💧A fazenda- Part. 2💧

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A noite já havia se feito, a brisa dos alpes arrepiavam minha pele exposta e se eu dissesse que a luz do luar nos iluminava, seria mentira, afinal os arranhões em minha face descrevia o quão míope e perdida eu estava entre todo aquele matagal.

Após mais alguns minutos de caminhada, paramos em uma bifurcação feita entre as raízes de uma árvore e uma parede de rochas, na qual Keigo presumiu ser o mais seguro para passarmos a noite.

-... Será que dá para ir mais rápido com isso?- Reclamo esfregando meus braços por conta do frio, enquanto o espertalhão se esforçava para acender a fogueira com apenas um graveto.

- Calma princesinha, isto requer tempo e técnicas milenares.- Ele se gaba, quando na verdade eu me continha para não rir de sua cara.

- Técnicas milenares?- Debocho de sua cara ao arrancar um esqueiro do meu bolso.- Dá licença vai.- Sorrio vitoriosa ao acender a fogueira em poucos segundos.- Isto se chama fogo, caso não saiba, Jeco.

- Mas... por que... como? - Balbucia indignado.- Se tinha um esqueiro desde o início, por quê não me avisou?

- E perder você bancando o Tarzan...

- Maldosa!- Keigo cruza os braços e faz bico.

- Você ainda não viu nada.- O provoco me arrependemos na hora pelo comentário de duplo sentido e pelo clima que se instalou entre nós.- Enfim...- Pigarreio.- Que tal eu lhe fazer algumas perguntas? Para te conhecer melhor.

- Até que enfim resolveu assumir seu interesse pelo peão aqui.- Sorri ardilosamente se aproximando mais de mim.

- Lamento em te informar, mas isto...- Aponto para nós dois.-... não passa de uma relação estreitamente profissional. Além do mais, eu prefiro galinha fritas e bem passadas no meu prato!- Estreito os meus olhos ao ver o abusado sorrir mais anda com o meu comentário.

- Sou todo seu.- Ele confessa levantando as mãos em forma de rendição.

- Ótimo, agora vamos as perguntas...

- Mas antes, tenho algumas condições...- Ele me corta.- Claro, se não for pedir muito.

- O que você quer?- Reviro os olhos entediada ao vê-lo puxar minha mão- mais precisamente meu dedo mindinho- e o selar junto ao seu em forma de promessa.

- Regra número 1: nada de me chutar, morder ou se quer xingar; Regra número 2: sempre diga "sim mestre" quando eu lhe chamar e Regra número 3: apenas me beije.- Diz na maior cara de pau.

- Horas seu... - Tento o acertar com minha pequena agenda, no entanto o desgraçado desvia facilmente.

- Você prometeu!- Joga em minha cara, dando altas gargalhada pelas minhas tentativas falhas de o capturar.

- Te orifício que eu prometi!- Berro exasperada.- Volta já aqui!- Exijo correndo atrás do mesmo.

Pareciamos duas crianças correndo sob a luz do luar, as folhas caim vagarosamente sobre nós é a terra úmida sob os meus pés, dava uma certa sanção de conforto e acolhimento. A questão é que em anos eu estava me divertindo pra valer, o céu era o limite e as estrelas a platéia que nos saldavam calorosamente.

Perdi tanto tempo contemplando apenas aquele instante, que nem me toquei que o brutamontes havia desaparecido do meu campo de visão.

- Não tem graça... Ei, galinha pintadinha, cadê você ?- Grito a sua procura.

Observo ao meu redor a procura de qualquer vestígio ou sinal daquele Jeco, mas nada. Aparentemente eu estava sozinha em meio a mata.

- B-brutamontes é sério, apareça.- Peço escutando alguns barulhos esquisitos.-.... Keigo, por favor ?

50 Tons de BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora