Enquanto todos os outros foram para a sala para se jogarem no sofá e colocar o filme, Minho e Jisung demoraram para se livrar dos últimos grãos espalhados. Minho, com seu sorriso torto, inclinou-se em direção ao loiro, aproximando os lábios da orelha de Jisung.
— Sungie... Você quer me chupar? — afastou-se, sua expressão brincalhona, enquanto os olhos de Jisung se arregalavam. Vendo sua expressão assustada, continuou. — Não faça essa cara. — revirou os olhos — Nunca vou te forçar se não quiser, mas você aceita? — encolheu os ombros com indiferença, levantando-se, rapidamente seguido pelo loiro que agarrou seu pulso.
— Talvez. — Jisung o interrompeu. Havia deixado claro para si mesmo que não levaria nada dessas férias a sério, não é mesmo? E ele queria isso, realmente queria.
Os dois se entreolharam por alguns segundos, parecendo ter certeza de que nenhum deles estava brincando.
— Você acha que, se ocuparmos o banheiro deles, eles vão ficar com raiva da gente? — Minho questionou, enquanto o loiro ria.
— A pergunta é se eles perceberão que estamos ausentes, e a resposta é sim. — o agarrou pelo braço, o forçando a seguir em frente — Pare de ficar desesperado, está acabando com meu apetite. — Minho riu de suas palavras, deixando-se levar em direção à sala.
— Mas depois você me chupa? — perguntou novamente, enquanto Jisung revirava os olhos.
Foram para a sala juntando-se aos outros que estavam focados no início do filme. De fato, haviam colocado o DVD da década de 2000, dados os efeitos especiais medíocres. Ninguém conseguia se concentrar muito no filme; afinal, eram barulhentos demais. Changbin estava grudado em seu celular, Seungmin e Jeongin estavam travando uma guerra de polegares. O australiano foi provavelmente o único absorvido pela atuação de Taylor Lautner.
Jisung estava prestes a dormir; sua noite de sono não tinha sido uma das melhores. Depois de alguns minutos, deixou-se levar pelo cansaço, encostando-se no sofá.
...
— Sungie. — o loiro abriu lentamente os olhos ao ouvir o apelido carinhoso e sorriu ao ver o rostinho do mais novo à sua frente.
Rapidamente, percebeu que estavam sozinhos na sala, sentou-se e espreguiçou-se bocejando.
— Os outros já se foram há um tempo. Nossos pais logo voltarão para jantar, você quer ficar? — ofereceu com um sorriso doce.
O loiro se levantou e estalou a articulação do pescoço, que havia congelado em uma posição nada agradável.— Não, vou para casa. — respondeu, sacudindo os cabelos para deixá-los em ordem.
O mais novo assentiu. Antes de tomar o caminho de saída, ergueu uma sobrancelha enquanto avaliava a grande sala vazia.
— Onde está Hyunjin?
— No chuveiro. — disse, jogando-se no sofá.
— Junte-se a ele. — exclamou antes de ser acertado por uma almofada.
Depois de provocar o mais novo, Jisung saiu um pouco melhor, já que havia recuperado um pouco do sono. As oito horas já se aproximavam e ele não queria ir para casa no momento. Talvez devesse convidar Minho para comer na cidade próxima dali? Adorava passar um tempo sozinho com Lee, isso era inegável, e naquele momento, ele não se importava muito com o vínculo que poderia surgir entre ele e Minho; pensaria nisso mais tarde. Tirou o celular do bolso para entrar em contato com o mais velho, mas percebendo que estava próximo ao bangalô dele, decidiu falar pessoalmente.
Mordeu o lábio ao bater na porta de vidro coberta por uma cortina cinza e, alguns momentos depois, viu Minho abrir a porta, apenas de cueca.
Congelou por alguns instantes, perguntando-se umas vinte vezes quando se acostumaria com isso, finalmente voltando a se concentrar no mais velho, que passou a mão pelos cabelos antes de se mover ligeiramente para dar lugar ao loiro, convidando-o a entrar com um gesto de mão.
