Quando tudo vai bem

Capítulo 15

- Bom dia Lisa! - eu estou indo ao encontro de Piter para que ele me ensine (ou tente) a pintar. 

- Bom dia Piter! Como você está? 

- Estou animado e você? 

- Não sei, estou envergonhada. Não quero parecer uma boba perto de você - ele ri 

- Imagina, você estará lá para aprender. Se você errar não tem porque ficar envergonhada, é super natural.

Eu não estava muito animada para isso. Tinha mudado completamente de ideia depois da minha noite com Christian. Era bobeira, algo completamente sem pé nem cabeça. Mas optei por isso, quem sabe eu não faça um amigo! Quando chegamos na lagoa onde eu o encontrei na noite anterior tinha muito mais coisas. Tinha duas telas branquinhas e mais outras extras no chão, havia muitas tintas e vários tipos de pincéis também, e dessa vez havia dois banquinhos para nos sentar. 

- Uau, você trouxe tudo isso para cá? - ele  concorda com a cabeça. 

- Não sabia que você realmente tinha falado sério sobre aprender mas eu trouxe os materiais para você. Achei legal ter alguém que queira aprender. A arte as vezes não é tão valorizada quanto deveria. 

- Eu realmente quero aprender, pelo menos a misturar cores sem parecer que foi feito por uma criança. - ele dá um sorriso meigo 

- Você fará muito mais do que misturar cores. Vem vamos começar. 

Nós nos sentamos no banco e ele começou a me explicar sobre os pincéis e quais eu deveria usar, me explicou sobre as tintas e quais combinam mais. Aprendi que não devo nunca misturar cores próximas e com a mesma intensidade. Como por exemplo o rosa Pink e o Vermelho. 

- Puxa, então não é só um hobbie seu, você sabe mesmo sobre isso! - ele da de ombros 

- Quando você vem de uma família um pouco conturbada, lidar com alguma coisa que te tire dos problemas é sempre bem vindo. E a arte é isso para mim. Ela me salva nos momentos ruins. 

- Nossa. - foi tudo o que consegui dizer 

- Desculpe

- Não, tudo bem. Mas então, como você conhece meu irmão? 

- Primeiro faça o traço que lhe ensinei. Primeiro crie um horizonte para sua pintura. Principalmente se for lidar com paisagens ou algo que você queira que pareça estar distante. 

- Certo - fiz a linha para que seja o horizonte. Não ficou completamente reta, mas da para o gasto 

- Conheci seu irmão tem três anos - isso explica o motivo de eu não conhecer ele. Eu conheço todos os amigos de Ryan antes de eu ter ido para o Brasil. - Eu estava na mesma festa que ele, éramos dois deslocados e então acabamos conversando um pouco. No dia seguinte descobri que ele namorava com Beth, que coincidentemente é minha prima. 

- Que mundo pequeno. 

- Sim. Bem, agora  você precisa fazer algo de que goste, o que você quer pintar? - fiquei pensando nisso por um tempinho e decidir que pintaria uma praia. 

- Que tal uma praia? Com barquinhos e tudo mais! 

- Claro, vamos lá! 

No fim da manhã nós estávamos rindo e conversando sobre minha tentativa de desenhar uma praia com barcos. Piter também pintou a mesma coisa e era constrangedor minha pintura ficar ao lado da dele. Enquanto a dele era completamente linda e cheia de detalhes a minha era uma completa piada. Os barcos eram maiores do que a ponte que eu inventei de fazer, estava com cores que não combinavam. Apesar de Piter ter me explicado o básico, não consegui criar uma harmonia para o desenho. Ele disse que havia fica muito bom para o primeiro e que não era para eu desistir.