Sereias.
De acordo com a mitologia, tratam-se de criaturas magníficas. De beleza exuberante, misteriosas e admiravelmente traiçoeiras. Alguns insistem em se aventurar em águas turvas, outros juram de pés juntos que não passam de aproveitadoras, demônios disfarçados e sedentos pelo seu maior desejo. Prazer. Mas eu... gosto de imaginar que se trata de anjos.
Apesar de uma rotina atípica, ainda sim, tive o prazer de vivenciar tamanha magia. Já faz algum tempo desde o ocorrido, mas gosto de relembrar cada segundo ao seu lado. De sua pele bronzeada, do seu sorriso arrebatador e do seu olhar fugaz do qual me conquistou antes mesmo que eu percebesse. Seu nome era S/N, uma nativa de uma terra distante sob um país tropical, onde água de coco é dado como refresco dos deuses e xilenos de dedos são como artigos de luxo. Eu me lembro o quão aborrecido eu estava em ter que fazer sala para um bando de selvagens apenas para agradar meu pai, me recordo da amargura que foi vê-lo seguir em frente sem mim, sem minha mãe... mas bastou um único momento, um único toque da lua sob minha pele, para eu compreender o quão poderoso o amor poderia ser.
Ainda me pego imaginando como seria se ela não tivesse partido. Se ela não tivesse levado consigo o meu coração e qualquer esperança de superá-la. Chega a ser ridículo a forma como desde aquele dia eu me pegava admirando o mar. Eu nem se quer gostava do mar, mas eu a amava. Amava tanto que por um bom tempo me reprimi a olhar para um outro alguém que não fosse ela. Meus amigos como o esperado, zombaram de mim, relatando que eu havia apenas provado um bom "chá" – um viciante chá eu diria – que tudo não passava de uma aventura de verão e que não deveria me apegar a uma feiticeira de homens.
Eu havia sido somente mais um...? Realmente fora um sonho ?
Me doía imaginar tais circunstâncias. Seu corpo nu colado a de um outro alguém... seus gemidos de suplica e lábios carnudos cantarolando um nome do qual não correspondesse ao meu.... Me deixava louco! Eu queria mais, queria ver sua ruina, queria vivenciar suas alegrias e desejava com todo afinco vê-la delirar de luxuria. Vê-la implorar por mim!
Cinco anos se passaram, muita coisa em minha vida mudou....mas o efeito que seu nome tinha sob mim... isto ainda me paralisava.
Voltar ao Brasil após tanto tempo não estava sendo nada fácil. Ainda mais para um evento tão cordial como a despedida de solteiro do meu "querido" colega de turma, Katsuki. Parecia até piada, estar retornando para um local do qual tudo começou, do qual o tempo parou para mim.
Foram tantas noites em claro. Tantas incertezas... eu cá estou eu, mais esperançoso do que nunca. Vivendo em câmera lenta, com medo de perder cada segundo, com medo de deixá-la escapá-la do meu coração mais uma vez. Com medo de dizer que ela é PERFEITA.
- Ansioso para hoje a noite? - Acabo saindo dos meus devaneios por uma Uraraka amplamente contente ao finalmente pousarmos no aeroporto de Salvador. - Tenho certeza que será incrível!
Acabo lhe devolvendo um sorriso de canto, nervoso demais para esbanjar um sentimento concreto. Eu estava com medo. Medo de largar o amor do qual eu construí apenas para alimentar uma fantasia. Minha mente gritava, dizendo que era coisa do meu subconsciente, que provavelmente eu era orgulhoso demais para admitir que naquela noite eu devo ter agarrado um coqueiro ou algo do tipo e inventado a S/N, mas a vontade de reencontrá-la era maior do que qualquer coisa. Maior até mesmo do que eu.
Eu sabia desde o início que aquele convite seria um problema em minha vida. Eu sabia que não era justo com Uraraka nem comigo, mas eu merecia uma resposta. Mesmo após anos... eu desejava por uma resposta.
Merda! Por quê meu coração aperta todas as vezes que me aproximo do mar? Por que ao fechar os olhos eu consigo vê-la perfeitamente, bailando graciosamente...dizendo que me ama?
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50 Tons de BNHA
FanficVenham se juntar as pequenas ilusões e grandes aventura como os nossos boys maravilhosos de Boku no Hero Academy.