Capítulo 12

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Kim Taehyung ver

Estávamos chegando na cidade, quando me senti enjoado novamente e vomitei tudo o que não tinha no meu estômago em uma sacolinha, que minha sogra me deu, eu me sentia péssimo toda vez que vomitava. Mas não podia fazer nada a respeito a não ser aceitar.
 
– Calma, meu amor, respira devagar. – Disse enquanto afagava minhas costas.
 
– Eu odeio o mar, Jungkook. – Digo respirando fundo.
 
– Eu sei, mas respira, já estamos chegando. – Beijou minha têmpora esquerda e deixou um carinho gostoso em meus fios lisos.
 
Concordei e me encostei em seu ombro, seu cheirinho doce de baunilha com chocolate, sempre me acalma. Assim que a lancha estacionou na ponte de desembarque eu praticamente pulei dela, querendo terra firme o mais rápido possível. Jungkook, veio logo atrás, carregando uma mochila com algumas coisas básicas.
 
– Tudo bem, querido? – Assenti – Já falamos com o doutor da família, ele irá te examinar, vamos? – Minha sogra estava muito animada para meu gosto, mas talvez eu só esteja com medo.
 
– Sim, vamos.
 
Entrelacei meus dedos com os do Jungkook, e seguimos até a camioneta da família, seguimos assim, em silêncio. Jungkook, sempre fazendo carinho em mim e sussurrando coisas fofinhas, não conseguia conter o sorriso, pela fofura desse homem. Não demorou muito e logo estacionamos em frente a uma clínica, achei bem bonita para a pequena cidade. 
 
– Vamos ao mercado comprar algumas coisas que acabaram lá em casa, querem alguma coisa?
 
– Chocolate – digo ao imaginar o doce derretendo na minha boca, até salivei.
 
– Certo, chocolate, Kookie, quer algo?
 
– Ahn, eu estou bem, mãe. Não preciso de nada.
 
– Está bom. Até daqui a pouco então. 
 
Nos despedimos da mãe e do pai de Jungkook e saímos da camioneta, não demorando para entrar na clínica toda branca com mínimos detalhes verdes. Jungkook, se identificou com a atendente, uma beta baixinha, que não demorou para ligar para o doutor que nos atenderia, aguardamos alguns minutos e logo fomos chamados por uma enfermeira.
 
– Jeon Jungkook! – Diz o médico, um senhor de 50 anos, alto e cabelos levemente grisalhos. Um alfa. – Fiquei surpreso quando sua mãe ligou, fiquei mais surpreso ainda quando soube que estava aqui, mas quase enfartei quando soube o motivo da ligação. – Ele dizia sem tirar o sorriso do rosto, como um pai orgulhoso.
 
– Senhor Park, como vai? – Trocaram um abraço rápido.
 
– Bem pequeno Jeon, e você? Hum? Vai casar é? 
 
– Vou sim. – Sorriu orgulho erguendo nossas mãos entrelaçadas. 
 
– Olá, querido, qual seu nome?
 
– Kim Taehyung. – Estiquei a mão em cumprimento.
 
– É um prazer, sou Park HyungSik, o doutor da família desde sempre – Ele sorriu. 
 
– Prazer em conhecê-lo – Apertei sua mão em um cumprimento.
 
– Bom, então vamos ver o que temos aqui. – Ele estendeu uma 'camisola grande em minha direção. – Se troque querido, tem um quartinho bem ali. 
 
Assenti pegando a roupa e segui para a porta indicada, Jungkook e o doutor ficaram conversando, tirei minha roupa e fiquei encarando minha barriga. Será? Eu estou mesmo grávido? Pensei que ômegas machos só engravidavam no cio, ou com tratamento específico. Depois de quase quebrar a cabeça tentando entender como colocava aquele vestido gigante, finalmente consegui e sai do quartinho. Me deitei na maca indicada pelo doutor.
 
– Hum... esse gel é meio geladinho viu? – Assenti, ele passou um pouco do gel em mim e depois no aparelho, logo o colocando na minha barriga – Ahn, vejamos aqui. – Ele passava aquilo para todo lado e na telinha só conseguia ver borrões, que péssimo pai eu serei.
 
– E aí doutor? – Perguntou agoniado, até eu estava agoniado.
 
– Sim, sim, bom, muito bom. – Ele olhava a tela e falava sozinho. – Sim, está grávido, parabéns papais.
 
Arregalei os olhos que não demoraram nada para marejar, senti Jungkook me abraçando forte enquanto sussurrava coisas incompreensíveis.
 
– Mas... - Disse o doutor.
 
– O quê? - perguntei preocupado.
 
– São dois bebês, conseguem ver? – Apontou para a tela.
 
– Como assim dois? – Digo chocado.
 
– D-dois? – Olhei para meu noivo que estava pálido feito papel, sentia que a qualquer momento ele desmaiaria.
 
– Sim, olhe aqui... ou pode ser Três...
 
– Pode me explicar melhor, como assim pode ser três bebês? – Meu coração só faltava sair pela boca.
 
