Capítulo 24 + 18

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No meio da noite, quando um estrondo no céu me tira do sono, calço minhas pantufas e caminho ainda sonolento pelo quarto, são quase três da manhã e chovia como nunca do lado de fora. Mais um estrondo me assusta e ouço as janelas do apartamento vibrarem, era a segunda semana que chovia sem parar.

Quando saio do quarto, ouço algo bater contra a minha porta, a chuva do lado de fora fazia tanto barulho que mal conseguia ouvir.

Ainda receoso eu atravesso a sala e olho pelo olho mágico mas tudo o que vejo é os cabelos de alguém, abro a porta sem tirar a tranca e quando finalmente posso ver, abro a porta por completo.

Ela estava ensopada, pingando dos pés a cabeça coberta por um sobretudo preto.

– O que faz aqui a essa hora? – pergunto a puxando para dentro, empurro o seu casaco para trás e o tiro, ela estava tremendo de frio. – como sabe onde eu moro?

Ela não responde, levo-a até o banheiro e ajudo a secar os cabelos agora pesados pela água da chuva, ela ainda não diz nada, permanece sentada sobre a tampa do vaso sanitário enquanto enrolo a toalha em sua cabeça. Corro até o meu quarto e pego uma muda de roupa para ela se aquecer, quando volto ao banheiro, ela já está de calcinha e sutiã enxugando o resto do corpo.

Coço a garganta e a nuca ao mesmo tempo enquanto ergo as peças dobradas em sua direção, ela não conseguia se manter de pé, apoiava-se com uma mão na pia enquanto a outra entregava a toalha pelas pernas.

– Jane? – a chamo e ela olha em minha direção deixando a toalha cair no chão. Não tendo escolha, me aproximo para ajudá-la a se manter de pé e agarro seu braço a trazendo para mais perto. – vista isso, precisa se aquecer para não ficar resfriada.

– Você quer me aquecer? – o meu coração erra a batida e eu sinto um soco no peito, assinto que sim sem deixar com que aquilo parecesse constrangedor, abro a blusa e enfio por cima da sua cabeça, ela coloca os braços sem reclamar e sorrir quando a blusa se encaixa no seu corpo.

– Está bom? – pergunto e ela assente, me abaixo um pouco mais e abro a calça moletom para que ela vista, a visão das suas pernas arrepiadas me deixava delirante. Ela enfia um pé de cada vez e eu puxo a calça para cima apertando o cordão em um nó para segurar em seu quadril. – vem, vou preparar algo quente para você beber e depois, vai me dizer o que estava fazendo na rua em pleno temporal as três da manhã.

Agarro sua mão e a guio em direção a cozinha, faço um chá quentinho para ela que bebe em silêncio enquanto estava encostada sobre a ilha da cozinha, parecia estar em outro planeta, as suas pálpebra moviam-se lentamente enquanto ela bebia o chá em silêncio, tentava ler a expressão em seu rosto mais ela parecia completamente indecifrável.

– Como sabia onde me encontrar? – finalmente pergunto quebrando o silêncio enquanto permanecia em sua frente encostado sobre a pia. Ela afasta a xícara dos seus lábios e sorrir sem mostrar os dentes soltando ar pelas narinas.

– Faz um tempo que sei onde você mora, sua mãe me contou. – pela primeira vez na noite ela faz contato visual e percebo um olhar diferente em seus olhos, quase o mesmo olhar do dia em que me viu com Madyson no restaurante. – Por que não contou para ela?

Agora eu estou olhando para os meus pés cobertos pelas pantufas fofas que Seungmin me deu porquê viu no shopping e lembrou de mim.

– Não contei porque ela gostou de você... – deixo o ar que nem sabia estar segurando escapar pelas minhas narinas e olho para ela. – O que veio fazer aqui?

– Sendo sincera, não tenho ideia. – ela pousa a xícara sobre a pia, apoia os braços atrás do balcão e olha para mim. – estava bebendo com alguns amigos e quando me dei conta estava na sua porta.

In the middle of the night | Felix | Stray Kids | Lee FelixOnde histórias criam vida. Descubra agora