Capítulo Treze

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ENTRAMOS NO palácio quieto, cada passo era ouvido, cada respiração

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ENTRAMOS NO palácio quieto, cada passo era ouvido, cada respiração. Ainda era manhã e a prioridade era não acordar o rei nem a rainha, silêncio total. Ninguém quer estar ao alcance dos olhos de um soberano de mal humor.

Subimos a escadaria lado a lado e passamos pelo corredor monótono dos quartos, Castiel abriu a porta e eu entrei primeiro, ele veio logo depois e quando fechou a porta eu já tinha me jogado na cama.

Ao contrário do que ele faria, Castiel não abriu a boca e não se sentou em sua poltrona. Ficou parado à porta, encarando-me e aguardando eu começar a falar.

Suspirei e me sentei, tirando o cabelo do rosto olhei para ele de volta. As cortinas estavam abertas e o brilho dourado dos olhos de meu amigo, pela primeira vez, amedrontaram-me.

— Vai começar? — Perguntou ele.

— Você sabe da coroação, não sabe? — Ele assentiu e descruzou os braços, mas não relaxou a postura. — Na noite da praia, quando eu parei de gritar... — Parei de falar e fiquei em pé quando percebi que sua respiração estava pesada. — Olha, está tudo bem comigo. Aquela noite não vai se repetir, você não precisa ficar nervoso sempre que falarmos disso.

— Não enrole, fale logo.

Castiel baixou o olhar e sentou-se na poltrona, cruzou as pernas e arrumou a barra da calça. Fiquei em quieta, incerta se devia esperar ou não que se arrumasse.

— Pode continuar.

— Enfim. — Prossegui. — Quando eu parei de gritar, um homem de olhos coloridos apareceu lá e me "livrou" dos outros dois...

— Eram quantos? — A voz dele era grave e eu sabia que demoraria um tempo para superar o acontecido.

— Dois... Digo, com ele, o dos olhos coloridos, três.

— Ele livrou você?

— Não exatamente... — Eu não tinha considerado, na verdade, o quão difícil seria essa conversa. — Acho que era um escravocrata... Que achou que eu era uma escrava, ele me comprou e quando eu pude joguei terra no rosto dele e corri, foi aí que nos encontramos... Eu e você. — Castiel suspirou e eu voltei a me sentar na beira da cama. — No outro dia, mamãe me acordou com aquele sino, me levou para o salão e me maquiaram e me vestiram.

— Alguém viu seu estado?

— Você acha que alguém comentaria? Posso listar a você as pessoas que perceberam meu estado e mesmo assim não fizeram nada.

— Liste. — Era um aviso, fingi que não o tinha ouvido.

— Então fui a Calanthe com Ana, que mamãe mandou que me acompanhasse, não sei qual motivo. Ana ainda é bem inexperiente como dama de companhia... Confesso, Cassy, foi estressante demais lidar com ela. — Tirei as mechas de cabelo do rosto.

Castiel vez ou outra assentia para me confirmar que estava ouvindo.

— Fui recebida pela rainha Cristina e seus filhos. E... — Pigarreei. — O mais velho... Bem...

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