Eu estava terminando de organizar os lanchinhos para o piquenique desse fim de tarde enquanto Christian resolvia algum imprevisto que ele tinha comentado comigo durante o almoço.
Eu estava refletindo sobre o que ocorreu com o meu... Pai. A forma como me olhou quando mandei ele ir embora, como ele havia reagido ao me ver com o lenço. A forma chula que ele havia se explicado a mim. Não conseguia engolir aquilo, aquelas palavras.
"Eu liguei" ;"Eu amo vocês"; "Não quis causar problemas"
Essas palavras martelavam em minha mente enquanto eu continuava arrumando, somente esperando a chegada de Chris.
- Meu amor, cheguei! - ouço Christian entrar na casa, fechando a porta.
- Estou na cozinha! - falei em tom alto, para que ele ouvisse.
Sinto seus braços em volta da minha cintura enquanto ele deposita um beijo suave em meu pescoço.
- Cheirosa! - ele diz, mantendo seu rosto em meu pescoço. - Você é tão linda e cheirosa. Tem certeza que é minha?
Acabo soltando uma risada com o comentário. Me virando para ele coloco meus braços em volta do seu pescoço, olhando - o nos olhos. Eu amava seus olhos, a cor dos seus olhos, a forma como eles olhavam para mim. Me deixando corada com vergonha.
- Bobo! Conseguiu resolver o que precisava?
- Resolver? Ah... Ah sim, sim. Consegui sim! - ele parecia se embaralhar com as palavras, como se estivesse nervoso. semicerrei meus olhos, avaliando ele. Começando a ficar mais agitado.
- Tudo bem? Você parece nervoso.
- Tudo bem sim. - deu um sorriso tímido. - Conseguiu arrumar as coisas?
- Hmm - fico um pouco desconfiada mas deixo passar. - Sim, consegui terminar tudo. Quer subir para tomar um banho antes?
- Vou sim. Já volto!
Antes de sair Christian beija a ponta do meu nariz e fico sorrindo com o carinho. Ele sempre foi carinhoso comigo. Com apelidos ou seu jeitinho, com os beijinhos e os olhares. E eu ficava cada vez mais apaixonada por ele.
Se passou um mês desde que ele descobriu sobre o câncer, quase um mês que estou com a quimioterapia e todo o resto. Um mês morando com ele. E o tempo parece correr quando estamos juntos mas eu acabo presa nele. Me agarrando a cada momento, temendo que isso possa acabar. Eu estou confiante sobre isso, vencer. Mas as vezes me deixo levar pelo medo.
Não me sinto forte e isso me assusta, não sou tão corajosa e isso dificulta. Não me importa quantas milhares de vezes Christian, Chloe e os demais digam. Eu, na grande maior parte não sinto. Embora eu queira muito e, mesmo que eu não fique triste em um canto, em silêncio. Ou somente na cama, não significa que eu estou confiante e bem. Isso me assusta a maior parte do tempo. Eu não consigo ficar um dia sem por completamente tudo no meu estômago para fora. Não fico por um longo tempo em pé e nem posso caminhar longas distâncias. Estou vivendo dentro de minhas limitações, temendo o fim. Temendo perder o que tenho. Perder Christian antes de cumprir nossa promessa. Perder Chloe e não tê-la por perto. Não ouvir as ligações de minha mãe, preocupada.
- Cupcake? Ei tudo bem? - Christian aparece ao meu lado, colocando uma das mãos em meu ombro. Chamando minha atenção.
- Oi, sim. Sim, tudo bem.
- Vamos? - ele me oferece o braço e eu entrelaço o meu junto ao dele. E seguimos, caminhando até o jardim da casa.
organizamos as coisas e Christian fez questão de acender algumas velas bonitinhas para o ambiente ficar mais romântico.
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Quando tudo vai bem
RomanceNem sempre o que vimos significa literalmente isso. Lisa é prova viva de que algumas coisas que acontecem não são exatamente o que estamos vendo. Depois de passar por um problema amoroso com Christian, o melhor amigo de seu irmão, Lisa sai da sua c...