Capítulo Vinte e Quatro

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ELA DESCEU o olhar de imediato para a lâmina que brilhava em minha mão

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ELA DESCEU o olhar de imediato para a lâmina que brilhava em minha mão. Eu apertava o cabo com tanta força que sentia as pontas de meus dedos formigarem. O sorriso dissipou-se de sua face e ela deu passos hesitantes para frente.

Como tinha a audácia de chegar perto de mim? Como pudera?

— Não consigo encontrar Castiel... — Ela levou as mãos em frente ao corpo e vi seu olhar descer à minha mão, que àquela altura, já gotejava.

Apertei o cabo daquela adaga como se aquela fosse minha única forma de agarrar a sanidade e não perder o controle, se eu a apunhalasse uma vez não a soltaria até que morresse em meus braços.

Alívio ou ódio, perguntarei-me eternamente o que eu teria sentido se tivesse me permitido ceder.

— Abram as portas! — Ana não teve tempo de abrir a boca, Koyran estava logo atrás de mim, ordenando aos guardas.

A olhei de maneira fulminante uma última vez antes de correr para os jardins no momento que tive a oportunidade.

A brisa era gelada e me cortava as narinas, mas não me importei.

Não sabia para que lado correr, não sabia onde ele estava, mas decidi que o encontraria. Castiel era transparente demais para desaparecer assim.

Tentei lembrar da última vez que estivera em Calanthe, mas o palácio era tão repleto de curvas e corredores e todos os lugares pareciam cópias uns dos outros, tão iguais que não fui capaz de pensar em um lugar específico.

Já deveria ser meia noite, e se não o fosse, estava perto.

Olhei para o horizonte, vi as topiarias e as laranjeiras, mas eram distantes demais e Castiel talvez não fosse andar para tão longe se quisesse se acalmar. Ele gostava dos sons da natureza... Talvez a probabilidade de encontrá-lo fosse maior se eu o procurasse no jardim principal.

Honestamente a única coisa que me passava pela a cabeça era sua imagem chorosa no degrau do salão. Sua confissão dolorosa. Fui tão cruel e tão burra. Talvez fosse melhor para ele que nunca mais me visse. Que fosse livre de minha presença e tivesse a oportunidade de ser feliz.

Dizem que se você quer alguém feliz que o deixe partir.

Eu sou egoísta, como poderia deixá-lo partir? Quis conversar e decidi, comigo, que se Castiel quisesse partir que me avisasse... Que as coisas fossem esclarecidas. Eu lhe encheria de perguntas e se sua decisão final fosse ir embora, que fosse, não o prenderia comigo.

Mas não o deixaria sumir sem saber se de fato o queria. Pois eu o queria perto, não queria que partisse.

— Alteza?

Era ele.

— Não me chame assim.

Em pé, completamente sujo de grama e com os cabelos molhados grudando na testa. Corri até ele e o abracei, Castiel não escondeu a confusão e não me afastou.

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