No dia seguinte, às duas da tarde, o loiro acordou depois de ter lutado para conseguir dormir. Ainda estava em boa forma quando todos se separaram, mas quando a hora de dormir chegou, os pensamentos vieram à tona, incomodando-o a cada minuto.
Não é de surpreender que Minho tenha sido atormentado pela sensação de sede constante, um dos vários sintomas após o uso de êxtase. Jisung ficou mexendo no celular até por volta das oito da manhã e, sem surpresa, quando acordou à tarde, a primeira coisa que pensou foi em ter certeza de que Lee estava bem, pegando o celular da mesa de cabeceira.
Jisung
Está acordado?
Enviado às 14:27Minho
Uhum
Recebido às 14:30Jisung
Você tá bem?
Enviado às 14:31Minho
Sim
Recebido às 14:35Mordeu o lábio enquanto olhava para a mensagem, como ele poderia continuar a conversa com isso? O pior para ele era descobrir se estava apenas lidando com os efeitos do dia anterior ou se Minho estava com raiva dele por ter, de alguma forma, se aproveitado de seu estado alterado. Bem, Jisung havia sido ele mesmo, como Minho lhe dissera, e não fizera nada que o envergonhasse. Mas, por ser indeciso, o menino loiro rezava para que fosse apenas isso, preferindo sofrer com essa suposição.
Então, ele se levantou, ansioso, e pegou as primeiras roupas que encontrou para sair de seu bangalô, passando assim por sua mãe que se preparava para ir para a piscina.
— Onde você está indo?
— Supermercado. — respondeu rapidamente enquanto caminhava pelos corredores.
Não tinha comido, mas pouco se importava com isso no momento. Ontem à noite, bom, esta manhã, tinha lido que um certo achocolatado contendo raspas de banana era uma boa forma de aliviar o estresse e a ressaca. Então, pegou, comprou e fez o caminho oposto. Na porta, quase derrubou um idoso que passava, culpa de seu comportamento apressado. Sua mente gritava em desespero, estava explícito o quão ansioso estava, então apenas se desculpou e seguiu seu caminho apressadamente.
Tocou o vidro da porta do Lee várias vezes e, alguns longos momentos depois, quando pensou que ninguém iria abri-la, Minho surgiu. Ele ainda parecia sonolento, vestido apenas com sua camiseta grande e cueca.— Eu te acordei?
— Eu estava cochilando. — esforçou-se para deixar Jisung passar antes de bocejar e fechar a porta atrás de si.
— Seus pais não estão aqui? — o Lee assentiu negativamente, explicando que estavam fazendo compras e pegando um saco de biscoitos de sua bancada para trazê-los consigo.
O loiro entregou sua bebida para Minho, enquanto ele erguia uma sobrancelha.
— Li que era um bom suprimento de serotonina. — a incompreensão de Lee não parecia ter mudado. — De qualquer forma, beba. — Minho riu enquanto pegava a bebida de chocolate, tirando a tampa para levá-la até a boca. — Você está com raiva de mim? — Jisung ousou perguntar após alguns segundos de silêncio, enquanto Minho demonstrava novamente que não entendia nada fazendo uma careta.
— Por que eu estaria?
— Hoje de manhã você estava meio estranho em suas mensagens, então pensei... — mordeu a parte interna da bochecha enquanto acariciava o cotovelo.
— Conversamos por mensagem? Eu ainda devia estar meio dormindo, desculpe. — Minho se sentou no sofá e colocou a garrafa vazia na mesinha de centro.
O outro apenas sorriu fracamente e sentou-se ao lado dele, avaliando-o, preocupado, franzindo o lábio inferior.
— E então... Sobre ontem?
— Me deixou cansado. — bocejou, como se falar disso o tivesse lembrado de sua letargia. — E o fato de você estar aqui me deixa um pouco melhor. — o loiro sorriu simples, sentindo a famosa sensação de borboletas no estômago, como se flutuasse em nuvens.
Apesar das olheiras, suas pupilas haviam retornado a um tamanho normal; Minho parecia ter voltado a ser a pessoa que era no dia anterior. Sua mente estava inundada de perguntas, de bilhões de coisas que o atormentavam.
— Você estava realmente ciente de tudo? — perguntou com curiosidade enquanto Lee assentia.
— Sim, super lúcido, tipo, mil vezes mais do que o normal. Adorei tudo e todos, até ouvir, tocar, tudo foi aumentado dez vezes, é estranho, não sei explicar...
— E como você conseguiu as drogas? — o mais novo riu, era um ponto que faltava em sua compreensão da noite anterior.
— De Hyunjin, por Jaebum. Ele usou ontem também, mas acho que deve ter reagido melhor. — respondeu. — Não foi a primeira vez e ele está mais acostumado que eu. Dividimos a pílula.
— Sério? — ergueu as sobrancelhas, não esperando isso do Hwang, mas não era algo que o surpreendeu, pensando melhor.
Mas havia um pensamento que ainda torturava sua mente, acima de tudo isso, e o incomodava. Todas aquelas frases que Minho lhe disse no dia anterior, controladas como ele próprio dissera "pela droga do amor", todas as emoções teriam sido multiplicadas e exageradas por culpa da droga? Ou teria ele sequer pensado sóbrio, todas essas coisas? Jisung se perdeu em seus pensamentos, por isso não percebeu o olhar do Lee em si, que parecia tímido ao morder o lábio com tanto interesse. Foi então que, depois de alguns segundos, continuou a conversa com uma voz menos confiante do que o normal.
— Eu sei que disse que estava tudo bem e tudo mais, e é verdade. — passou a mão pelos cabelos, desviando o olhar quando Jisung se concentrou novamente nele. — Mas você poderia me abraçar, Sung? — os olhos do garoto loiro se arregalaram levemente com o pedido do mais velho, antes que ele se recompusesse, querendo demonstrar alguma falta de importância, quando até mesmo Deus sabia o quão nervoso estava.
— Você é tão fofo, nem parece o mesmo de antes. — resmungou quando sua bochecha foi esmagada contra o mais velho, que sorriu vitorioso enquanto o abraçava.
— Achei que eu era "perigoso". — Minho suspirou rindo, sonolento, parecia ter se acalmado dentre o abraço morno, deitado no sofá, aquecido pelo corpo do menor em cujo pescoço havia passado os braços.
Suas pernas haviam se entrelaçado e após alguns minutos de silêncio, onde os dois jovens quase se deixaram levar pelos braços de Morfeu em um sono profundo, Minho sussurrou:
— Não quero fazer o papel do cara que é diferente... Porque não é o caso, mas sempre me fizeram sentir como se fosse, mas com você... É tudo novo. — falou no ouvido do loiro — Com você, sinto que não há problema em ser eu mesmo e que você sempre estará ao meu lado.
— Porque é verdade. — confirmou o outro, com sua voz letárgica.
— Espero que sejamos amigos por muito tempo, Jisung.
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Betado por minseonguittal
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CHERRY PIE 🍒 • minsung | TRADUÇÃO
Fanfiction🍒「 EM ANDAMENTO • LONG-FIC 」 quando Jisung se lembrava daquele verão, lembrava-se daqueles beijos lânguidos, daquelas noites na praia, daquele bando de amigos malucos e do cheiro daquela torta de cereja mal assada. Mas e se ele quisesse que seu amo...