Capítulo 08

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Janeanne, Janeanne, Janeanne, Janeanne, maldito seja os cabelos cacheados de Janeanne,  maldito seja o cheiro de coco empregado neles, maldito seja os seus olhos cor de mel, maldito seja o dia em que ela topou em minha vida e maldito seja eu, por não conseguir tirá-la da minha cabeça.

– Já está liberado por hoje Felix, por que ainda está aqui? – Não tenho certeza mas acho que já fazem vinte minutos que eu estou sentado na sala de espera do hospital olhando em direção a recepção onde várias pessoas adentravam mas nenhuma delas era quem eu esperava que fosse. Quando Mary me chama, pego a minha mochila do chão e enfio na costa.

– Já estou indo. – O que eu queria afinal? Que Janeanne adentrasse esse hospital todos os dias? Fui um completo idiota por não ter pedido o seu número naquele dia e estou sendo um completo idiota agora por ainda pensar nela. – É só uma paciente Felix, só uma paciente que adentrou o seu caminho e agora você não para de pensar nela porque é um bobo. – Suspiro profundamente tentando lidar com a minha frustração enquanto caminho para o ponto de ônibus mais uma vez naquela semana.

Preciso comprar o meu próprio carro, tirei minha habilitação quando fiz dezesseis anos e não a uso já tem bastante tempo, já faz mais ou menos um ano que eu penso em me mudar para um apartamento só meu, ter a minha privacidade e minhas próprias regras e esse pensamento continua assim, em pensamento. Tenho certeza que minha mãe não vai aceitar isso muito bem e fazer todo um drama para que eu fique, ainda mais por causa de Olivia, sempre fomos apenas nós três.

Ou eu posso comprar um carro e me livrar de pegar ônibus todos os dias com pessoas suadas ou posso por enquanto arrumar um lugarzinho só meu.

Quando entro no ônibus e me sento perto da janela, uma criança sentada no acento da frente se vira olhando para mim, ela chupava o polegar e tombava a cabeça para o lado parecendo tentar entender algo, a certas coisas sobre mim que as pessoas não sabem, eu tenho receio de estar perto de crianças, já atendi muitas no hospital mas me esforçando ao máximo para não dar no pé e ser profissional.

Caminhava em direção aos balanços que haviam na frente da escola e como sou distraído, acabo tropeçando em algo, mas quando ouço as risadinha atrás de mim percebo que eram Jane e suas amigas idiotas, sento-me sobre minhas pernas e sinto o ardor em meu queixo. Havia batido com o queixo no chão e enquanto olhava para o pouco de sangue em minhas mãos, Jane passou por mim com a sua pior cara, a cara que ela sempre fazia para que eu soubesse que ela me desprezava.

A garotinha acena para mim ainda com o dedão na boca e eu surpresa com o gesto aceno de volta, não é todo dia que isso acontece. Quando finalmente desço no ponto, caminho mais alguns passos até finalmente entrar em casa.

– Chegou cedo, Olivia e eu fomos na sua avó hoje, ela disse que estava morrendo de saudades de você. – Ouço minha mãe dizer e me sento largado ao lado de Livie no sofá.

– A vovó nem deve lembra de mim mãe.

– Não fale assim, ela pode esquecer as vezes mas lembra... – Recebo uma cotovelada de Olivia e resmungou baixo retribuindo, não menti em nada do que disse. A vovó realmente não lembra de mim.

– O que tem de errado com o seu rosto? – Olivia perguntou para mim tirando os olhos do celular e franziu o cenho. – Você parece, feliz?

Instantaneamente eu jogo a cabeça para trás gargalhando alto.

– Você sempre chega em casa todo murcho, nunca senta no sofá e conversa com a gente, tá usando droga?

– O que? Olivia! – Mamãe grita e ela da de ombros. – Em parte eu concordo com ela, você sempre chega muito para baixo, aconteceu algo especial?

São minha família, devo contar que não paro de pensar numa garota que conheci no hospital e não pedi o número do celular dela?

– Janeanne, uma garota que eu conheci lá no hospital.

– Sabia que tinha mulher envolvida... – Olivia murmurou e voltou a sua atenção para o celular.

– Nós saímos para jantar uma vez mas eu não... Eu não pedi o número dela.

– E por que não? Você está solteiro a muito tempo Felix, talvez já seja hora de você investir num relacionamento sério, você já tem vinte e um anos. – Mamãe diz vindo em minha direção e sentasse no sofá ao meu lado. – Namore com ela por pelo menos dois, três anos e aí você pode noivar com vinte e cinco anos, e casar com vinte e sete porque mulheres precisam de no mínimo dois anos de noivado, não me pergunte o porque, apenas aceite o conselho.

– Você nem a conheceu e já quer que eu me case com ela? – Minhas sobrancelhas estão bem arqueadas com a supresa, ela já tinha pensado em tudo.

– O que você sabe sobre ela?

– Ela tem namorado ou tinha ainda não sei.

– Puts. – Olivia murmura olhando ainda para o celular. – Que azar, talvez ela aceite um relacionamento a três, vi que tá na moda.

– Olivia! – Mais uma vez mamãe a repreendeu.

– O que? Não é legal que tenham gourmetzado os chifres? Assim você pode trair sem se sentir culpada. – Ela rebate e mamãe avança puxando o celular de sua mão.

– Sem celular por uma semana, suba para o seu quarto antes que eu decida tirar o seu notebook também.

In the middle of the night | Felix | Stray Kids | Lee FelixOnde histórias criam vida. Descubra agora