Capítulo 25

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Estava aconchegante debaixo do edredom, a cama estava um pouco fria e o barulho da chuva contra a minha janela deixava o clima mais gostoso, quase impossível de acordar.

Um murmuro escapa pelos meus lábios quando viro-me para o outro lado e sinto um corpo quente, os meus olhos se abrem lentamente e eu ergo a cabeça vendo que Jane estava dormindo ao meu lado. As memórias da madrugada invadem a minha mente e um sentimento estranho se instala em mim.

Jane boceja e virasse em minha direção, ela esfrega os olhos com as mãos e olha para mim sem dizer uma única palavra, e não era preciso, o silêncio era a melhor resposta para tudo. Os seus olhos percorrem cada centímetro do meu rosto e vejo um sorriso ladino crescer quando ela olha para a minha boca.

Ela põe as pernas para fora da cama e levanta-se alongando os braços para cima, usa o edredom da cama para se cobrir e anda de um lado para o outro no quarto a procura de suas roupas.

Jane da a volta na cama e pega sua calcinha que estava jogada sobre a minha mesa de cabeceira, no mesmo instante o meu celular se acende e ela olha para a tela. Posso ver nitidamente quando toda a sua felicidade matinal escapou rapidamente de seu rosto, sua face virou uma carranca e eu pego o aparelho para ver o que era tão horrível.

Mady: tudo certo para hoje à noite, bebezão?

Mady: já passam das dez e você ainda não acordou? devo chamar a polícia?

Fecho os olhos e inspiro uma quantidade de ar generosa, tão generosa que Jane poderia cair agora mesmo no chão com falta de ar. Quando deixo o ar esvair-se dos meus pulmões, percebo que Jane já estava dentro do banheiro. Ouço o chuveiro ligado e penso se seria uma boa ideia entrar ali com ela, mas logo mundo de ideia. Ela estava chateada pelas mensagens que viu em meu celular e eu não a culpo, também me sentiria péssimo se fosse comigo depois do que aconteceu.

Ela sai do banheiro vestida e sai do quarto às pressas, será que estava arrependida?

Levanto-me da cama vestido com a calça moletom de ontem a noite e saio do quarto indo atrás de Jane, ela estava calçando os sapatos quando adentrei a sala, nenhum de nós havia falado uma palavra se quer.

– Janeanne? – a chamo e ela empertiga-se no sofá ao ouvir minha voz um pouco mais grave por ter acordado a pouquíssimo tempo.

– É sério? Você e ela? – suas mãos se entrelaçam apoiadas nos joelhos e ela olha para mim.

– Nós estamos saindo. – vejo quando suas sobrancelhas franzidas relaxam e ela olha para a mesa de centro, conheço Jane o suficiente para saber que ela queria falar muitas coisas naquele momento. – Eu não devia ter permitido que aquilo acontecesse entre nós dois, você estava bebendo e...

Não devia ter permitido? – o seu tom é cheio de incredulidade, novamente as suas sobrancelhas estão juntas numa feição zangada. Um riso sínico escapa dos seus lábios e ela levantasse do sofá. – Eu pedi perdão pelo o que fiz, dei espaço para você e esperei até quando você já estava dormindo com outra, mas ouvir você dizer que está arrependido do que fizemos é muito mais do que eu posso aguentar.

Ela suspira e abaixa a cabeça quando os seus olhos começam a brilhar.

– Eu sei que você e ela não estão apenas saindo, você gosta dela. – Jane leva a mão até o canto dos olhos e enxuga uma lágrima. – Não importa quantas vezes eu tente demonstrar o meu amor por você, nunca vai ser o suficiente para que você me olhe como olhava antes.

Apressada ela andou e saiu pela porta.

Então era isso, Jane desistiu.

Jane desistiu de mim.

In the middle of the night | Felix | Stray Kids | Lee FelixOnde histórias criam vida. Descubra agora