Capítulo Trinta e Dois

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DIA TRÊS

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DIA TRÊS

ALGUMAS HORAS de viagem e nenhum de nós abriu a boca desde o momento que saímos.

O céu estava nublado e o frio congelante da noite passada não se dissipou nem com a tímida chegada do sol.

Enrolada em meu casaco grosso e com um cobertor que roubamos da casa da mãe de Castiel — com um singelo cartão de desculpas — não consegui arranhar meu antebraço e só percebi que tinha tentado quando uma de minhas unhas ficou presa nos fiapos da coberta. O frio avermelhava meu nariz e àquela altura eu conseguia ver o ar que saía de minha boca quando respirava, não tive dúvidas, o inverno tinha chegado.

Nuvens e nuvens infinitas cobriam o céu como um cobertor chuvoso e de várias camadas. Grandioso trotava com calma e usualidade nas estradas de pedra. Ouvíamos apenas o vento batendo em nossos rostos e bagunçando nossos cabelos e o som dos cascos do cavalo. Vez ou outra, embora não muito comumente, ouvíamos pássaros cantando e se parássemos para prestar atenção talvez, em algum lugar não muito distante, ouviríamos os latidos de um vira lata idoso.

Uma dúvida ainda feria minha garganta.

— Castiel.

Tínhamos saído às pressas noite passada e por isso dormimos na casa da mãe dele. Quando o questionei a respeito, Castiel apenas disse que responderia depois, mas no fim, não lembrei de perguntar e até agora não sei o que aconteceu.

— Diga.

— Você não falou o porquê de termos saídos às pressas ontem.

Castiel não abriu a boca e seus olhos permaneceram fortemente fixados no horizonte a nossa frente, o silêncio, embora incômodo, não era constrangedor. Ele não queria falar e talvez não fosse a hora.

Mas meu coração estava apertado.

Amargava minha língua aquela impotência.

— Eu entreguei as cartas — Castiel falou e fui puxada para fora de meus pensamentos, quando percebeu que eu estava prestando atenção, ele prosseguiu — e a carruagem de Dareen estava lá. — Engasguei e apertei as mãos no tecido grosso do casaco. — Dareen não estava.

— Vá direto ao ponto antes que eu morra.

— Eram salteadores, vários deles. Dareen não estava na carruagem, nem ele nem seu cavalo. Ele sempre viaja com Lúcio, seu motorista e as vezes com a dama. Tanto Lúcio quanto a Dama estavam feridos... Aparentemente estão procurando você.

— E Dareen? Onde está?

— Não sei! — Ele se exaltou e pigarreou logo depois. — Só sei que ele não estava lá, não deixei que me vissem, fugi logo.

— Não... Não estou entendendo.

— O mundo e os homens estão ficando violentos. Quem é que não quer achar a princesa? Quem não quer ficar rico? Ou pior... — Ele revirou os olhos e não se deu ao trabalho de finalizar sua sentença, fingi entender e não ousei perguntar.

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