| Capítulo 31 |

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Perdas
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Aurora Henderson:
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— Então esse é o seu plano? Me manter presa em um quarto bonitinho até a chegada de um padre para me forçar a assinar um papel e ouvi-lo declarar o nosso felizes para sempre? — Gracejei, pois pelo que eu entendi é exatamente esse o plano do velho.

— Exato. A propósito, ele chegará a noite. Queria ter tempo de fazer uma festa e lhe mostrar para todos os meus amigos e inimigos, mas… creio  seu cãozinho de guarda não ficará manso por muito tempo. — Ele deu uma gargalhada sombria. — Há essa altura já deve estar desesperado planejando me matar e essas coisas de idiotas apaixonados.

— Você gosta mesmo de se ouvir falar, não é? Ao passar dos anos achei que as pessoas enjoavam de si próprias. Tem que ter muito amor próprio… — estou me esforçando para parecer indiferente e não ficar nervosa, rezando para que Matthew entre pela porta que estou presa a mais de uma hora.

— Você tem um senso de humor muito agradável. Daqui a pouco a minha querida filha virá trazer uma refeição e ficará feliz em bater um papo. — Ele sorriu falsamente. — Vocês vão se dar bem, creio eu. Você será a madrasta dela, o que é engraçado até, considerando que ela é mais velha.

— Cada segundo que passa vejo o quanto você é lunático e só fica pior. Está planejando se casar à força com uma garota mais nova que a sua filha e depois, quem sabe, estuprar e agredir a mesma. Consegue entender? E se fosse a sua filha em uma posição parecida com a minha? — Discursei mesmo sabendo ser inútil.

— Mas você não é a minha filha. Não vejo problema em domar uma cadela que nem você — refutou com desdém e eu respirei fundo, contendo o tremor do corpo.

— Acho que a noiva precisa de descanso. Que tal você sumir daqui e me deixar em paz? — Sorri com sarcasmo e ele gargalhou, assentindo.

— Como quiser. Estou aguardando o Tommaso, aliás, ele será meu único convidado. — Abriu a porta do quarto e saiu, trancando-a por fora.

    Respirei fundo diversas vezes me obrigando a manter a calma. Repetindo e repetindo que o Matthew virá e me levará antes que essa merda aconteça ou algo aconteça comigo e com nosso filho.

    A casa é uma prisão. Entorno de todo o lugar tem seguranças armados até os dentes e se o Matthew não trouxer pelo menos o dobro, o resultado da chacina não será vitorioso e eu não quero, em hipótese alguma, que meu filho cresça sem um pai quando até mesmo ele está animado com a ideia de se tornar um.

    Ele me colocou em um quarto digno de uma princesa. Lençóis de seda e cores neutras de bege, móveis de luxo, espaçoso e tedioso, tão detalhado e doce que me deu enjoo. E essa não é hora de sentir enjoo.

    Fiquei sentada na cama esperando alguém aparecer, ou Matthew aparecer, ou alguém vir tirar minha paz. Me arrependo de desejar isso quando a Cynthia entra pela porta com um sorriso cínico nos lábios e uma bandeja de comida.

— Meu pai quer você bem alimentada para mais tarde — ela colocou a bandeja na mesa de cabeceira ao lado da cama. Tem macarrão e almôndegas em um prato e um copo de suco ao lado.

— Você deve estar achando isso muito incrível, não é? — Arqueei uma sobrancelha e cruzei os braços. — Pode enfiar essa comida no rabo. Não vou comer nada vindo de vocês. — Rosnei.

— Pretende morrer de fome? — Ela riu. — Pois não vai sair daqui tão cedo. Sabe disso, não é?

— Tudo pode acontecer em algumas horas — estalei a língua.

Meu Destino Em Suas Mãos Onde histórias criam vida. Descubra agora