Capítulo Vinte e Cinco

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— INICIALMENTE, minha única empolgação era o salário

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— INICIALMENTE, minha única empolgação era o salário. — Ele riu, envergonhado. — Eu era novo e meio burro. — Outra risadinha, então ele ficou sério, como se revisitasse memórias empoeiradas, abandonadas no fundo de um baú. — Foi um dia um pouco triste quando te vi pela primeira vez, embora inesquecível, foi triste. Você não falou uma palavra diferente de "sim senhora", "não senhora", tinha quantos anos? Treze? — Não respondi. — E, por mais bonita que você fosse, seu rosto era melancólico... triste. — Ele virou e me olhou nos olhos, senti como se estivesse sendo completamente analisada. — Estava sempre de cabeça baixa e de postura ereta, andava como um espectro e parecia tão sem vida que era impossível não ser triste ao te ver daquela maneira. Eu tinha entendido na hora que o problema era sua mãe.

Ele tomou um tempo para refletir e eu só conseguia pensar em como não lembrava de nada do que ele estava falando.

— Então fomos ficando próximos e eu percebi que você gostava de flores. Eu visitava o jardim todos os dias em busca da sua favorita, antes até mesmo de descobrir qual era. — Ele sorriu. — E o brilho dos seus olhos quando você acordou, com a cara toda amassada, e viu o pequeno buquê de lírios em sua mesa, foi o suficiente. Algo acendeu no meu peito naquele dia e eu fiz disso uma espécie de promessa pessoal, eu te queria feliz. — Uma pequena pausa antes de retomar o que ia falar. — Foi gradativo... Eu só... Simplesmente soube que te amava.

Fechei os olhos.

Ouvindo-o falar como era estar apaixonado tive, novamente, uma segunda e infeliz certeza.

Não nos amávamos da mesma maneira.

E seria cruel manter Castiel comigo e privá-lo de conhecer sua futura esposa, a mulher que lhe daria seus dois filhos e que lhe faria um excelente pai. Mantê-lo comigo seria roubar o futuro que lhe faria feliz.

— Eu espero que você consiga encontrar o que procura. — Suspirei, dramática, ainda em dúvida se tivera quebrado seu coração.

Mas estava em uma onda estranha, assustadora e confusa.

— Ah, não se preocupe comigo. — Ele fechou os olhos e respirou fundo, vi seu peito subir e descer, Castiel não estava nervoso, não como eu estava. — Era uma mulher. — Abriu os olhos e fechei os meus, não falei nada, deixei que prosseguisse. — A pessoa que quebrou os vitrais... Era uma mulher.

Ele estava fugindo do assunto, mas deixei que fugisse.

Não poderia compreender os sentimentos dele se decifrar os meus ainda era uma missão para mim.

— Ah... — Sentei de súbito, por um breve momento tinha esquecido o motivo de todos os móveis pesados do quarto estarem contra a porta. — Uma mulher? — Ele assentiu. — Sabe quem era?

— Não... Mas estou curioso... Pensando agora. — Ele sentou também e nós dois encaramos a porta, como se esperássemos que alguém viesse e tentasse empurrá-la. — Não tenho tanta certeza se foi plano de Rubi.

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