Capítulo 05 ° 🦋🟣

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— O que você disse? — pergunto confusa

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— O que você disse? — pergunto confusa.

Olho ao redor e a casa está pior que o lixão. Rose me puxa para sentar no sofá, começa a me olhar assustada. Minha garganta fica seca, as pernas começam a tremer. Temo que tenha acontecido além de uma tragédia.

Com o coração batendo mais forte, refiz a pergunta tentando controlar os nervos.

— Pelo amor de Deus, o que aconteceu?

Rose encara o marido que estava com o rosto machucado e depois voltou a me olhar.

—  E-eu ... Eu... — gaguejar era a sua maneira de dizer que o que aprontou foi péssimo.

—  Fale de uma vez —  digo perdendo a paciência.

—  Se você não disser, eu digo — disse Vicente.

Olho para ele.

—  Então? —  digo querendo explicação.

Vicente pegou uma cadeira que estava jogada a poucos centímetros dele, a colocou em pé e se sentou com a mão no machucado.

— Sua mãe fez uma divida no jogo, aliás, ela roubou. Os caras descobriram e o dono do lugar veio atrás do que ele tinha perdido. Como não recebeu o dinheiro, me bateu e depois deu 24h para pagar — explicou.

— Qual é o valor?

— 150 mil dólares — sussurrou a minha mãe.

Isso não pode ser verdade. Logo agora que tudo seguia quase bem. Onde vou arrumar tanto dinheiro assim?

—  Porque você fez isso comigo? —  seguro seu braço com força — Você é doente! —  grito.

Minha mãe começa a chorar.

— Não faz isso, Melissa — pediu o Vicente.

—  Você é outro —  aponto o dedo.

Levanto e começo a andar de um lado para o outro.

— Me diz como vamos arrumar tanto dinheiro assim? —  pergunto puta da vida.

Vicente senta ao lado da minha mãe e a abraça.

—  Você pode pedir emprestado ao Maurício.—  Vicente deu a ideia.

— Uau —  bato palmas —  brilhante sua idéia.

Ele me olhou zangado.

—  Não me olhe assim, vocês fizeram mais um das suas merdas — começo a roer as unhas, uma mania que nunca deixei depois da minha ter dito que eu era feia e burra.

— Você tem que saber de outra coisa — diz ele.

Minha mãe segura seu braço e balança a cabeça com uma expressão de medo.

— Diga — olho para ele.

— O cara que está cobrando é um gângster.

Puta. Que. Pariu.

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