— Meus pais estão no restaurante, eu preparei um macarrão. — Minho apontou para o prato com o polegar. — Coma aqui.
— Que excelente cozinheiro. — O menor comentou rindo ao notar seu prato cheio de mariscos.
Minho havia deixado a televisão ligada onde passava Os Simpsons. Seu maço de cigarros estava espalhado sobre a mesa, ao lado do isqueiro. Não tinha certeza se era porque havia usado ou estava planejando usá-lo. Minho estava ocupado servindo um prato de seu macarrão, e Jisung agradeceu juntando-se a ele no sofá.
— Você não quer vestir algo? — riu, acomodando-se a uma distância razoável do mais velho.
Minho revirou os olhos enquanto pegava a camiseta branca que havia tirado do encosto do sofá e a colocava pelos ombros. Acompanharam os episódios da série animada durante alguns quartos de horas, brincando vez ou outra com as piadas ruins. Os dois tinham uma mentalidade que se complementava quase perfeitamente; podiam passar horas rindo juntos de qualquer besteira.
Compartilharam uma cerveja e pegaram um baralho de cartas para encontrar algo para fazer, onde Jisung teve que passar longos minutos explicando ao mais velho as regras e variações da batalha de Córsega.
— Mas por que você está colocando a carta aí!? — Minho gritou, fazendo beicinho.
— Porque você adicionou essa, você não entende! — O loiro passou a mão pelos cabelos, perdendo a paciência.
— Ok, estou começando a entender. — Afirmou Lee ao retomar o jogo.
Não foi nenhuma surpresa que ele havia perdido várias vezes para o loiro. Depois de um tempo jogando, Minho pegou seus cigarros e seu isqueiro, levantando-se para abrir as janelas.
— Seus pais sabem que você fuma? — Questionou o menor.
— Sim.
— E eles não dizem nada?
— Eles preferem que eu não tenha que esconder deles. — Encolheu os ombros enquanto se sentava ao lado de Jisung, colocando o braço no encosto que quase rodeava os ombros do loiro.
— Posso tentar? — Voltou-se para Lee, que ergueu uma sobrancelha.
— Não. — Disse ele, com uma calma que contrastava com sua resposta negativa. — Não quero ser o garoto mal que te faz fumar o primeiro cigarro.
O mais novo fez beicinho, aproximando-se do mais alto, apoiando as duas mãos na superfície de poliéster do sofá embutido.
— Vamos, só uma vez... — Murmurou contra o rosto do mais velho.
— Você vai engasgar se tentar. — Respondeu, tentando negar o pedido do mais novo.
Percebendo que Jisung não desistiria tão facilmente, Minho se aproximou, agarrando seu queixo com o polegar e o indicador, estabelecendo contato visual.
Seus olhares estavam cheios de desafios e de juventude, de uma curiosidade ainda nova e crescente, de uma paixão descoberta e insaciável.
Minho levou o filtro à boca com a ponta dos dedos, inalando a fumaça que seu hálito havia criado antes de soprá-lo nos lábios do mais novo, que inalava pela boca, sem sequer tirar os olhos do rosto sério à sua frente.
Jisung fez uma careta com a sensação antes de colocar o cotovelo na frente da boca para abafar a tosse diante da risada de Minho, que havia recuado para retomar sua posição anterior, encerrando assim o final de seu cigarro. No entanto, ele o avisou.
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Betado por minseonguittal
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CHERRY PIE 🍒 • minsung | TRADUÇÃO
Fanfiction🍒「 EM ANDAMENTO • LONG-FIC 」 quando Jisung se lembrava daquele verão, lembrava-se daqueles beijos lânguidos, daquelas noites na praia, daquele bando de amigos malucos e do cheiro daquela torta de cereja mal assada. Mas e se ele quisesse que seu amo...