Capítulo 18

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Já era tarde, passava das três e meio, Felix e Jane estava a todo vapor debaixo dos lençóis, eles realmente terminaram mais tarde o que haviam começado na praia

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Já era tarde, passava das três e meio, Felix e Jane estava a todo vapor debaixo dos lençóis, eles realmente terminaram mais tarde o que haviam começado na praia.

– Shh... – ele disse, pedindo para que ela ficasse quieta e gemesse mais baixo. Os movimentos de vai e vem eram lentos e prazeroso, ele gostava de aproveitar cada momento e explorar todo o corpo de Jane.

Ele deixa um beijo estalado nos lábios da garota que agora ofegava tentando recompor a respiração desregulada depois daquela incrível noite, ela aninhasse nos braços do namorado e eles ficam assim por uma tempo, em silêncio apenas aproveitando o momento e tudo o que acabará de acontecer.

– Vou encher a banheira para tomarmos banho, tudo bem? Ligar o chuveiro agora é pedir muito para sermos pegos no flagra. – Felix sorrir assentindo e assiste quando Jane levanta da cama nua, ela desfila de propósito para ele que sorriu ainda mais, ela some dentro do banheiro e ele senta-se na cama sentindo os músculos dos braços tremerem, havia sido uma noite e tanto.

Ele levantasse se enrolando na toalha que havia achado na cadeira do quarto, cata todas as roupas do chão, arruma os lençóis da cama e escuta Jane na porta do banheiro pedindo para que ele levasse a toalha. Felix olha de um lado para o outro tentando achar uma outra toalha para ela já que estava usando uma. Então ele decide abrir as gavetas da cômoda enquanto procurava, quando chegou na última, ela parecia estar emperradas, mas quando ele puxou com mais força da segunda vez, a gaveta saiu e viu que lá haviam várias fotos emolduradas.

– Não precisa mais, eu achei a toalha. – Jane diz saindo do banheiro e se depara com Felix abaixado no chão, ele segurava uma das molduras nas mãos quando se levantou e virou-se na direção dela, Jane sentiu seu coração batendo muito mais rápido.

– Essa é você? – ele mostra a pequena garotinha de cabelos cacheados na foto ao lado dos pais, mesmo estando longe, podia jurar estar vendo a mão dele tremer. – Você é essa Jane? – mais uma vez ele pergunta, com o trauma, Felix aprendeu a bloquear certos acontecimentos de sua mente para não ter que lidar com isso sempre, mas as vezes ele ainda lembrava dos acontecimentos menos dolorosos, como Jane derrubando todo o seu lanche sobre ele, o empurrando na frente de todas as crianças, fazendo-o partir o queixo enquanto brincava no parquinho, aqueles eram os menos dolorosos mas em sua mente, não conseguia lembrar de Jane com clareza, foi só quando viu a foto que tudo veio a tona.

Por fora ele parecia calmo e sereno, mas por dentro sentia o seu coração doer, como se estivesse sendo enganado por todo esse tempo, como foi se apaixonar logo pela pessoa que mais o feriu em toda a vida? Que o fez se odiar em cada momento de sua infância enquanto ele tentava mudar e ser ainda mais gentil para que ela gostasse dele pelo menos um pouquinho?

– Você sabia que era eu e não disse nada? Escondeu todas as fotos da casa para que eu não descobrisse? – ele questiona, ainda calmo enquanto ela estava parada na porta do banheiro enrolada em sua toalha sem saber o que dizer. – Você não planejou isso, planejou? – desconfiado, ele franziu o cenho e mordeu o lábio inferior tentando conter o nervosismo, queria fugir dali.

– Na primeira vez que fui no hospital, não sabia que você trabalhava lá, eu reconheci você por causa das sardas. – sua voz sai trêmula.

– As sardas que você tanto odeia. – ele disse baixo e irritado ao lembrar de como começou a odiá-las por causa de Jane, lembrando-se até do dia em que pesquisou na internet procedimentos para retirá-las, do dia em que usou a maquiagem da mãe para escondê-las. – Eu falei sobre isso quando chamei você para jantar na primeira vez, como pode escutar calada e não dizer nada? Você mentiu, escondeu algo que sabia ser importante para mim e por quê? – Felix arremessou a foto sobre a cama e voltou a olhar para Jane que apertou os olhos reunindo coragem para continuar e falar.

– Me senti péssima na primeira vez que vi você e lembrei de todas as coisas horríveis que fiz, no começo eu... estava tentando tirar esse sentimento de mim.

– Então mais uma vez era sobre você? – ele parecia incrédulo.

–  Isso foi antes de me apaixonar por você... – Jane sussurrou e viu Felix pegar suas roupas.

– Oh por favor. – ele debochou rindo. – Se sentisse mesmo algo por mim não teria se escondido atrás de todas essas mentiras. – Felix passou por Jane adentrando o banheiro e vestindo suas roupas o mais rápido que conseguia, quando ele abre a porta, Jane está parada em sua frente impedindo a sua passagem.

– Felix por favor, tente entender porque não contei, eu odeio lembrar a forma como tratei você naquele tempo.

– Se você odeia lembrar então imagina só eu que passei por isso, eu contei que minha mãe me colocou colocou na terapia por sua causa e mano sabendo disso você não foi capaz de abrir a boca e me contar a verdade e agora eu não consigo acreditar em nada do que você diz porque você era uma manipuladora! – ele gritou.

– Eu era uma criança! – Jane gritou exausta, com o coração agora batendo mais rápido do que nunca enquanto sentia o seu rosto molhado pelas lágrimas que caiam sem parar.

– E isso importa? Você foi um monstro comigo! – ele gritou de volta, também exausto por ter que lidar com aquele sentimento mais uma vez. – e eu me lembro de cada detalhe todos os dias.

Felix pegou a mala debaixo da cama, abriu e colocou de volta algumas roupas que estavam espalhadas e quando a fechou agarrando a alça, olhou para Jane que ainda o assistia sem dizer uma única palavra. Jane... Sua Jane, mas também a garota que havia partido o seu coração em milhares de pedaços, que ainda o fazia se sentir inseguro com o próprio rosto e as roupas que usava mesmo que já tivessem se passado dez anos.

"quando eu pedir você em namoro, vai ser com a certeza de que vamos ficar juntos, não só por alguns meses ou anos, mas sim para sempre."

As próprias palavras ecoavam em sua cabeça, disse estar perdidamente apaixonado por ela, tão apaixonado que pediu permissão diretamente ao seu pai para poder namorá-la. Tão apaixonado que jurou ter certeza de que ela era a garota certa para a sua vida, que apresentou para a família e agora, não tinha mais certeza de nada, queria correr até ela, beija-la e dizer que ainda estava apaixonado da mesma forma, mas seria mentira porquê a Jane que estava a sua frente agora não parecia ser a Jane com quem passou os melhores dias de sua vida.

Quando Felix caminhou em direção a porta do quarto e a abriu, sentiu os braços de Jane rodearem a sua barriga, uma pontada de dor o atingiu no peito e os seus olhos arderam ameaçado deixar rolar as lágrimas que estava segurando. Ele colocou a mão livre por cima das mãos entrelaçadas de Jane e as olhou por um instante antes de se desfazer do abraço e sair pela porta do quarto.

In the middle of the night | Felix | Stray Kids | Lee FelixOnde histórias criam vida. Descubra agora