🍒「 EM ANDAMENTO • LONG-FIC 」
quando Jisung se lembrava daquele verão, lembrava-se daqueles beijos lânguidos, daquelas noites na praia, daquele bando de amigos malucos e do cheiro daquela torta de cereja mal assada. Mas e se ele quisesse que seu amo...
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Jisung retornou silenciosamente ao seu bangalô, sem olhar para trás. Durante todo o caminho, ele conteve as lágrimas e, quando passou pela porta, com o sorriso falso que deu aos pais, esparramou-se na cama, encharcando seu travesseiro com as gotas salgadas.
Com a cabeça entre as almofadas, mordeu o lábio por alguns momentos, antes de começar a soluçar alto sem conseguir se conter. Ele já esperava e sentia-se humilhado na opinião dele, saber que tinha sido tão óbvio sobre seus sentimentos. Estava convencido de que Minho sabia, como não poderia?
Sentia-se humilhado, pois tinha a impressão de Minho ter dito a ele, em outras palavras, "você é óbvio, pare de me perseguir". Não sabia se queria chorar porque havia prejudicado totalmente seu orgulho ou se realmente se importava com ele, apesar de se conhecerem há apenas duas semanas. Pensando bem, disse a si mesmo que era só porque era o primeiro cara por quem tinha se apaixonado e que dentro de um mês esqueceria seu nome. Mas por que agora ele se sentia tão arrasado? Por que tinha que doer tanto?
Ele se virou quando conseguiu acalmar as lágrimas e, ao mesmo tempo, uma notificação em seu celular o fez vibrar. Agarrou-o, ofegante, não sabia bem quem era, mas não estava mais com vontade de se comunicar com o resto do mundo. Seus olhos se arregalaram quando descobriu o nome do contato de Minho.
Minho: Eu não sou do tipo que confia em mim mesmo e na maioria das vezes me sinto infeliz haha. Recebido às 01:34 Minho: Eu realmente me importo com você e não consigo me imaginar tirando vantagem de você ou sei lá, agradeço por te ter comigo. Recebido às 01:36
O loiro olhou para sua tela por alguns instantes, não sabia bem o que deveria responder. Os dois jovens estavam fazendo rodeios, ninguém havia dito claramente a origem do problema, e isso deixou o mais novo desconfortável. Bufou, pressionando o aparelho contra o rosto, morrendo de vergonha.
Jisung: Desculpe. Enviado às 01:38
Minho: Por que está se desculpando? Recebido às 01:38
Jisung: Desculpe por envergonhar você. Enviado às 01:39
Minho: Amanhã precisamos conversar, discutiremos melhor sobre esse assunto. Recebido às 01:40 Minho: Bem, se você quiser, claro. Recebido às 01:40
Jisung: Nos vemos amanhã. Enviado às 01:41
O loiro ativou o modo silencioso sem esperar resposta, desligando o celular. Minho era uma boa pessoa, não duvidou nem por um momento, mas compreendeu as suas palavras anteriores. Talvez Minho não tivesse aquela estabilidade que tornava a sua vida sábia e segura, mas nem por isso Jisung duvidou dele. Depois de muito tentar, finalmente adormeceu, depois de tantas lágrimas e soluços que preencheram o resto de sua madrugada. Talvez precisasse de um pouco de tempo para ganhar a perspectiva necessária sobre a situação.
