Capítulo Trinta e Quatro

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23:15h

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23:15h

45 MINUTOS PARA MEIA NOITE.

EU ESTAVA jogada aos pés da escada.

Koyran estava de braços cruzados com uma das coroas na cabeça, sentado no pedestal de mármore que antes abrigava a joia que ele acabara de tirar dali.

Meus olhos pesavam e minha barriga roncava, cada músculo de meu corpo se contraía em dor e eu tentava esconder minha agonia com os cabelos cobrindo-me a face.

Eu sentia uma forte enxaqueca e tinha certeza de que meus lábios estavam roxos e minhas olheiras estavam ressaltadas. Meu corpo estava quente e minha mente embaralhada, tinha certeza que se eu fechasse os olhos por mais de dois segundos, cairia no sono e talvez nunca mais despertaria.

Koyran cantarolava alguma canção de ninar imbecil e balançava os pés para frente e para trás. Mesmo sem vê-lo, pude sentir que seus olhos estavam cravados em mim.

— Já achou a coroa?

— Honestamente, volte para o inferno, não sei por que saiu de lá. — Espirrei e a dor que apertou meu crânio me fez encolher e escorregar de um dos degraus, bati com o quadril no degrau de baixo e uma lágrima saiu de meu olho, não ousei choramingar.

— Daryia... Vamos acabar com este acordo.

— Não agora. Já enlouqueci e já estou aqui, não quero... — Outro espirro, outra dor insuportável atrás dos olhos. — Não posso voltar atrás.

— Então levante e procure uma coroa, droga!

— Estou descansando... Aparentemente estou aqui há muito tempo.

— Aparentemente, não. Você está aqui há muito tempo, não é uma opinião é um fato.

— Delícia.

O ouvi estalar a língua e levantar. Não ousei abrir os olhos.

— Eu gosto de azul. — Ouvi o som da coroa voltar ao pedestal, imaginei que ele a estivesse colocando de volta em seu lugar. — Saia daqui em quarenta e três minutos.

— Ou? Vai fazer o que? Dizer que me deu permissão de vir?

— Pergunte a Ana se puder... Você já trouxe desonra e escândalos demais para Anwar... Voltar com uma coroa digna do novo rei e com a pureza intacta lhe seriam de muita ajuda, pelo menos isso lhe garantiria uma fuga da forca. — Ele deu passos para longe e ouvi a porta bater com força.

Algumas das coroas que estavam perto dela caíram e quebraram-se, despertando-me daquela espécie de transe sonolento.

Então senti como se uma espada atravessasse meus quadris.

Talvez eu tivesse batido em alguma pedra quando caí da canoa e provavelmente a febre que crescia em minha pele e me fazia delirar tivesse me feito percebê-la.

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