Capítulo Quatro

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ACORDEI COM o maldito soar de um sino perto dos meus ouvidos horas depois

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ACORDEI COM o maldito soar de um sino perto dos meus ouvidos horas depois.

Minha cabeça doía e quando abri os olhos a primeira coisa que vi foi a bolinha branca que eu tinha pego e que declarava minha derrota no sorteio do jantar da noite passada. Franzi a testa e demorei para raciocinar pois não lembrava de ter dormido com a bolinha ao meu lado, não questionei nem pensei muito, minhas memórias estão misturadas e confusas, eu poderia facilmente ter dormido com um tigre do meu lado e não me recordaria.

O som do sino ficava cada vez mais alto e estridente, e era estressante, era irritante e horrível!

Aperreada dei um salto da cama, sentando-me e contendo um grito da dor lancinante em meu abdome, a dor ainda estava muito viva e recente e eu percebi que não tinha sido um pesadelo, as coisas realmente tinham acontecido.

Quando abri os olhos dei de cara com a minha mãe com a testa franzida. Ela estava vestida com um de seus vestidos de baile de veludo vermelho, a boca pintada e as bochechas rosadas combinavam com aquele tom de sangue que dava um pouco de vida ao rosto branco.

— Precisava gritar? — O tom irritadiço da voz dela matou o pouco do bom humor que me restava.

— Que horas são? — Massageei o pescoço que também doía.

— Andou brigando?

— Que horas são? — Repeti, irritada.

Ela sorriu com a medida certa de deboche e desprezo para ser quase impossível dizer se estava sendo má ou não.

— Cinco. — Franzi a testa e vi nas mãos dela os dois sinos que usara para me acordar de maneira nada gentil. — Você, Princesa Daryia, precisa levantar. Não vou nem perguntar o motivo desse seu estado deplorável!

Passei a mão pelo rosto e o senti inchado, porém, menos inchado do que estava ontem. Esperei meus olhos se acostumarem à claridade e a vista desembaçar.

— Mas por que tão cedo?

— Eu lhe digo depois, levante-se logo. — Ela me puxou pelo braço até fora da cama e me arrastou para o salão de maquiagens, eu tive de conter as lágrimas de dor que borravam a minha visão e apenas a segui.

Não tive tempo de vestir outra coisa e andei metade dos corredores do palácio com a camisola de seda que costumava usar para dormir, por sorte o tecido não era transparente e o ferimento em minha barriga ainda estava com o curativo, mas doía muito e meu andar acabava ficando estranho, se mamãe perguntasse o que foi, eu não poderia lhe responder.

O salão estava vazio, apenas Kalyn e a cabelereira de minha mãe, que até hoje não sei o nome, estavam no salão. Meus olhos ainda pesavam de sono e tive a sorte de não ter ficado com marcas roxas evidentes em meu rosto ou pescoço depois das pancadas que recebi. Estava confusa e bêbada de sono, apenas seguia minha mãe nos rodopios que ela dava e esperava que isso não a deixasse irritada, na verdade, esperava passar despercebida por ela.

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