Capítulo 23

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- Muito bem mocinha vamos lá! - era dia de ir embora, eu havia recebido alta esta manhã. Se passaram uma semana desde minha cirurgia de emergência e agora eu estava retornando para casa. Para a casa de Christian mais especificamente. Eu estava um pouco nervosa de ficar lá sozinha com ele, e principalmente: eu começaria as quimioterapias. Eu havia pesquisado sobre isso. Me assustava o fato de perder completamente meus cabelos, eu ficaria enjoada frequentemente e muito mais fraca e cansada. Eu estava apavorada para dar início a essa nova etapa de minha vida. Mas ao menos eu tinha meus amigos e Christian. Eles estavam sempre me dizendo que tudo ficaria bem, que eu era forte e que conseguiria sobreviver a isso. E essas palavras me confortaram. 

- Vamos lá! - eu disse, tentando soar animada. 

- Te vejo daqui dois dias Melissa! Descanse e qualquer coisa retorne! - o médico disse.

Christian me levava em uma cadeira de rodas até o carro. Fazendo algumas brincadeiras pelo caminho, tentando aliviar o medo que percorria meu corpo e talvez, para espantar o dele também. Ele havia ficado comigo no hospital durante a maioria das noites, saiu na noite passada para - segundo ele - organizar uma última vez suas coisas no trabalho e limpar a casa. Perguntei se ele havia limpado tudo sozinho e ele disse que pediu ajuda para uma mulher que trabalhava na casa dele quando era criança. E os dois limparam, mas ele foi para organizar algo para mim. Provavelmente um quarto. 

Quando chegamos no carro ele me colocou sentada no banco da frente. Me lembro que a primeira vez que entrei nesse carro, fiquei no banco de trás, para evitar olhar Christian. Onde eu ainda tinha algum resquício de saúde e ainda tinha algo inacabado e por tanto muito sensível com Christian, que me impedia de confessar o meu amor por ele. Mas a situação atual, embora fosse um pouco mais delicada, era suave, era fácil estar aqui. Apoiei a cabeça nas mãos enquanto olhava a rua pela janela. Observando a vida, as crianças brincando, pessoas andando de pressa para irem aos seus trabalhos, jovens voltando de escolas. Todos com suas vidas particulares, com seus próprios problemas. E então, percebi que eu estava admirando a vida e tudo o que fazia parte da existência. Talvez eu estivesse um pouco sensível com isso agora, ou talvez eu só quisesse olhar por tempo suficiente antes que eu não tenha mais chance.

- O que está olhando? - Chris pergunta, me olhando rapidamente antes de prestar atenção na estrada a frente. 

- A vida. - digo simplesmente

- É linda, não é? - concordo com a cabeça 

- É sim... - ele toca minha mão, segurando-a com um pouco de força. Demonstrando que havia entendido e que compreendia aquela minha necessidade. 

- Você está afim de chamar seus amigos para irem lá em casa? - nego com a cabeça. 

- Não quero atrapalhar sua vida Chris... A casa é sua. Não chamarei ninguém. 

- Não se preocupe Cupcake, Não me incomodará ver você feliz! Pode chama-los para ir lá a hora que bem desejar. A casa também é sua a partir de agora, e será até que você decida que não aguenta mais viver comigo! E mesmo assim, tenho certeza que a casa adoraria ser sua para sempre! - eu ri - É sério! Impossível qualquer coisas querer ficar longe de você, até mesmo uma casa! 

Me aproximo de Chris com cuidado e lentamente. Deposito um beijo em suas bochechas. Ele me olha e percebo que chegamos em sua casa. A primeira vez que eu estava ali, vendo sua casa, sua vida longe dos chalés. E percebi que não sabia absolutamente nada da vida dele. O que fazia, onde trabalhava, se havia se formado na faculdade. Nada! E decidi passar essa noite conhecendo o novo Christian que agora era meu namorado. 

- Pronta para conhecer sua nova casa? - ele pergunta descendo do carro. Ele cruza a frente dele e vem em minha direção. Eu não podia fazer forças por enquanto. Não grandes demais. Os pontos ainda estavam secando e cicatrizando. Então Christian que iria me ajudar na locomoção por hoje. O que me preocupava já que eu precisava de um banho. 

Quando tudo  vai bemOnde histórias criam vida. Descubra agora