Capítulo Vinte e Sete

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NINGUÉM OUSOU abrir a boca até chegarmos no quarto

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NINGUÉM OUSOU abrir a boca até chegarmos no quarto. Cassy abriu a porta e nós duas começamos a tossir. Estava completamente imundo. A poeira era tão densa que meus olhos ardiam e as lágrimas marcavam minhas bochechas.

— Vou pegar meus quinze reais de volta quando sairmos. Sem condições... Um cativeiro tem melhores condições.

— Já esteve num cativeiro? — Castiel a ignorou.

Ele entrou no cômodo e de imediato abriu as janelas, a poeira subiu mas logo o ar gélido entrou e ficou menos difícil respirar sem tossir.

Ana bateu os forros de cama na janela e avisou que estavam limpos. O quarto em si parecia que nunca tinha acomodado gente em toda sua existência.

Tinham duas camas, mas uma era de casal e a outra, de solteiro, pequena demais. Eu bati os travesseiros, que também estavam limpos (ou pareciam estar, não me atreveria a tirar a fronha para descobrir) e fiquei em pé, aguardando que falassem algo. Cassy fechou e trancou a porta, tirou a bolsa dos ombros e colocou-se aos pés da cama de casal.

— Estão com fome? — Ana perguntou e eu neguei, Castiel também negou. — Certo. — Ela levantou e bateu os forros da cama de casal, deitando-se e dando a entender que dormiria ali.

Eu não dormiria com ela então me apressei para deitar na outra.

Castiel virou-se, finalmente, e franziu a testa quando nos viu. Ana sorriu e eu virei de costas.

— Está com sono? — Ele perguntou para mim.

— Sim.

— E você? — Perguntou para Ana e ela solfeijou.

— Demais.

Nenhum de nós disse nada e quase voltou tudo a ser como no dia que entramos no carro com os dois gargalhando e eu me sentindo uma intrusa cinza no meio de tanta vida. Foi divertido e eu desejei ter aquilo de volta.

Ouvi o arrastar dos pés pesados dele, cedi a curiosidade e sentei, vi Ana deixando um espaço livre ao seu lado para que Castiel deitasse. Ele porém tirou a faca da bolsa e se aproximou. Sentei na cama, observando a cena.

— Cassy. — Chamei mas ele continuou andando até a cama de casal, aproximando a faca do colchão. — Castiel?

Ana ficou observando, tão atenta quanto eu.

— Quer dormir aqui? — Perguntei.

Parei de falar quando o observei cortar o colchão de casal em dois e tirar a metade da cama, colocando-o no chão, ao meu lado, não tinha mola e era uma espuma fina que afundava com qualquer peso.

— Acho que você não vai poder pegar os quinze. — Disse Ana, brincando e voltando a deitar.

— Troque de roupa. — Ele jogou um conjunto de duas peças em mim, uma blusa de mangas longas e bufantes de linho e um calça de tecido grosso, uma das poucas roupas do exterior que Dareen trouxe de uma de suas viagens. — Deve ser difícil correr de vestido. — Ele sorriu e se deitou de costas para mim.

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