Sina Deinert
- Até que enfim decidiu entrar de férias. - Any revira os olhos.
- Praticamente me obrigaram. - Reviro os olhos.
- Você precisa de descanso Sina. - Any diz. - Pode parecer que não, mas ser professora estressa.
Sou professora infantil e amo o meu trabalho. Sempre foi meu desejo desde criança passar meu conhecimento para o próximo.
No meu tempo de escola, era considerada a melhor aluna, e os outros alunos sempre vinham me pedir explicações quando não entendiam os professores.
Quando decidi cursar pedagogia, meu pai ficou sem falar comigo por um bom tempo. Apesar que sua distância já ocorria desde muitos anos atrás.
Era seu sonho que eu seguisse seus passos, e me tornasse empresária como ele. Ele é dono de uma grande empresa chamada Deinert. Compram hotéis já desgastados pelo tempo, e os reformam em seguida, dando um toque moderno.
Nunca desejei seguir seus passos, então optei por seguir meu sonho.
Não é um emprego glamuroso, mas é o que eu escolhi para meu futuro, e amo o que faço. Não trocaria minhas crianças por nenhum outro emprego.
Papai fez um escândalo, jogou na minha cara que eu era imprestável. Ele sempre me tratou com indiferença, porque não nasci homem, então ele sempre descontou em mim suas frustrações.
Enquanto minha mãe era viva, minha vida era mais. Depois que ela faleceu, ficou impossível de aguentar o mal humor do meu pai. Então sai de casa e aluguei um pequeno apartamento.
Desde então me viro sozinha. Ele não me ajudou com a faculdade, como também não ajudou em outras despesas.
Me formei, e não tive a felicidade de ver meu pai sentado em meio ao público se orgulhando de mim.
Mas eu já deveria estar acostumada com sua rejeição. Ele nunca foi em nenhuma das minhas apresentações de balé na infância. Nunca se importou em aparecer em reuniões de pais na escola.
O senhor Thomas vivia e vive tão focado em cada dia ter mais, que se esqueceu da família, e se esqueceu de ser um homem decente.
Foram os empregados da casa que cuidaram de mim depois que minha mãe faleceu. Papai nem ao menos se dignou em tentar me consolar logo após a morte da minha mãe. Ele viajou no dia seguinte, sem se despedir de mim como sempre fazia.
Eu queria que ele me consolasse e ficasse ao meu lado pelos menos uma vez na vida, mas acabei me iludindo como sempre.
Era meu sonho ter um pai presente, como algumas garotas tinham na minha infância. Eu morria de inveja daquelas meninas que tinham um pai presente, e as levava para escola.
Nada disso aconteceu comigo, e conforme fui crescendo, fui percebendo que estava apenas me iludindo. O senhor Thomas nunca foi e não é um pai amável.
Então decidi ir embora, e me virar sozinha. Já não aguentava mais ele jogando sempre na minha cara que eu era imprestável por nascer mulher.
Desisti de tentar ser vista por ele. Desisti de ter seu amor, e segui minha vida, e meus sonhos.
Papai é o tipo de pessoa que quanto mais ele tem, mais ele quer. Ele não se contenta com o que já possui, e se for preciso passar por cima de todos para conseguir o que quer, ele faz isso sem pensar duas vezes, e sem receio algum.
Apesar de tudo, eu o amo. Papai e Any são a única família que tenho.
- Acho que deveríamos ir para o Havaí. - Any se joga no sofá.
- Seria um sonho. - Suspiro sonhadora. - Mas teríamos que isso. vender um rim para isso.
- Nem me fale. - Ela revira os olhos. - Preciso tomar vergonha na cara e começar a economizar.
Não sobra quase nada do meu salário para lazer. Então viajar para o Havaí, está sendo um sonho está sendo um sonho distante.
- Nisso eu concordo. - Lhe jogo uma almofada.
Any trabalha em uma revista de moda, e gasta quase todo seu salários em roupas. É óbvio que seu emprego precisa que ela ande com elegância sempre, mas ela já tem tantas roupas que não está cabendo em seu closet. Tem roupas que ela usa uma vez e as descarta.
Na verdade ela não descarta totalmente, porque acabo usando as peças mais simples, já que temos a mesma medida. Não me lembro quando foi a última vez que comprei alguma roupa, Any acaba me dando suas roupas, então não preciso comprar.
Conheci Gabrielly na faculdade, e de lá para cá não nos largamos mais. Any cursou moda, e agora está trabalhando em uma revista de moda.
- Você vai a festa na casa do Noah comigo. - Ela diz.
- Eu não. - Faço uma careta.
Não gosto das festas que Any participa. E sempre as É mesmas pessoas mesquinhas que querem se aparecer, e estão dispostos a pisar nos outros para subir em suas carreiras.
- Você vai sim. - Ela fala.
- Mas...
- Nada de discussões Sina. - Ela revira os olhos. - Você vive trabalhando, precisa sair de vez em quando.
Any tem razão, e sei que preciso relaxar um pouco. Mas sou tão focada em tudo o que faço, que acabo esquecendo de sair um pouco e espairecer a mente.
- Sei que você não gosta de estar no meio daquelas pessoas, mas estarei com você. - Any sorri abertamente.
- Estará ao meu lado até sua chefe não gritar por você. - Falo.
A chefe da Gabrielly é uma megera. Não sei como ela suporta aquela mulher. Eu já teria lhe dado um soco bem no meio da cara e me demitido na primeira vez que ela gritasse comigo.
Ela parece que se sente bem em humilhar os funcionários. Any é inteligente, conseguiria outro emprego fácil, mas fica aguentando aquela megera.
- Milla não estará presente hoje. - Ela comemora. - Então pode ficar feliz, serei todinha sua.
- Não tenho roupas para essas festas chatas Any. - Reviro os olhos. - E com toda certeza não vou gastar dinheiro em um vestido extravagante, que vou usar apenas uma vez.
- Eu já tenho o vestido ideal para você. - Gabrielly bate palmas. - Comprei ontem.
- Então pode devolver. - Falo. - Já basta as roupas que você me dá, agora vai comprar também?
- Cale a boca. - Ela diz com irritação.
Any é exagerada demais, enquanto sou mais centrada e séria.
- Você é um pé no saco. - Reviro os olhos.
- Mas você me ama mesmo assim. - Ela mostra a língua. - Agora vá tomar banho, precisamos nos arrumar.
- Ah não. - Escondo o rosto nas mãos.
- Não me faça levá-la amarrada Sina. - Any diz brava.
Se eu não for nessa festa, Gabrielly vai me atormentar pelo resto da vida.
- Tudo bem. - Suspiro frustrada. - Eu vou.
- Ótimo. - Ela sorri abertamente. - Vamos nos divertir um pouco.
Any e eu temos definições diferentes sobre diversão, mas decido ir nessa festa para me divertir um pouco, como se isso fosse possível.
(✨)
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𝗘𝗻𝘁𝗿𝗲 𝗮 𝗩𝗶𝗻𝗴𝗮𝗻𝗰̧𝗮 𝗲 𝗼 𝗔𝗺𝗼𝗿|ⁿᵒᵃʳᵗ
FanfictionNoah Urrea passou a maior parte de sua vida se esforçando ao máximo para chegar ao topo. Não é atoa que aos 28 anos ele é um dos homens mais ricos de Nova York. Mas sua busca por vingança poderá tomar um rumo diferente do que ele havia planejado. Ac...