Ao abrir os olhos não encontrei o homem que amo. Tomei banho, vestir uma calça acompanhada de uma camiseta branca. Desci as escadas com esperança de encontrar ele lá embaixo, mas não. Fui para cozinha preparar alguma coisa já que me bebê decidiu comer panquecas com cobertura de chocolate.
— Srta. Melissa, não sabia que já estava de pé — Disse Joseph surpreso.
— Fiquei com fome — sorrir.
— O sr. Jones e o honrado saíram, mas voltam logo — pegou sua água, caminhou em direção a porta mais foi surpreendido com um soco no rosto que voltou para trás.
— JOSEPH — grito, pego uma frigideira e vou caminhando bem devagar até o Joseph caido no chão com a mão no queixo.
— Tudo bem?— pergunto cutucando ele com a ponta do pé. O homem caido no chão gemendo de dor apenas acenou com a cabeça, meu olhar foi em direção a porta e não acreditaram no que estavam vendo.
— Felipe — seu nome saiu como um sussurro, minha garganta ficou seca e quase se fechou. Sentir como lâminas quentes passavam por minha garganta, meu corpo levou um choque forte e se mover já não era uma opção. Minha pele toda formiga, um frio estranho percorre meu corpo. Como queria que um raio caísse na cabeça daquele homem que apenas me deixou traumas. Os olhos dele estavam com as pupilas delatadas, estranho. Seu cabelo estava grande e com pontas duplas, seu rosto pálido e lábios rachados. Não parecia o Felipe que conheci algum dia.
— Não vai me convidar para entrar?— entrou porta adentro — Está procurando isso aqui?— mostrou a arma do Joseph que o mesmo já tinha levantado e posto de pé ao meu lado.
— Como conseguiu isso?— Joseph estava com os punhos fechados.
— Você não dormiu nos últimos dias, sempre compra um lanche na lanchonete a três ruas daqui. Bem, coloquei algo em sua comida com ajuda de "alguém" muito especial, você dormiu e acabou perdendo algo — Gargalhou alto.
— O que você quer?— pergunto, finalmente. Fecho os olhos, as lagrimas quentes caem. Abrir novamente, fixo meu olhar em seu rosto.
— O que eu quero? Você sua tola. Você não pode me deixar por aquele gângster filho da puta — Felipe batia em sua cabeça com freqüência, seus olhos vermelhos e suas mãos tremia muito.
— Você está usando drogas — dou um passo para trás segurando a frigideira com força.
— Fiz muitas coisas nesses últimos dias, tudo por sua culpa — apontou com o dedo trêmulo pra mim.
— Fique atrás de mim, srta. Melissa — Joseph pegou no meu braço, me colocou logo atrás dele.
— Você acha mesmo que vai proteger ela?— Gargalhou outra vez.
— O que porra tá acontecendo aqui?— Liana surgiu na escada — O que esse filho da puta tá fazendo?— A mesma desceu as escadas correndo, se colocou ao meu lado.
Felipe ficou calado, mais disparou um tiro bem no ombro do Joseph que caiu em cima de mim. Liana pulou em cima do Felipe tentando tirar a arma de sua pose, enquanto estou tentando sair de baixo daquele homem tão pesado que desmaiou. Imediatamente sinto uma dor no pé da barriga. Ai meu Deus! Meu filho não. Felipe deu um soco no rosto de Liana, derrubou a mesma e empurrou ela para longe. Veio até mim, segurou em meus cabelos me fazendo ficar de pé.
— Você é minha — sussurrou perto da minha orelha, me prendeu em uma chave de braço. Estava sufocando meu ar. Tenho que ficar viva por mim, pelo meu bebê.
— Eu sou, agora me solta. Eu posso ir com você pra onde quiser, e só me soltar — peço como se tivesse falando com uma criança.
— MENTIROSA — gritou desesperado.
— Não, não, não estou mentindo. Quero ficar com você, apenas me solte e vamos sair daqui — passo devagar minhas mãos por seu braço.
— Você não pode ir com ele — Liana gritou, colocou a mão na barriga e gemeu — Ai que dor!— gritou.
— Cala a boca, prostituta — Felipe apertou mais.
— Olha, eu vou com você — digo com calma — Eu... Eu te amo — dizer isso foi como engolir a coisa mais amarga do mundo.
— Eu sei que você me ama, você vai comigo de qualquer jeito, Melissa— guardou sua arma, pensei que ia finalmente me deixar ir mais pegou uma faca e segurou na minha garganta — Vamos ficar juntos pra sempre, vamos pro paraíso — beijou minha bochecha. As lagrimas começaram a rolar.
— Deixa ela em paz seu psicopata — Liana tentou ficar de pé, mais parecia que seu corpo não lhe obedecia.
Felipe ficou furioso com suas palavras, me empurrou no chão, amarrou minhas pernas e braços com uma fita preta que pegou em sua bolsa. Depois de ter me amarrado foi a vez da Liana e Joseph, pegou um pé de cabra e acertou o joelho do Joseph.
— Nunca diga a um psicopata que ele é um psicopata — sussurrou perto da orelha de Liana.
Se aproximou com um sorriso estranho, ficou de cócoras a minha frente. Passou seus dedos sujos por meu rosto, arrumou meu cabelo como fazia antes e depois segurou meu maxilar com força, forçando um beijo. Esmagou meus lábios, e quando não lhe corresponde acertou um tapa no meu rosto.
— Vamos pro paraíso juntos — passou a lâmina da faca por meus dedos das mãos, subiu até meu ombro.
— Não me machuque, por favor — imploro.
— Shiiiii, não vou te machucar. Vamos juntos pro paraíso — sorriu. Então ele fez, cortou meu pulso direito.
— NÃO — grito o mais alto que consigo.
Felipe faz o corte no outro pulso. Começo a perde muito sangue, ouço batidas e depois um estrondo. Ouço um tiro, vejo Felipe cair em câmera lenta ao meus pés. Também consigo ver o Ethan correr desesperado para o seu amor, que chorava chamando por ele.
E ao ergue a vista vejo o homem que mais amei em toda a minha vida, meu único amor e pai do meu filho. Cailan estava lá e só talvez tenha chegado tarde demais. Não sinto mais o chão, apenas o calor dos braços dele.
— Não me deixe — chorou, certo que já não me tinha ali. Acredito eu que talvez não estive, mais ao mesmo tempo estava. Meus olhos queria se fechar, mais antes carreguei a última lembrança do rosto do meu gângster amado.
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Te Fazer Suspirar
Romance* CONCLUÍDO * Melissa Amaro, desde pequena teve que trabalhar para sustentar sua mãe. Rose foi trancada por sua madrasta em uma clínica psiquiátrica.Presa sobre efeito de remédios mentais foi abusada por médicos e enfermeiros da clínica dia após dia...