Capítulo 15: Beijo

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— Oi Elisa, o que rolou? - Disse Aspen ao me encontrar.
— Nada, eu só... só acho que estou desistindo de mim, quer dizer, tudo o que eu acredito parece tão incerto - Me sentei em um banco e respirei fundo.
— Mas você é tão incrível, como consegue pensar nisso? - Ele se sentou ao meu lado e me olhou.
— Não sou incrível, pelo contrário, sou completamente errada, e por algum motivo tive a ideia de que tudo daria certo. Pensava que algum dia a pessoa especial iria aparecer pra mim mas não é assim, só parei de acreditar em tudo.
— Diz isso por causa da seleção?
— Não só por isso, eu acho.
Não conseguia chegar ao ponto, não havia pensado no que dizer para ele, então as palavras só saiam da minha boca.
— Olha, tu não serve pra qualquer cara, merece alguém realmente especial, às vezes só não achou o certo ainda.
— O "certo" não existe Aspen - Coloco minhas mãos no rosto tentando esconder meu choro - eu sou toda confusa, quem vai querer uma pessoa assim?
Aspen se agacha em minha frente e tira minhas mãos do rosto com delicadeza, as segurando e acariciando as costas delas com seus dedoes.
— Ei, você é perfeita desse jeito, e todo mundo tem alguém esperando por ela, quem te amar de verdade vai gostar de você pelas suas qualidades, mas mais ainda, vai te amar pelos seus defeitos.
— Eu nem sei mais Aspen, eu estou perdida! - olho para cima tentando conter mais lágrimas que ameaçavam sair.
-Ah meu bem não fica assim vai, isso vai passar ok?
Aspen se levanta e me puxa para si, me envolve com seus braços e me aperta. Estava me sentindo tão segura naquela hora, parecia que um abraço dele era tudo o que eu precisava e tudo o que eu mais queria. Apoio minha cabeça no peito forte de Aspen e conseguia ouvir as batidas do seu coração.

-Okay... desculpa te incomodar com isso, eu precisava mesmo desabafar com alguém.
-Não precisa me pedir desculpas por isso, sempre que precisar eu vou estar aqui
-Obrigada, de verdade.
Me afasto um pouco para enxugar as lágrimas, Aspen desceu os braços para minha cintura continuando me abraçando e sem deixar eu me afastar muito. Ele sorriu para mim e me olhava de um modo que me fazia ter certeza que ele estava preocupado comigo, de repente ele diz:
— É bom ter você aqui.
— É muito bom saber que tá aqui comigo também, Aspen. - disse com ambos olhando fixamente uma para os olhos do outro.
— Pode sempre contar comigo ok? Você é extremamente importante pra mim. - ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e enxugou uma lágrima do meu rosto.

Analisei a frase mentalmente e deixei escapar:
— Sou importante pra você?
— Claro que sim! Por que não seria?  - ele me respondeu rapidamente.
— Ah, sei lá, achei que estivesse com raiva de mim - dou de ombros.
— Raiva? - ele diz sem entender.
— É ue, depois daquele episódio já tem uns 10 dias que não nos falamos, pode ter sido só coisa da minha cabeça, mas eu pelo menos estaria se me dissessem o lance de só amigos.
Digo sendo sincera, estava finalmente chegando no objetivo de ter chamado ele ali.
— Olha, não vou mentir, eu realmente fiquei um pouco chateado com isso, mas não consigo ter raiva de você. - Aspen diz baixo como se estivesse com vergonha.
— Sério? - volto a me aproximar e digo sorrindo pelo jeito dele - Que bom então.
— É quase impossível. - ele flertou comigo.

Mordi meu lábio inferior e olhei para boca dele, estava decidia a deixá-lo me beijar e aquele foi o sinal de que ele podia avançar, porém Aspen olhou para minha boca e não fez nada. Eu queria desesperadamente beijá-lo e então, por um possível impulso, coloquei minha mão em seu rosto e me aproximei devagar com medo de que ele se desvencilhar se de mim, mas para minha alegria ele me puxou pela cintura fazendo nossos lábios se tocarem e acabar com qualquer espaço que havia entre nós. Eu coloquei meus braços ao redor de seu pescoço me fazendo chegar ainda mais perto, sorri ao sentir ele apertar minha cintura e me pressionar contra ele como se quisesse que eu me aproximasse mais ainda. Nós afastamos e meu sorriso não cabia no rosto e o de Aspen também não.

— Por que você faz isso com meu coração hein? - ele me olha nos olho, ao ouvir isso me afasto um pouco, enquanto ele vir ao rosto e ri.
— Desculpa, eu... você não queria que isso acontecesse?
— Era o que mais queria - ele chega perto novamente e me dá um selinho.
— Eu tô adorando isso, mas já está tarde, eu preciso ir, mas antes... - o beijo novamente.
— Não vai me esquecer hein - diz ele quando nos afastamos.
— E vc acha mesmo que é fácil te esquecer assim senhor Aspen?
— Não sei, será que alguém resiste? Mas é melhor irmos embora mesmo, alguém pode chegar e nós dois estamos fritos.
— Você me leva até o quarto? Ou fingimos que nada aconteceu? - brinco.
— É melhor te acompanhar né, vai que acontece alguma coisa no caminho... - ele pisca um olho para mim e sorri.
Aspen me leva até o quarto, andamos lado a lado sem muito toque entre nós para ninguém desconfiar de nada. Olhei de canto para ele e o vi sorrindo igual bobo, com toda certeza ele não era bom em disfarçar.

