Capítulo 30

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– Jane! – chamo-a, parecia estar no mundo da lua. – Você não gosta dele, não é? – estou tão nervoso, minhas mãos estão quando e parecia ter um sol dentro daquele quarto, estava morrendo de calor.

— E-eu não sei, não sei o que você quer que eu diga. — ela estava hesitante, não quero acreditar que ela sinta algo por ele, simplesmente não posso aceitar isso. Jane parecia tão perdida, ela caminhava pelo quarto brincando com os dedos das mãos parecendo mais aflita do que estava demonstrando.

— Quero que você diga que ainda existe uma chance para nós dois! — estou tão frustrado que acabo berrando, ela me olhava com os olhos arregalados e eu engulo em seco com vergonha de como estava reagindo, como um sentimento é capaz de me fazer chegar a esse ponto. — Jane, por favor, diga que não sente nada por ele, diga que vocês só estavam... ficando, saindo, pode me dizer qualquer coisa, qualquer mentira, mas por favor não diga que você tem sentimentos por ele.

— Felix... — seus olhos estão marejados segurando lágrimas dolorosas que imploravam para cair. Jane caminha em minha direção e toca o meu rosto com a palma de sua mão, ela tinha cheiro de torta de pêssego. Seu toque é tão gentil e suave que deito a minha bochecha ali. — Eu te amo. — ela diz — mas eu não conseguiria viver ao seu lado sabendo que lhe causei tanta dor e você não aguentaria olhar para mim porque as lembranças viriam em sua mente.

— Não, não diga isso, você não sabe como eu me sinto. Eu te amo Jane, eu te amo e esse amor é tão grande que eu perdoei você por tudo aquilo, entendo que você era uma criança e...

— Felix? — ela me chama e eu paro de tagarelar, estava me sentindo perdido, meus olhos estão presos aos seus e o meu coração se parte quando a vejo chorar. — Eu fiz você odiar suas sardas, machuquei você fisicamente e psicologicamente.

— Para de falar! — mas uma vez eu berro e me desvencilho de sua mão. — Você está arrumando desculpas, não quero que me lembre disso!

— Você lembra de tudo isso sempre!

— Eu não consigo esquecer!

Estamos gritando um com o outro quando a porta do meu antigo quarto se abre e eu me viro na direção oposta enxugando os meus olhos.

— Jane, o Hyunjin tá lá na sala. — Olivia avisa e eu me viro para Jane.

— Tudo bem, diga que já estou descendo. — ela assente e fecha a porta do quarto nos deixando sozinhos mais uma vez.

O silêncio entre nós parecia nova iorque, eu estou olhando para ela enquanto ela quem enxugava os olhos desta vez.

— Nós só vamos magoar muito mais um ao outro... — ela diz

Tenho vontade de lhe dizer o contrário mas ao invés disso, minhas duas mãos estão em seu rosto a puxando para um beijo. Ela suspira quando os nossos lábios se tocam e eu continuo a beija-lá como quis fazer desde o dia em que nos separamos.

Algo em meu peito queimava como fogo e eu aprofundo ainda mais aquele beijo quando ela cede, deslizo as minha mais para os seus quadris e ela suspira quando meus dedos entram por debaixo da sua blusa, ela não queria parar, ela me amava e estava errada em querer me afastar achando que isso seria melhor para nós dois.

— Eu te amo... — sussurro em seus lábios e ela encosta sua testa na minha — eu te amo como nunca jamais em toda a minha vida amei alguém, eu sei que você acha que essa é a coisa certa a se fazer mas não é, não podemos nos privar desse sentimentos por medo do passado. — ela não diz nada, apenas permanece onde estava junto a mim. — eu estou disposto a tudo se você também estiver, Jane.

— E-eu preciso de um tempo... — ela se desvencilhou de mim e correu para fora do quarto, eu fiquei imóvel vendo-a escapar por entres os meus dedos sem forças suficientes para agarra-la mais uma vez, sem forças para lutar por esse amor tão frágil.

Me sento no minha antiga coma pensando em tudo o que tinha acabado de acontecer, me deito encolhido, abraçando os joelhos e fico ali até a minha mãe entrar perguntando o que tinha acontecido, eu não precisei dizer nada, ela se deitou atrás de mim, me abraçou e eu chorei, chorei porque me sentia um completo idiota e um adolescente mais uma vez.

...

— O que você vai querer comer? — Hyunjin me pergunta quando chegamos em sua casa.

— Na verdade estou sem fome. — digo acompanhada de um longo suspiro, sentia um peso enorme no peito que doía tanto a ponto de me fazer chorar sem nem perceber.

— O que houve? — atencioso como era, ele se sentou ao meu lado em sua cama e enxugou os meus olhos.

— Felix e eu conversamos hoje.

Eu o olho nos olhos e vejo que ele tinha sido pego de surpresas, Hyunjin podia ser fechado, egocêntrico e até mesmo um pouco egoista mas ele gostava de mim e se importava comigo. Ele vira-se para a frente olhando para os dedos das mãos esperando com que eu continuasse a falar mas também parecendo já saber o que tinha acontecido, nunca quis magoá-lo, ao contrário do que Felix pensava, eu gostava de Hyunjin.

— Eu gosto muito de você Hyunjin mas acho que devemos acabar com isso.

— Gosta muito de mim? — ele pergunta e rir sem graça em seguida. — Gosta muito de mim mas ama ele, não é? 

Eu engulo em seco tendo a certeza de que ele sempre soube daquilo mas nunca disse nada.  Eu tentei esquecer Felix por muito muito tempo, segui em frente como ele também havia feito mas o que sentíamos um pelo outro era muito maior do que a distância que nos mantinha distantes.

— Eu sinto muito...

Hyunjin assente com a cabeça mas não diz mais nada, ele se levanta da cama com a chave de sua moto nos dedos e me chama para me levar para casa, eu concordo, subimos em sua moto e seguimos até a minha casa. Aquela situação era tão doloroso e confusa.

Desço da moto assim que paramos em frente a minha casa e entrego o capacete a ele.

— Obrigada Hyunjin, por tudo. — ele ainda estava sentado em sua moto, eu me aproximo e beijo a sua bochecha com todo carinho que sentia por ele.

Quando me afasto, ele olha para as botas nos pés, coloca as mãos no guidom da moto e assente para mim.

— Te vejo por aí. — ele da a partida e vai embora sumindo da minha vista.

In the middle of the night | Felix | Stray Kids | Lee FelixOnde histórias criam vida. Descubra agora