Os três se separaram e Minho acompanhou Jisung até a janela que permaneceu aberta.
— Iremos amanhã à farmácia para desinfetar bem. — o loiro concordou, semicerrando os olhos novamente para seu dedo, com um meio sorriso bobo que não conseguiu conter. — Boa noite.
— Espere — sussurrou, sua voz um pouco mais alta do que pretendia originalmente, enquanto se virava para sair.
Na verdade, não tinha certeza por que o parou, bem, ele o fez, mas agora não sabia o que dizer. No fundo, Jisung estava morrendo de vontade de beijá-lo, agora mesmo, naquele exato momento, um desejo que apenas crescia. Seus olhos encontraram os do mais velho, e esse segundo de troca o fez perder a pequena coragem que estava acumulada dentro dele.
— Amanhã à noite você vem à praia? — Minho assentiu apaticamente, mordendo o interior da bochecha. — Ok, boa noite. — com as bochechas levemente rosadas, se virou para voltar para seu quarto, e mesmo a janela não sendo alta, percebeu que parecia mais complicado ter que entrar.
Com as mãos agarradas às bordas, prontas para dar um impulso, teve que conter um grito ao sentir seu corpo sendo segurado.
— Porra, você me assustou, você está louco?! — murmurou, voltando-se para o mais alto, antes de colocar a perna para dentro, sentando-se na beirada para poder deslizar a segunda perna.
Minho sorriu para ele antes de apoiar os dois braços na janela aberta.
— Boa noite, meu Rei de Copas. — Um sorriso surgiu no rosto do loiro, que se lembrou das coisas que havia lido alguns momentos antes.
— Boa noite, minha Rainha de Espadas. — Minho fez uma careta ao ouvir suas palavras. Balançando a cabeça, logo caminhou para longe dali.
Jisung caiu contra sua cama, após ligar o interruptor, seu rosto esmagado contra o travesseiro. Se seus pais não estivessem dormindo, provavelmente teria chorado. Minho havia tirado suas esperanças ao dizer para não se apegar, quando depois fez coisas que fizeram seu coração bater mais forte do que nunca. Não pensou na ideia de que Seulgi e o Lee haviam passado um tempo sozinhos; havia esquecido esse elemento assim que a mão de Minho agarrou a sua.
Chamou-se de louco várias vezes, só o conhecia há mais de uma semana e só conseguia pensar nele. Mas havia captado diretamente essa atração que sentia por seu físico, que agora sucumbiu a todo o seu ser. Na pior das hipóteses, disse a si mesmo que não havia mal nenhum em ter uma queda por Minho, viveria sua vida como quisesse, tentaria a sorte quando percebesse que as oportunidades se apresentavam a ele e então, se não fosse mútuo, não iria matá-lo. O calor em seu peito era tão estimulante que quase quis silenciá-lo.
Deslizou os braços ao longo do corpo, olhando para o teto por alguns momentos antes de se inclinar para apagar a luz, então adormeceu com um sorriso estampado nos lábios. No dia seguinte, acordou por volta do meio-dia, chamado por seu pai, que repetia seu nome várias vezes. Seus pais conversavam sem parar, enquanto o filho permanecia cansado demais para dizer qualquer coisa.
— Você vem para casa esta noite? — perguntou seu pai, virando-se para o loiro, que balançou a cabeça negando.
A refeição terminou rapidamente e Jisung fez sua higiene no banheiro antes de vestir uma calça creme e uma camiseta branca folgada. Escovou os dentes com certa preguiça, erguendo uma sobrancelha ao observar a notificação do número de Jeongin pedindo para se juntar a ele. Cuspiu a pasta de dente acumulada em sua boca e saiu de seu bangalô para vagar pelos becos verdes até a casa do mais novo.
Yang, saboreando um sorvete em sua varanda, levantou-se com um sorriso ao ver Jisung chegar.
— Você queria me ver? — questionou enquanto se aproximava de Jeongin, acomodando-se na cadeira à sua frente.
— Você prometeu me explicar a história do chupão, e como decidiu brincar de ignorância, estou resolvendo o problema com minhas próprias mãos. — Jisung riu, revirando os olhos.
— Fofoqueiro. — o loiro engoliu em seco ao se aproximar para falar. — Meio que nos beijamos. — Jeongin arregalou os olhos antes de sorrir.
— Que sonho, ele deve beijar bem. — o mais novo comentou enquanto Jisung levantava uma sobrancelha.
— Achei que você gostasse do Hyunjin. — exclamou, dando-lhe um soco no ombro.
— Seu possessivo. — riu antes de levantar uma sobrancelha ao ver dois jovens caminhando em sua direção. — É o Changbin e o Minho vindo ali?
Jisung virou-se para observar os dois conversando enquanto se aproximavam para se juntar a eles. Um leve sorriso surgiu no rosto do loiro, contente por ver que estavam colocando um fim na briga. Tinha presenciado esse momento de guerra entre os dois amigos, relativamente curto, mas ainda assim palpável.
Minho caminhou em direção a Jisung, que o observava. Cumprimentou os dois mais novos antes de convidar o loiro para passear pela cidade com ele para encontrar a farmácia, e sem surpresa, o loiro se levantou concordando, e então eles deixaram o acampamento.
— Você se explicou para o Changbin? — questionou Jisung com curiosidade enquanto Minho assentia fracamente, com as mãos nos bolsos.
— Pedi desculpas por Seulgi e ele se desculpou pelo que disse. — o loiro assentiu, continuando a avançar ao lado do mais alto, sob o sol ambiente.
— Ele sabe... Que vocês se viram ontem à noite?
— Não, e não adianta ele saber disso. Basicamente, eu só fui passear para fumar e me deparei com Seulgi fazendo exatamente a mesma coisa, então conversamos por algumas horas, foi legal, e não fizemos nada além disso.
— E quando surgiu a ideia da tatuagem? — Jisung virou-se para o mais velho.
— Ela me contou sobre o ex dela e disse que trouxe aquela coisa de volta, então fiquei animado e pensei nessa ideia. — Minho explicou calmamente. — Resumindo, ficamos amigos, posso me conter, ok? Não vou pular em cima dela e tirar meu pau das calças como o Changbin disse.
— E... Por que você pensou em mim para a tatuagem? — tentou parecer indiferente, enquanto o outro encolheu os ombros.
— Não sei. — respondeu Minho. — Ah, está ali. — ele apontou distraído para a placa da farmácia, enquanto Jisung virava em direção ao prédio mostrado pelo mais velho, esquecendo sua pergunta anterior.
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Betado por minseonguittal
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CHERRY PIE 🍒 • minsung | TRADUÇÃO
Fanfiction🍒「 EM ANDAMENTO • LONG-FIC 」 quando Jisung se lembrava daquele verão, lembrava-se daqueles beijos lânguidos, daquelas noites na praia, daquele bando de amigos malucos e do cheiro daquela torta de cereja mal assada. Mas e se ele quisesse que seu amo...