Capítulo Trinta

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SEGUNDO DIA DE VIAGEM

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SEGUNDO DIA DE VIAGEM

TENHO A sensação que Castiel se sente pressionado a conversar e eu não lhe dou nenhum abertura desde que mandamos Ana retornar para casa. Sei que, tanto física quanto mentalmente, estávamos exaustos.

Manter um diálogo seria cansativo e envergonho-me em dizer que o silêncio não me está sendo incômodo, muito pelo contrário, é até preferível.

Não sei dizer a quanto tempo estávamos aos galopes ininterruptos porque fiquei tão imersa em meus pensamentos que não vi a noite cair. Não vi as primeiras estrelas começarem a brilhar e nem vi quando o sol desapareceu na linha do horizonte, dizendo adeus novamente, como fazia sempre ao fim do dia.

Também não percebi quando Castiel puxou meu pulso e afastou minha mão do meu braço, ele não abriu a boca mas, pelo seu olhar, eu sabia que estava angustiado.

— Se continuar assim seu braço estará sangrando em poucos minutos.

Desci o olhar e vi do que se tratava, engasguei quando tomei consciência do que estava fazendo. Vários ferimentos recentes, bolinhas vermelhas e arranhões em meu antebraço. Eu sentia o calor e sentia o ardor nos arranhões e beliscões, mas não passava disso, não era uma sensação incômoda... Não até eu perceber que doíam.

— Vamos parar um pouco.

Eu queria dizer que não. Que precisávamos continuar a viagem para chegarmos lá o mais rápido possível. Queria lhe dizer que não tínhamos duas semanas para desperdiçar viajando.

Mas apenas acenei e ele me ajudou a descer, nenhuma pergunta, nenhum protesto.

Minhas pernas fraquejaram mas consegui me manter de pé, estiquei os braços e dei pequenos pulinhos para acordar o corpo. Castiel, por sua vez, não tardou a alimentar o cavalo. Não sentei, não queria dormir.

Tinha medo de dormir e acordar no palácio... Tinha medo de sonhar com minha mãe novamente.

— Cassy. — Ele apenas olhou de soslaio enquanto Grandioso preparava-se para deitar, não disse nada e por poucos segundos me arrependi de ter aberto a boca, meneei a cabeça e acenei e virando as costas para observar a floresta à nossa frente, Castiel não fez menção de perguntar o que era.

Tão de surpresa, meu coração ficou apertado.

— Fique aqui um pouco, vou mandar as cartas para os entregadores, devem estar passando pela estrada a essa hora. — Franzi o cenho e ele sorriu de maneira doce. — Não demorarei mais que cinco minutos, Princesa.

Concordei e o vi sumir no escuro noturno, ele foi andando até sua silhueta misturar-se com as sombras das árvores e tudo que eu podia ouvir era o respirar pesado de Grandioso e o farfalhar das folhas das árvores.

Sentia dor de cabeça e não sabia dizer se era fome, sede ou estresse... talvez os três juntos numa mistura infernal de infelicidade e descontentamento. Não senti vontade de comer e tampouco de beber água, não queria levantar ou me mover, queria virar uma estátua e me manter estática até meu último dia de vida nesta terra.

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