Capítulo Sete

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MEUS PAIS entraram na sala lado a lado com a Rainha Cristina e o Rei Luís, seu marido

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MEUS PAIS entraram na sala lado a lado com a Rainha Cristina e o Rei Luís, seu marido. Eu e meus irmãos fizemos uma breve reverência aos governantes de Calanthe, e Clarine e seu irmão curvaram-se aos meus pais. Eu detestava essa clássica e longa reverência que tínhamos que fazer sempre que encontrávamos os reis de Calanthe.

Sentamos à mesa e eu observei o relógio dourado do outro lado da sala, meio dia e quinze. Clarine puxava conversa com Dareen, que já estava perto de chorar porque teve de sentar vizinho a ela. Damir e eu evitávamos rir quando a princesa o lançava olhares que ela considerara adequados ao flerte.

Honestamente, a cena era um pouco trágica.

Mamãe olhou para meu vestido de cara feia, achei que o azul tinha sido uma péssima ideia, meu coração apertou porque talvez eu devesse ter escolhido o rosa claro ou o florido, mas antes que eu me perdesse muito nos pensamentos ela abriu a boca e li em seus lábios pintados de vermelho "você está perfeita", meu rosto corou e eu não soube dizer se havia entendido errado, se ela estava mesmo me elogiando.

Não consegui deixar de sorrir durante a refeição inteira.

Começamos a comer e me serviram um pedaço incrivelmente cheiroso de lasanha. Enquanto os governantes conversavam eu apenas comia do jeito que tinha sido ensinada, fazendo silêncio e mantendo a postura, nenhuma expressão muito forte, nenhum movimento muito rígido.

Papai olhou para mim e sorriu aprovando meu comportamento. Eu estava radiante, estava fazendo tudo certo.

— Daryia cresceu e virou uma mulher lindíssima, Rubi. — Disse Cristina dirigindo-se a minha mãe que raramente era chamada pelo nome.

Senti minhas bochechas corarem e meu peito se encher de alegria, o sorriso repuxava meus lábios contra minha vontade e colocar uma colher na boca era uma cena engraçada.

— Digo o mesmo de Clarine, é certamente encantadora. — Respondeu mamãe com um meio elogio, mas a princesa de Calanthe estava determinada demais a arrumar o decote para prestar atenção nas conversas a sua volta.

Se Clarine abaixasse mais as mangas do vestido ela acabaria ficando nua ali mesmo, na mesa.

Meu pai não falava e o Rei Luís também não. O almoço continuou quase fúnebre e estranho, tirando Clarine que hora ou outra puxava assunto com meu irmão e não se dava ao trabalho de sussurrar suas investidas românticas.

— Está gostando da carne? — Disse ela inclinando os ombros para frente de maneira que seus seios fartos ficassem mais expostos.

Dareen pareceu enojado.

— Perdoe-me, Alteza... É que eu sou vegetariano... Não gosto... de carne.

— É verdade, Dareen? — Damir provocou e Drystan soltou uma risada abafada.

— Sou católico, não como carne às sextas feiras... — Ele tentava se inclinar para longe.

— Ah é? — Perguntou Clarine. — Gosta de freiras?

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