|Capítulo 26 |

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Consequências 

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Aurora Henderson
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— É o que? — Sondei franzindo a testa.

— Grávida? — Meu pai e Leonora gritaram em uníssono, fazendo a enfermeira se assustar.

— Moça não tem como eu estar grávida, porque eu tomo injeção contraceptiva todos os meses — prossegui, ignorando a surpresa dos dois.

— Os métodos contraceptivos não são cem por cento confiáveis e às vezes falham, poucos casos, mas ainda assim, casos — ela gesticulou me mostrando a prancheta com o relatório de exames, onde o beta mostrou 99,9% de certeza de gravidez.

— Não, não , eu não posso estar grávida… — esfreguei as mãos no rosto e encolhi os dedos dos pés tentando acordar daquele pesadelo.

— Grávida, Aurora? De quem é o bebê? Quem é o pai desse bebê? — Meu pai estava pálido e com os olhos arregalados, a voz um sussurro aturdido.

— Eu não acredito que ele fez isso, eu não acredito que isso aconteceu — Leonora bateu os dedos na têmpora, transtornada.

— Ele? Ele quem? Nora, somos amigos de longa data, me conte — meu pai suplicou com autoridade, mesmo demonstrando temer a resposta.

— Quantas semanas… — engoli seco. — Com quantas semanas estou? — Perguntei à enfermeira, que parecia entretida com a reação dos presentes.

— Seis semanas — ela verificou. — Aproximadamente um mês e duas semanas. — Ela explicou.

    Desconfio que fiquei mais pálida que o meu pai quando  entendi o que aquilo significava. Desde a morte do Gian, a única pessoa que fui para cama foi o Matthew. E se faz seis semanas, sem sombras de dúvidas esse filho é dele.

— Vamos Leonora, diga?! