava, a ideia de que Mikoto ser minha madrasta não era tão ruim, pois eu a adorava. – Nunca imaginei que vocês dois... – e pisquei algumas vezes – só preciso de um pouco de tempo para processar tudo isso.

Garoto ErradoOnde histórias criam vida. Descubra agora