— Boa noite, senhorita Clark - fala se abaixando e fazendo uma referência.
Reviro os olhos e rio, olho para os dois lados do corredor e o puxo pela gola de sua camiseta dando um selinho e o soltando.
— Boa noite, senhor Heroni - entro em meu quarto e fecho a porta antes que ele disse se mais algo.

Uma quantidade enorme de alegria explodiu dentro de mim, dei pulinhos e gritinhos sorrindo feito boba.
— Eu não acredito no que eu fiz!
Disse abafando minha voz com minhas mãos na boca, girei uma vez e cai sentada na cama.
Logo em seguida alguém bate na porta, jurava que era Aspen que tinha ouvido todo meu surto e fui correndo abrir.

— Oi! - disse com um sorriso gigante
— Oi Eli! - disse Maxon ao me ver.
— O que está fazendo aqui? - perguntei ainda sorrindo para disfarçar.
— Eu apenas vim te avisar que amanhã estou indo viajar.
— Ah... Para onde vai? - disse entrando em meu quarto novamente e ele me seguiu e fechou a porta atrás dele.
— Vou para França, eu tenho alguns assuntos a resolver por lá.
— Entendi... Bom, boa viagem então. - dei um sorriso meigo.
Maxon sorriu e me olhou nos olhos.
— Então, o que está lendo? - disse apontando para um livro em cima da minha escrivaninha.

Ele continuou puxando assunto e nós continuamos a conversar, até que já tarde da noite ele resolve ir embora.
— Então até dia 5 Eli.
— Até Max - sorri e escorei na porta semiaberta.
Maxon sorriu e se inclinou me dando um selinho rápido, assustei e ele me olhou surpreso, sorri rapidamente e ele também, virou as costas e foi embora enquanto eu fechei a porta e revirei meus olhos.

(Como ele tem a cara de pau de me beijar? Agh, ridículo!)

Ignorei aquilo e voltei a pensar no outro beijo da noite, fui dormir com um sorriso gigantesco no rosto.
Já no outro dia, no meio da tarde, estava pensando sobre o beijo de Maxon... Não era justo eu ter beijado Aspen e deixar o príncipe acreditar que eu estava ali a sua disposição. Não! Não sou assim. Me levantei do sofá do salão das mulheres e fui determinadamente indo até o escritório de Maxon, assim que viro no corredor do local em questão me deparo com a pior cena possível.

Ariel, as outra moça que Aspen havia saído, encostada na parede e com a mão em seu rosto com ele em sua frente, eu só queria dizer "QUE PORRA ESTÁ ACONTECENDO AQUI?" mas não disse. Engoli a seco olhando para aquela cena perplexa, quando o "casalzinho" me notou encarei diretamente Aspen, que parecia estar perplexo comigo ali.
Como um sinal do destino Maxon sai pela porta, olha para os dois lados vendo o grupo de pessoas ali.

— Está acontecendo alguma reunião e ninguém me contou? - disse ele rindo.
— Maxon! - disse chamando sua atenção e me aproximando - estava mesmo te procurando, o que acha de darmos uma volta?
— Claro, vamos? - ele estende o seu braço para mim e eu aceito, saímos dali e não viro para trás.

Eu já não estava entendo mais nada!!!

As 19:00 horas da noite eu já estava cansada de ficar no quarto esperando alguma notícia de Aspen, olhava no celular e nada. Ele havia sumido do mapa, já que nem no castelo estava, era estranho como ele havia sumido depois do nosso beijo... E os pensamentos de que a Cristal estava certa voltaram a tona, não queria acreditar mas tudo parecia voltar para aquela frase "Ele não presta Elisa, só vai te beijar e cair fora". Decidi então não ficar pensando nisso e saí do meu quarto a procura de Josh, passei na cozinha e peguei pizza e sorvetes e fui direto para as portas de trás do castelo onde havia um mini jardim.

— Oi guarda psicopata.
— Elisa, o que faz aqui? - disse Josh se virando para mim ainda sentado no chão.
— Vim te fazer companhia - sento ao lado dele e mostro a caixa de pizza - trouxe pizza e sorvete.
— Ok, agora você pode ficar - brincou - mas não era pra você estar com algum dos seus dois selecionados - ele rio da própria piada.
— Não, estou dando um tempo deles hoje - brinco e pego um pedaço de pizza.
— E resolveu passar sua noite com o guarda abandonado aqui?
— Sim, afinal os meus dois selecionados me abandonaram também.
— O que?
— Maxon foi viajar e Aspen sumiu de face da terra, então estou sozinha - mordi a pizza e olhei para frente.
— Hum... Bom vamos ficar abandonados juntos pelo menos - disse ele.

(Pode ser coisa da minha cabeça, mas ele mudou de assunto?Ele sabia onde Aspen estava? )

Continuamos a conversar e jogar assuntos fora, comemos tudo o que trouxe e depois fui sozinha até meu quarto enquanto Josh voltava para seu turno da madrugada.
Já sozinha pensei em como Aspen podia estar me traindo, mesmo que não tivéssemos nada, aquilo doía. Maxon já estava fora de jogada em me lamentar depois que vi no Instagram que ele e sua família feliz (Stacey e seu filho) forma juntos para França. Não queria me deixar abalar por aquilo, afinal me sentia bem depois da conversas que tive com Josh, estava me sentindo mediana e isso está estranhamente entranho.

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