| Capítulo 1 |

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Aniversário
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Aurora Henderson:
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Três anos depois…

Apoio o cotovelo no balcão do bar e disfarçadamente levanto a perna para deixar minhas coxas à mostra.

De soslaio reparo que meu alvo também repara em mim. Ele lambe os lábios e sorri disfarçadamente, me observando de cima a baixo.
É ridícula a forma como ele me avalia com um objeto – mas não ligo – desde que eu possa cavalgar nele mais tarde, ele pode me avaliar o quanto quiser.
Só quero dele um tipo de educação: seu pau levanta para eu me sentar.

É a primeira vez que estou em uma boate sem a necessidade de uma identidade falsa, pois hoje é meu aniversário de 18 anos, fodidos 18 anos.
Matthew costuma me dar bronca quando eu saio escondido, mas quase sempre o Marvin está me vigiando, ele veio junto conosco a três anos.

Porém hoje estou sozinha, nem a Leonora, a governanta que Matthew faz de minha babá, sabe que estou aqui.
Matthew quase nunca está em casa, está sempre viajando a negócios – negócios ilícitos, é claro – como hoje. Quase ninguém do seu ciclo social me conhece, passo a maior parte do meu tempo com o Marvin, a Leonora, a Giovanna – minha amiga da faculdade que no momento está dançando extremamente bêbada na pista – e só.

– Posso te pagar um drink? – Sonda o homem que eu estava de olho.

Sua pele é negra e com certeza ele ultrapassa 1,80m. Sua camisa social branca marca os seus músculos bem definidos. O corte de cabelo é curto e barba está por fazer, os lábios carnudos e os olhos pequenos, escuros, pretos ou castanhos, não sei dizer ao certo.

– Claro. – Sorri sem mostrar os dentes, na tentativa de não parecer nem tão atirada, nem tão tímida.

Quando se convive com alguém como o Matthew, você aprende a arte da ilusão – entre outros truques.

– O que você prefere? – Perguntou.

– Um coquetel de frutas, por favor. Com álcool. – Respondo. Ele sorri sem mostrar os dentes e chama o garçom, pedindo para ele um Gin Tonic e para mim o coquetel.

– Tem sotaque americano. Estados Unidos? – Ele sugere.

– Sim. Me mudei há três anos, apenas. – Conto sem me importar.

– Pode me dizer o seu nome? – Pergunta.

– Mia. – Não costumo dizer meu nome verdadeiro para desconhecidos.

– Lindo nome. – Elogia. – O meu é Ernesto.

– É um prazer, Ernesto. – Sorri tranquila.

Nossa bebida chegou e o tal Ernesto pareceu bem interessado em me conhecer.
Me fez perguntas e mais perguntas, o que estava me deixando com certo tédio.

– Agora me fale de você. – Sorri simpática.

– Não tem muito o que dizer. Nasci aqui em Milão, herdei a agência de marketing digital dos meus pais e sou sócio dessa boate. – Ele deu os ombros. – Tenho 28 anos e moro sozinho em um apartamento. Acho que é só. – Completa.

– Olha só, sócio, legal. Não quer dançar? – Nem sei por que perguntei sobre sua vida, se não estou minimamente interessada.

– Claro. – Ele se levanta e me oferece a mão. Termino de beber o coquetel e aceito sua mão, descendo do banco e o acompanhando.

Meu Destino Em Suas Mãos Onde histórias criam vida. Descubra agora