Capítulo Oito

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O PRÍNCIPE parou no meio do gazebo, bem na frente das duas entradas do lugar, e eu soube que fizera de propósito

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O PRÍNCIPE parou no meio do gazebo, bem na frente das duas entradas do lugar, e eu soube que fizera de propósito. Com aqueles braços quilométricos ele me alcançaria se eu fugisse, e com o vestido e suas várias camadas eu não seria capaz de pular a cerca e cair na grama verde, e ele também sabia das pancadas que levei ontem, do quanto doía. Apertei meus dedos com tanta força que as unhas tingidas de um tom quase imperceptível de rosa fincaram-se nas palmas de minha mão, formando meias luas vermelhas na pele.

— O que é pior, Princesa Daryia? — Ele me encarou novamente e senti medo, senti muito medo. — Uma prostituta ou um amaldiçoado? Vamos... Considere as ignorâncias dos ignorantes... Quem seria apedrejado até morrer, mesmo que fosse alguém da realeza? O que seria mais escandaloso?

Dei um passo para trás e bati as costas no pilar romano do gazebo. Meu coração acelerou, senti que enfartaria.

— Ainda mais uma princesa que usa decotes como os seus. — Disse ele demorando os olhos em meu busto, cobri-me de imediato com as mãos.

— O decote da sua irmã durante o almoço quase lhe exibia o umbigo. — Empinei o nariz. — Isso a torna uma prostituta?

— Se conhecesse Clarine direito não a usaria para se defender.

— Não sou prostituta. — Respondi, ríspida e enojada.

— Como posso saber que não é? — Meus olhos marejaram, uma mentira dele e minha vida seria destruída. — Não vai me dizer?

— Eu sou virgem! E não preciso de dinheiro! Não preciso de nada disso! — Minha voz não saiu firme como eu gostaria e mesmo com a falsa coragem minha linguagem corporal me entregava, eu estava apavorada. — E o que você ganharia com isso? O que ganharia me destruindo dessa maneira, minha vida não lhe afeta em nada!

Ele ficou sério da mesma maneira que estava quando chegou no café da manhã.

— Nada. Devo confessar, não ganharia muita coisa, não. Mas olha... — Disse ele aliviando os músculos e se sentando. — Eu quero algo que você tem. — Ergui a sobrancelha. — Se entrarmos em um acordo...

— Não! Não farei acordo algum com você. — Dei dois passos ousados para frente, quase chegando ao centro do gazebo. — Alguém que mente sobre o próprio rosto não merece a confiança de ninguém. — O encarei com seriedade, rezando para que não ficasse de pé, pois eu não teria chance alguma. E no estado que estava não poderia sequer correr para muito longe. — Como saberei que não mentirá para mim?

O príncipe não moveu nenhum músculo e continuou me fitando enquanto eu andava até a pequena escada que dava entrada para o local, eu entendi que ele percebeu o que eu estava tentando fazer.

— E o que farão para coroá-lo? — Parei no primeiro degrau. — Como darão uma coroa digna sendo que o reino está tão pobre?

— Quem contou? — Perguntei e ele soube que tinha ganho minha atenção.

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