– Olhe aqui – Apontou para a tela – Esses pontinhos pretos são os bebês, um, dois, três. Parabéns, são trigêmeos.
 
– TRIGÊMEOS? – Gritei histérico, mas parei ao escutar um barulho de algo caindo, quando olho para o lado, Jungkook caido no chão, desmaiado, sem cor alguma – aí homem, sou eu que vou parir três, não você. 
 
– Reação normal – Ele foi até meu alfa e o levantou assim que ele retornou à consciência, o ajudando a sentar em uma poltrona ali ao lado, uma enfermeira apareceu com água para ele.
 
– Tive um sonho engraçado... – ele riu aceitando a água – ...sonhei que Taehyung estava grávido, de três bebês. – Ele riu nervoso e olhou para mim, e depois para o médico e para a telinha, eu ergui uma sobrancelha, incrédulo com o que ele disse. – Ah, não foi um sonho. – Ele começou a tremer tanto, que a água do copo balançava. 
 
– Jungkook, você não era frouxo assim não, eu hein.
 
– Isso é mais normal do que pensa, Tae. Mas parabéns, papai – Sorriu batendo de leve no ombro do Jungkook. 

O doutor Park verificou por mais alguns minutos como estavam os bebês e descobrimos estar entrando na segunda semana. Ou seja, exatamente no dia em que, eu e Jungkook, nos confessamos e então ficamos juntos. 
 
Depois disso, nos despedimos do doutor Park e saímos da clínica. Os pais do Jungkook nos esperavam do lado de fora, quando saímos ela sorriu.
 
– E então? – Perguntou ansiosa. 
 
– Grávido – sorri e ela soltou gritinhos felizes vindo me abraçar. O pai de Jungkook o abraçou dando felicitações, entre outras. Quando todos se acalmaram Jungkook soltou.
 
– De três... – ele disse quase chorando – ...são trigêmeos. – Os olhinhos dele se encheram de água. 
 
– Garoto, você demora para fazer as coisas, mas quando faz também… – ele não terminou a frase com o olhar mortal que ganhou da esposa.
 
– Meu querido, isso é maravilhoso, é claro, um já temos que nos cuidar muito na gravidez, três então... mas, parabéns, queridos. Vocês são um casal tão lindo, serão ótimos pais.
 
– Obrigado. – Sorri sincero e Jungkook se segurava para não chorar. Ele estava relutante em deixar as lagrimas caírem. 
 
Conversamos mais um pouco e então logo decidimos voltar para a mansão. Assim que chegamos fui direto para o quarto vomitar, e olha que eu nem comi nada, desde cedo. Vomitando só água, tomei outro banho e escovei bem os dentes, peguei uma camiseta grande de Jungkook e uma calcinha de rendinha preta. Me deitei na cama, logo a porta foi aberta brutalmente, batendo na parede com força e me fazendo ter um mini ataque cardíaco. 
 
– É SÉRIO? TRIGÊMEOS? – Ele gritou e quando eu assenti, Jimin se jogou na cama, em cima de mim, dando gritinhos estridentes – Eu estuo tão feliz, Jungkook é um filhote de cruz credo, mas fez algo certo pela primeira vez. – Eu sorri pela forma que ele falou.
 
– Filhote de cruz credo Park? Amor! – Disse indignado me olhou pedindo ajuda, mas eu só ri de sua carranca, cruzou os braços encostado na porta.
 
– Você é, agora licença. Oi bebês, é o tio Jimin, eu quero tanto ver vocês. – Ele sorriu animado demais.
 
– ‘tá ‘tá, eu vou manter meus filhos bem longe de você seu maluco. – Jimin lhe olhou indignado.
 
– Não diga isso Jeon, ou eu roubo seu ômega para mim... Tae, casa comigo? – Arregalei os olhos, a e soltei uma gargalhada alta.
 
– Que isso? Traição, bem na minha frente? – Eu não me aguentava de tanto rir.
 
– Sim, eu aceito. – Entrei na onda dele e Jungkook me olhou incrédulo. 
 
– Ebaaa, vamos ser um casal tão lindo, Jungkook já fez os filhos, agora pode sair fora, você é todo meu – me abraçou se enfiando no meio das minhas pernas nuas e deitando a cabeça na minha barriga.
 
– Eu disse para você não dar liberdade a ele – suspirou caminhando até a cama, beijou minha testa e se sentou ao meu lado. – Minha mãe fez sopa com legumes, está com fome?
 
– Sim, estou. – Eu estava faminto. Não comia nada desde cedo e só vomitei, então meu estômago estava doendo de fome. 
 
– Vaza Park. – Disse em um falso tom de ciúmes. 
 
– Insensível – Ele se levantou, mas deixou um beijo na minha bochecha antes de correr porta afora quando Jungkook pegou mais travesseiros jogando nele, eu ri.
 
– Amor, não fala assim com ele.
 
– O que? Está defendendo aquele anão? Ele quer te roubar de mim.
 
– Mas eu amo só você e você sabe muito bem que é brincadeira, né? – Ele desfez a cara de emburradinho rapidinho e sorriu todo bobo, eu também sorri. Trocamos alguns beijinhos antes de descer para comer.

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