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— Jisung, acorde! São quase três horas

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— Jisung, acorde! São quase três horas. — O garoto sentiu seu ombro tremer levemente e gemeu em seu travesseiro, abrindo suas pálpebras para descobrir o sorriso de seu pai. — Deixei um pouco de pizza para você em cima da mesa. Vou passear um pouco com sua mãe pela cidade — O loiro assentiu e sentou-se, passando a mão sobre os olhos ainda fechados.

O pai de Jisung saiu do quarto depois de abrir as persianas para o filho, e este se afundou entre as almofadas enquanto se acostumava com a luz natural. Seu estômago estava um pouco agitado, mas não era sua pior ressaca. Rapidamente, ele se lembrou da noite anterior. Um sorriso ligeiramente (bastante) bobo brotou em suas feições quando as palavras de Minho ecoaram em seus ouvidos, mas quando ele pensou melhor em sua fala que lhe dizia que eles falariam sobre isso assim que Jisung estivesse sóbrio, suas bochechas se transformaram em um tom carmesim e sua ansiedade veio com força. Ele certamente não saberia como agir; era estranho esse coquetel de sensações que eclodiu nele quando estava com o Lee.

— Você é meu amuleto da sorte agora — se sentou, falando diretamente para a pequena tatuagem que estava na ponta de seu dedo médio, antes de espalhá-la com beijos castos.

Ele riu ao perceber o que estava fazendo e se endireitou, antes de arregalar os olhos ao se lembrar de duas outras partes de sua noite. Primeiro, aquele em que ele beijou os lábios macios de Jeongin, depois aquela vibração ruim que permaneceu entre o grupo quando Minho e Jisung voltaram. Jeongin, que geralmente era o mais humorado e feliz, passou o resto da noite desapontado e murcho. Eram por volta das três horas que tinham voltado, numa viagem relativamente silenciosa, e foi ao recordar a situação do amigo que estremeceu ao agarrar o celular.

Seus olhos se arregalaram ao perceber que todos chamavam por ele há mais de uma hora no grupo de mensagens dos garotos, e quando notaram seu "visto", mandaram Jisung ir até a casa de Hyunjin e Jeongin para "uma reunião de emergência". O loiro nem se deu ao trabalho de trocar a camiseta branca e a calça de moletom e saiu com sua fatia de pizza que comeu no caminho. Passando pela porta aberta de sua casa de férias, ele encontrou todos sentados na sala de estar, Changbin e Hyunjin lutando em um jogo frenético da FIFA.

Percebendo o loiro, eles pararam o jogo e Hyunjin se sentou, agarrando seu pulso para puxá-lo para o sofá onde ele foi forçado a se sentar. Ele levantou uma sobrancelha avaliando seu amigo que tinha uma expressão séria no rosto.

— Não me machuque, eu acabei de acordar — bufou enquanto se ajeitava, depois passou a mão preguiçosamente pelo cabelo desgrenhado.

— Jisung, desde que você pegou meu amigo, ele anda estranho, explique-se — Hyunjin disse sério. Jisung olhou ao redor da sala e, de fato, o mais novo não estava em lugar nenhum.

— Haaa, isso... — ele pigarreou, virando-se levemente para Minho, que fingia estar concentrado no celular, mas o biquinho levemente irritado era bem visível enquanto o Lee não digitava nada no aparelho desligado — Eu... Eu não sei, eu estava bêbado, sabe. — engoliu em seco.

Hyunjin suspirou enquanto se acomodava no sofá, colocando uma mão em seu cabelo, preocupado com Jeongin.

— Se você quer saber tanto, que tal perguntar diretamente a ele? — O loiro sugeriu erguendo uma sobrancelha, todos os outros silenciosamente assentiram, depois de Hyunjin ter interrogado cada um deles.

— Ele está me ignorando — emburrou, cruzando os braços sobre o peito, enquanto o loiro soltou uma leve risada, antes de receber um olhar assassino de Hyunjin.

— Jisung, então é verdade que você pegou ele? — Felix de repente falou, com um sorriso animado no rosto. — Seung me contou tudo em detalhes, coitado do pobre Seungmin que presenciou essa cena... — deu um sorriso para o Kim, que revirou os olhos, meio cochilando no tapete no chão.

