ELA DESCEU o olhar de imediato para a lâmina que brilhava em minha mão. Eu apertava o cabo com tanta força que sentia as pontas de meus dedos formigarem. O sorriso dissipou-se de sua face e ela deu passos hesitantes para frente.
Como tinha a audácia de chegar perto de mim? Como pudera?
— Não consigo encontrar Castiel... — Ela levou as mãos em frente ao corpo e vi seu olhar descer à minha mão, que àquela altura, já gotejava.
Apertei o cabo daquela adaga como se aquela fosse minha única forma de agarrar a sanidade e não perder o controle, se eu a apunhalasse uma vez não a soltaria até que morresse em meus braços.
Alívio ou ódio, perguntarei-me eternamente o que eu teria sentido se tivesse me permitido ceder.
— Abram as portas! — Ana não teve tempo de abrir a boca, Koyran estava logo atrás de mim, ordenando aos guardas.
A olhei de maneira fulminante uma última vez antes de correr para os jardins no momento que tive a oportunidade.
A brisa era gelada e me cortava as narinas, mas não me importei.
Não sabia para que lado correr, não sabia onde ele estava, mas decidi que o encontraria. Castiel era transparente demais para desaparecer assim.
Tentei lembrar da última vez que estivera em Calanthe, mas o palácio era tão repleto de curvas e corredores e todos os lugares pareciam cópias uns dos outros, tão iguais que não fui capaz de pensar em um lugar específico.
Já deveria ser meia noite, e se não o fosse, estava perto.
Olhei para o horizonte, vi as topiarias e as laranjeiras, mas eram distantes demais e Castiel talvez não fosse andar para tão longe se quisesse se acalmar. Ele gostava dos sons da natureza... Talvez a probabilidade de encontrá-lo fosse maior se eu o procurasse no jardim principal.
Honestamente a única coisa que me passava pela a cabeça era sua imagem chorosa no degrau do salão. Sua confissão dolorosa. Fui tão cruel e tão burra. Talvez fosse melhor para ele que nunca mais me visse. Que fosse livre de minha presença e tivesse a oportunidade de ser feliz.
Dizem que se você quer alguém feliz que o deixe partir.
Eu sou egoísta, como poderia deixá-lo partir? Quis conversar e decidi, comigo, que se Castiel quisesse partir que me avisasse... Que as coisas fossem esclarecidas. Eu lhe encheria de perguntas e se sua decisão final fosse ir embora, que fosse, não o prenderia comigo.
Mas não o deixaria sumir sem saber se de fato o queria. Pois eu o queria perto, não queria que partisse.
— Alteza?
Era ele.
— Não me chame assim.
Em pé, completamente sujo de grama e com os cabelos molhados grudando na testa. Corri até ele e o abracei, Castiel não escondeu a confusão e não me afastou.
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A Coleção do Príncipe
Romance"Não tinha como me esconder dos olhos de minha mãe. Eles estavam por todos os lados. Eles viam todos os meus movimentos. Ela sabia onde eu estava." Princesa miserável, minúscula, ansiosa e surpreendentemente pobre. Após uma...