| Capítulo 28 |

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Reencontros
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Matthew Caetani:
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    Saí do táxi e entrei em casa, estranhando a forma como os seguranças me olharam tensos. No entanto, não ousei perguntar o que houve e ver com meus próprios olhos, talvez me arrependendo assim que entrasse em casa.
    Subi as escadas e ouvi uma voz masculina, fazendo meu sangue ferver antecipadamente mesmo sem saber quem é. Abri a porta com brutalidade e quando tentei usar a boca para falar alguma coisa, as palavras ficaram presas na minha garganta.

    A minha mala de mão caiu no chão e meus olhos se arregalaram quando vi o Mauro sentado no meu sofá com a cabeça de Aurora no colo, fazendo cafuné na filha e alisando a sua barriga. Eles me viram e se levantaram rapidamente. Aurora abaixou a minha camisa social que usava e me encarou assustada.

— Mauro — balbuciei. — Você está… está vivo… — esfreguei o rosto, ainda não acreditando na cena em minha frente.

— Garanto que não está vendo uma miragem. — Ele falou com deboche e caminhou em passos duros até mim.

    Não me dei conta de que ele estava vindo me bater, até levar um murro no meio da cara. Coloquei a mão na boca que se cobriu com um cheiro metálico de sangue, ainda sem reação.
    Ele puxou a minha gravata pronto para me dar outro soco, mas Aurora interveio antes que acontecesse.

— Pai — ela o gritou. — E-ele… está machucado. Não bate nele, por favor — juntei minhas sobrancelhas ainda com a mão na boca, me perguntando como ela sabia daquilo.

— Valentim podia pelo menos ter me dado uma dica — resmunguei encarando o homem, que estava supostamente morto, em minha frente. — Você não me vê a mais de cinco anos, eu faço um discurso em sua homenagem no dia da sua morte e recebo um soco de boas vindas na minha casa? — Pergunto incrédulo.

— Você esperava um abraço, depois de eu confiar a guarda da minha filha a você e você transar com ela? Ainda por cima ir embora e deixar ela aqui g…

— PAI! — Aurora gritou e o pai parou de falar, mas em seguida prosseguiu:

— Além do mais, essa casa foi comprada com meu dinheiro e você decidiu passá-la para o nome de Aurora. Então, não é a sua casa — Mauro apontou o dedo trêmulo para mim.

— Muita informação — enfiei os dedos entre os cabelos e gemi quando senti uma pontada no ferimento na barriga.

    Aurora cambaleou e se segurou no braço do sofá para não cair. Fui rapidamente até ela e segurei sua cintura. Ela piscou os olhos e depois os abriu de novo, como se afastasse a tontura.

— Você voltou…  por que você voltou… não devia ter… — suas pernas falharam e eu a segurei com mais força, mas meus machucados deram, então a ajudei a se sentar.

— Você está doente, Aurora? Está bem? — Chequei sua temperatura, que está normal.

— Tô bem, Matthew — ela falou com a voz mais firme e se sentou.

— Por que eu não devia ter voltado? — Sondei.
    Ela gaguejou.

— P-porque você foi embora. Devia ter ficado lá. — Tentou me encarar, mas seu olhar vacilou.

    Aqueles olhos… aqueles olhos que não conseguiam esconder os sentimentos de mim, e ainda não conseguem.
    Mas deixei que ela pensasse que eu acreditei no que falou, mesmo algo em mim gritando que tem algo de errado — insistiria depois — depois de entender porquê o Mauro está vivo.

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