QUANDO FINALMENTE estávamos longe da cidade e ainda longe da divisa, Grandioso parou de trotar. Cansado. Castiel nos levou até um pequeno rio e desceu do cavalo, depois me colocou em seus braços e me ajudou a descer. Lavei as mãos na água do rio e observei o reflexo do meu rosto, meus cabelos ainda estavam aceitáveis, mas não pude evitar de penteá-los com os dedos uma segunda vez.
Ana chegou segundos depois.
— Por que paramos? — Castiel, que alimentava o cavalo com macaxeira, arqueou a sobrancelha, incrédulo.
— Porque, infelizmente, não viemos de tapete mágico. Cavalos precisam descansar um pouco. — Ele acariciou o focinho do cavalo e Ana desmontou, roubando duas macaxeiras da cesta dele e dando para o cavalo branco comer. — Já estamos há três horas correndo sem parar, não podemos matá-los de exaustão.
Grandioso se deitou e Castiel apoiou-se nele enquanto tirava da cesta de piquenique de Ana um misto quente enrolado em guardanapo, já estava frio e o queijo talvez tivesse endurecido, mas o homem comeu com gosto, como se não se alimentasse há dias.
Ana apenas cruzou os braços e pegou um morango.
— Um pão por uma macaxeira. — Ele sorriu e deu outra mordida no pão, roubei um também, Ana, porém, não pegou nenhum.
— Não vai comer? — Perguntei e ela negou com um aceno, encostando-se no próprio cavalo.
— Comi antes de sair, não estou com fome, obrigada.
— Faz três horas que saímos. — Falei novamente e tirei de minha bolsa um pente de madeira, Castiel olhou para mim e riu quando comecei a desembaraçar meus cabelos.
— Eu não quero comer. — Ana repetiu. — Não agora, não comam tudo.
— Tarde! — Castiel roubou outro pão, agora sem queijo, só requeijão.
Era implicância dele, como Ana só deu uma risadinha, Castiel colocou o pão de volta na cesta e deitou de barriga para cima.
— O que faremos quando chegarmos lá?
— Afinal quem é essa sua amiga? — Perguntou Castiel, sentando-se bruscamente. — Pode confiar nela?
— Chamo de amiga, mas não somos próximas. Ela me deve um favor, só isso.
— E quem é ela?
— Diz ela se chamar Kompidine.
— Meu Deus, que nome horrível. — A gaitada de Cassy me fez perder a postura e lhe joguei uma pedrinha na cabeça.
— Você não poderá dizer isso quando chegarmos lá. — Ana o repreendeu e levantou-se indo até o rio para lavar o rosto suado. — Não podemos usar os nossos nomes de verdade enquanto estivermos lá... E você não poderá falar, Castiel.
Ele pareceu profundamente ofendido.
— Oxe, por que não?
— Kompidine não gosta de homens. — Ela sorriu como se tivesse ganhado alguma briga. — Principalmente os tagarelas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Coleção do Príncipe
Romance"Não tinha como me esconder dos olhos de minha mãe. Eles estavam por todos os lados. Eles viam todos os meus movimentos. Ela sabia onde eu estava." Princesa miserável, minúscula, ansiosa e surpreendentemente pobre. Após uma...