💗 Confissões- Ochaco Uraraka💗

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Ochaco...

Quando é que as coisas começaram a se perder?

Quando é que tudo se tornou tão complicado?

Quando é que eu me viciei em você?

Quando é que eu me deixei levar?

Talvez seje meu medo de ser descoberta...

Talvez seje meu receio de não ser correspondida...

No entanto...

Ainda sim...

Sem que eu perceba, seus traços, a imensidão do seu olhar, até mesmo o contorno singelo de seus lábios ao sorrir, me prendem, me dominam por completo. São tais coisas, pequenas coisas, das quais me fazem ter coragem de pelo menos continuar te admirando de longe. Admito que este é o meu maior crime.

Te desejar, mesmo sabendo que jamais poderei te alcançar.

Pelo menos assim, eu posso te amar, mesmo que seje em segredo, mesmo que me machuque te ver feliz com um outro alguém...

Vou continuar a te amar infinitamente.

Garota, você surgiu em minha vida feito uma tempestade, me abalou, me desconcertou e me fez entender que amar está além do que se pode ver, além do que se pode sentir. Na época eu era ingênua demais para admitir, teimosa demais para entender que o "Para sempre" não se trata do depois, mais sim do agora.

Se trata do que estamos dispostos a fazer para sustentar tal amor, do que estamos dispostos a sacrificar para não perder algo tão mágico, algo tão único, tão nosso. S/n você me propôs algo fantástico, me mostrou o caminho da felicidade e ainda sim... Eu hesitei.

Admito, tive medo. O arrependimento que corrói o meu peito neste instante é prova disto. Mas por favor tente me entender, haviam coisas das quais eu não poderia simplesmente abrir mão, haviam coisas dentro de mim que não me permitiam ver que o melhor para mim era você, e por isto, eu me contive. Tive de me contentar apenas com suas memórias, recordações e possíveis devaneios... Tudo por causa deste maldito medo.

Ainda me recordo do primeiro dia em que nossos olhares se cruzaram em meio aos corredores agitados da Yuei. Você estava linda, mesmo que perdida por entre a multidão de alunos, mesmo que lutando por um a resposta válida do bendito armário 313 que vivia emperrando o cadeado, você ainda estava linda. Lembro-me do seu jeito desajeitado com as palavras, da forma como sempre se metia em encrencas ao desafiar o Katsuki e que vivia travando uma guerra sangrenta entre os seus bolinhos de arroz e os pauzinhos que insistiam em saltar contra sua cara. Era divertido, te admirar, gravar cada detalhe mínimo do qual sua face esboçava todas as vezes que sua comida voava para longe.

Todas as vezes em que você sorria do seu próprio fracasso.

Todas as vezes que você sorria para mim.

Sei que vacilei, sei que fui eu, a tola ao não lhe dar o devido valor. Sei que fui egoísta o suficiente para lhe ignorar, de dizer palavras duras e até mesmo excluir de minha vida, porém o pânico havia tomado conta de mim. Eu estava com tanta vergonha de te amar, que a ideia de ser julgada, maltratada pelo que eu sou, me levaram a crer que a culpada de tudo isto era você. Eu nunca havia sentido tais coisas, tais sentimentos puros, profundos o suficiente para dominarem minha mente, meu coração, todo o meu ser.

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