Jisung reprimiu um sorriso.

— Você soa como se fosse… — vendo as sobrancelhas de seus amigos franzindo levemente, esperando o final de sua frase, ele tossiu por um momento, endireitando-se. — A pior coisa do mundo, tá tudo bem... — pigarreou de novo, era estranho se ele se revelasse assim, depois de esconder sua sexualidade por quase três semanas; tinha medo de estragar tudo com os amigos.

Minho o observava de lado com um sorrisinho nos cantos dos lábios.

— Imaginem só, Jisung e Jeongin, o casal do grupo! — Seungmin riu, o que fez Changbin e Felix concordarem alegres. — Nossa, Minho e Hyunjin foi só uma brincadeira, parem de me olhar como dois psicopatas...

Com um sorriso controlado, Jisung se inclinou até Minho para ver por sua expressão; o Han estava pronto para soltar uma risada boba antes de se concentrar em Hyunjin, que o encarava com os olhos pegando fogo. Então, Jisung decidiu provocá-lo.

— E aí, Hyunjin, eu não sou digno do seu melhor amigo? — o Han interferiu, levantando uma sobrancelha brincalhona; esperava poder vê-lo com ciúmes.

— Ele é muito novo pra ter namorado agora, os caras são burros demais para ele — respondeu, franzindo a testa, e o loiro copiou sua expressão.

— Você está errado, ele não é mais criança — revirou os olhos. — Aliás, estranho você dizer que ele é uma criança quando você mesmo o leva para beber ou sair à noite — realmente, aquilo pareceu afetar Hyunjin.

Uma coisa que o grupo deles sabia era que não deveriam se intrometer em uma única coisa: o problema de Hyunjin e Jeongin. O mais velho sempre ficava muito nervoso quando se tratava do mais novo ou com quem ele namorava.

— Bem, pessoal, na pior das hipóteses, quem se importa, Jeongin ganha a vida fazendo isso — Seungmin suspirou encarando os dois garotos que se encaravam, criando uma leve tensão no ar.

Um silêncio pesado caiu entre o grupo de amigos, e alguns minutos se seguiram sem que ninguém falasse. Foi triste saber que na manhã de segunda-feira, Seungmin e Changbin iriam deixar o acampamento; se fosse para fazer isso de mau humor instalado no ar seria estranho.

Changbin tinha saído dez minutos antes para ver Seulgi, que havia lhe oferecido uma ideia.

— Jisung — Han, que estava perdido em pensamentos com um beicinho no rosto, rapidamente se endireitou ao ouvir seu nome. — Você comeu? — Minho perguntou a ele, seus olhos penetrantes fixos nele do outro assento do grande sofá.

— Ah, sim — capturando seu olhar pesado com insinuações, ele entendeu. — Mas acho que vou para casa preparar outra coisa — falou franzindo os lábios, certificando-se da reação de Minho para saber se ele o havia entendido.

Minho então se sentou e se espreguiçou, enfiou o telefone no bolso do short de praia, sacudiu o cabelo envolto em sua faixa vermelha e sorriu para Han, estendendo as duas mãos para ajudá-lo a se endireitar. Seu coração começou a bater forte em seu peito, Jisung se perguntando como seria o tempo deles apenas os dois dali em diante. O Lee ainda iria lhe dar aquele discurso de amor impossível ou ele iria se declarar de alguma fora?

Estava ansioso, angustiado, estressado; não estava pronto para mais outra conversa estranha. Queria respirar e aproveitar o verão, se possível, nos braços musculosos de Minho. Só o olhar dele o deixava tonto; ele não conseguia nem imaginar o tipo de fogos de artifício que poderia experimentar se eles se beijassem, se acariciassem, tivessem um momento apenas dos dois, sem clima e conversas que não os levassem a lugar algum. E se ele sofresse com isso no futuro, ele sabia que teria aproveitado cada segundo de sua paixão, e ardia com o desejo de experimentá-la sob uma luz totalmente nova

— Devo preparar algo rápido para nós? — o loiro assentiu, agarrando os braços do outro, respirando fundo com coragem.

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Betado por minseonguittal

CHERRY PIE 🍒 • minsung | TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora