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O jovem passou pela porta de seu bangalô, depois de vagar sem rumo por alguns minutos à noite

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O jovem passou pela porta de seu bangalô, depois de vagar sem rumo por alguns minutos à noite. Ele tinha um cigarro entre os lábios enquanto caminhava pela praia.  

Se alguém lhe dissesse que seria tão ruim experimentar uma decepção no amor de uns meses para cá certamente teria rido.

Na sala viu Yeeun, instalada no sofá, assistindo a um filme. Para ser honesto, Minho não estava com vontade de falar com a garota naquele momento.

— Eu vou dormir aqui no sofá, você pode ficar na cama com a sua mãe. — Minho falou, pegando um copo do armário, para enchê-lo com água fria.

— Como você está? — A jovem perguntou, dando-lhe um olhar preocupado.

— Já estive melhor — respondeu e a morena se colocou na frente dele.

— Você pode falar comigo, sabe? Eu sinto que desde que você partiu você me apagou da sua vida — Ela mordeu o lábio, avaliando o mais alto que focou suas orbes nas dela.

— Não gosto do seu hábito de me expor como um troféu contando aquela história da carta que eu te fiz, você me faz parecer o cachorrinho quando na verdade não é o caso. — falou o Lee passando a mão pelos cabelos cinza, descansando os quadris contra os armários da cozinha.

— Juro que realmente não é meu objetivo, desculpe. — Ela mordeu o lábio, desviando o olhar, um pouco confusa. — Eu sei que você não está com raiva de mim— riu levemente, revirando os olhos.

— Então pare de ficar lembrando sobre as histórias da escola, principalmente na frente dos outros, você sabe que eu odeio esse período.

— Mas você sempre me diz que é graças a mim que você teve coragem de fazer as coisas acontecerem, tenho a impressão que é uma coisa nossa — a garota fez biquinho enquanto mordia o interior da bochecha.

— Eu te devo muito, e você sabe que sempre tive muito respeito e admiração por você, mas dá pra você superar essa história e viver o presente? — bufou com o tom de voz cansado.

Um pouco em pânico, a adolescente agarrou a mão dele, forçando-o a ficar de frente para ela.

— Se algum dia você gostou de mim, você claramente se tornou alguém que eu mais admiro, pare de pensar que não te considero. — respondeu com suas sobrancelhas franzidas fixando seus olhos nos dele.

Minho riu enquanto revirava os olhos, soltando sua mão da dela.

— Então, por que você sempre me traz de volta para o tempo em que eu era a porra de uma vítima por conta do bullying daquela escola e era chamado de "bicha" por dançar balé? Realmente Yeeun? Isso é engraçado pra você? —perguntou levantando um pouco a voz, sem pensar muito nas pessoas que já estavam dormindo, sua raiva estava se multiplicando desde a conversa com Jisung.

— Não! Tenho a impressão que você esquece que sempre estive com você e que nem uma vez tolerei isso — se apressou em corrigi-lo — Nós éramos tudo um para o outro naquele momento, caralho, o que mudou? — perguntou com o tom da voz desesperado.

Uma leve risada escapou dos lábios finos do Lee que olhou para os lados na tentativa de se acalmar.

— É porque você era tudo que eu tinha, então deixe-me viver minha vida também. — respondeu com um tom áspero, dando-lhe um olhar irônico. — Você acha que continuaríamos a ser melhores amigos e dormiriamos juntos pelo resto de nossas vidas? Era tóxico pra caralho, nem entendo porque começamos a fazer essa merda...

Minho falou sem perceber que a jovem continha as lágrimas, e o mais louco é que em anos, ele tinha quase certeza que nunca a tinha visto chorar.

— Você fala isso como se fosse tudo minha culpa — Ela riu, deslizando as costas da mão sob o rosto para limpar a gota que escorreu por sua bochecha. — Abra bem os olhos quando tiver tempo, Minho, talvez assim perceba que eu também tenho sentimentos. — a garota virou-se para ir para seu quarto, sob o olhar perdido do Lee.

Minho levou alguns minutos para digerir suas palavras com uma onda de culpa o tomando. Ele sempre teve esse hábito de pensar que nada o afetava, que era sempre o único a sofrer. Muitas pessoas poderiam pensar que ela era mesquinha, ou que ela não pensava muito nas outras pessoas, mas ele sabia melhor do que ninguém que quando a garota se importava com alguém, era pra valer. No fundo eram um pouco iguais, pensavam primeiro naqueles que amavam e isso sempre criava faíscas, porque ninguém era capaz de dá-los sua reciprocidade.

Por um tempo, ele havia confundido toda a admiração que sentia pela garota com amor, ou pelo menos algo parecido. Mas por alguns anos, ele não duvidou mais e, de repente, percebeu que, pela primeira vez, havia pensado em seus sentimentos antes de colocar os sentimentos de outra pessoa acima dos seus.

Yeeun deu tudo a ele, desde seu temperamento, seus maneirismos, seus valores e seu corpo, ela não o privou de nada, e talvez ela tenha entregado seu coração por muito tempo, mas o Lee estava com medo de perdê-la para dar suas costas sem pensar nas consequências.

Agora com essa situação toda acontecendo, sentia-se mais miserável do que nunca.

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CHERRY PIE 🍒 • minsung | TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora