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Após longas horas de festa, os adolescentes guardaram seus utensílios ao nascer do sol

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Após longas horas de festa, os adolescentes guardaram seus utensílios ao nascer do sol. Desta vez, ninguém havia adormecido; esta noite era importante para todos e estava ficando perto da última. Os caminhos de todos se separaram, exceto Hyunjin e Jeongin, que caminharam silenciosamente até sua casa. Jornada que o mais novo fez em um silêncio mortal, com as mãos nos bolsos.

Nem todos ficaram excessivamente bêbados a ponto de vomitar ou passar mal. Este foi o caso de Jeongin e Hyunjin, que estavam relativamente sóbrios. Quando Jeongin empurrou a porta da frente e subiu rapidamente as escadas, Hyunjin fez o mesmo, pressionando o interruptor que iluminava o corredor. Mas quando viu o mais novo empurrar a maçaneta do banheiro, provavelmente para tomar um banho, agarrou seu pulso, obrigando-o a encará-lo.

O mais novo, que ainda estava relativamente quieto naquela noite, ergueu uma sobrancelha com o gesto.

— Jeongin, precisamos conversar — O mais velho falou.

— Não tenho nada para te dizer, estou cansado, quero tomar um banho. — O mais novo suspirou, soltando-se de seu aperto, virando-se para entrar no banheiro.

— Sério, Jeongin... — O mais alto resmungou, bufando, o que obrigou o outro a morder o lábio enquanto o avaliava, logo atrás da porta que ainda estava aberta.

— O que você quer? — o mais novo perguntou. Os dois estavam sozinhos ali, e isso dava muita mais pressão do que havia imaginado.

— Aquela confissão... foi você?

— Que... que confissão? —  questionou, e bem, sua confiança estava indo por água abaixo.

— A que eu joguei na fogueira, aquela que estava escrita "Eu quero que Hyunjin finalmente me ame". Foi você, certo? — quando seus olhares conseguiram se encontrar, o menor sentiu que começaria a chorar, apenas pelo estresse de se revelar e arruinar tudo.

— Não sei, o que você quer que eu te diga? — sussurrou, seu rosto se reprimindo em uma expressão fofa.

— A verdade. A verdade é uma boa. — Acenou com a cabeça. Se havia uma pessoa que sabia de cor a caligrafia de seu amigo, era Hyunjin; para ele, era óbvio, era ele e mais ninguém.

Um leve silêncio caiu entre os dois amigos, e bem, Jeongin sabia que agora era um pouco tarde demais, mas a ansiedade ainda fazia seu coração bater forte.

— Ei! — Retomou o mais velho, passando a mão pela bochecha do menor, antes de vir segurar delicadamente seu queixo, oferecendo-lhe um sorriso. — Por que você está fazendo essa cara de "vou chorar"? Você tem sido minha prioridade número um por dezesseis anos. Não sei o que está pensando, mas pare de pensar em bobagens.

As palavras tranquilizaram um pouco o mais novo, mas ainda podia sentir seus lábios tremerem. Jeongin se jogou nos braços do mais velho, agarrando-o em um abraço forçado, mesmo que o mais velho respondesse com bom coração, o outro se agarrou tanto a ele que não lhe deixou escolha.

— Você está com raiva de mim? Eu... eu não te culparia se você estivesse com raiva de mim, mas, não se afaste ou... — Jeongin começou a chorar em seus braços, a cabeça pressionada contra seu ombro, as lágrimas salgadas molhando sua blusa.

Para Hyunjin, foi um pouco agonizante ver novamente esse vulnerável Jeongin, aquele que ele não via há muitos anos, aquele que vinha reclamar em seu quarto quando era incomodado no fundamental.

Porque agora ele havia se tornado, quase, um homem e não tinha mais medo dos outros.

Ele apertou ainda mais o corpo dele, passando a mão esquerda por seus cabelos cor de vinho.

— Ei Innie, não chore. Você sabe que eu nunca, realmente nunca te abandonaria ou me afastaria.

— Mas vai ser estranho, não quero que seja estranho, me desculpe, sinto muito — Jeongin se agarrou com mais força à blusa de Hyunjin — eu nunca deveria ter gostado de caras, nem te amar e muito menos ter escrito aquela confissão.

— Ei, não diga coisas assim — Ele o forçou a recuar, empurrando-o pelos ombros, para avaliar sua expressão e seu rosto inundado. Hyunjin enxugou as lágrimas que escorriam com os polegares junto de um sorriso doce. — Você deveria estar orgulhoso da pessoa que você é. Me mata ouvir você dizer essas merdas estúpidas. — Bufou em desaprovação enquanto descansava delicadamente sua testa na de Jeongin — Você não escolhe quem ama, Jeongin. Agora, pare de chorar. — Ordenou sem tirar os olhos do mais novo por nenhum segundo sequer — Minha pequena raposa. — Terminou, fazendo-o sorrir.

Por alguns segundos, eles permaneceram tão próximos, tranquilizando Jeongin com o calor de Hyunjin, naquele corredor vazio.

— Hyunjin? — Jeongin o chamou com uma respiração fraca e tímida, afastando-se gentilmente de seu aperto suave, enquanto o outro acenou com a cabeça, convidando-o a continuar. — Você acha que poderia me amar de volta um dia? — Sussurrou, um pouco incerto, mas dominado por uma pequena esperança que o fez querer acreditar um pouco mais.

— Innie, Innie… — apressou-se em interromper o mais novo, franzindo a testa — Acho que você não entendeu que eu já te amo como nunca amei tanto alguém — começou, e Jeongin sentiu seu estômago se revirar — Mas... Me dê um tempo para entender e depois para... não sei, para descobrir se tudo isso é possível. Agora, é muito complicado pensar direito enquanto você faz essa cara.

Jeongin assentiu; já era uma boa notícia saber que a pequena possibilidade que ele tanto sonhava estava ali. O animou tanto que ele tinha certeza de que não iria conseguir dormir. Mas incomodava-o um pouco essas dúvidas que atormentavam o mais velho. Ele então agarrou a mão do outro apaticamente de encontro ao seu olhar.

— Só me promete que não vai se forçar por mim ou por pena ou sei lá o quê — Falou baixinho — Se for demais para você, saiba que eu não quero te forçar a nada, ok? — Terminou apertando levemente sua mão.

— Eu sei — ele assentiu levemente, antes de se inclinar mais próximo do outro, para colocar um beijo tão casto e delicado em seus lábios que Jeongin pensou que estava sonhando, mas seu coração que batia como um louco talvez fosse uma prova bastante concreta de que aquilo estava realmente acontecendo. — Innie, espere por mim, só mais um pouco — Ele acenou com a cabeça, antes de separar seus lábios, dando um passo para trás. — Boa noite, minha raposa — Hyunjin balançou carinhosamente os cabelos cor de vinho de Jeongin, virando-se logo em seguida.

Sem surpresa, Hyunjin havia deixado Jeongin estupefato e paralisado, tentando absorver tudo o que havia acontecido, na entrada do banheiro, cuja respiração estava caótica. Ele deslizou o indicador e o dedo médio contra os lábios bastante secos, onde ainda conseguia sentir a boca macia do mais velho ali.

Ele iria esperar por ele por uma década se fosse necessário, ele nunca iria amar outro, era apenas ele.

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Betado por minseonguittal

CHERRY PIE 🍒 • minsung | TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora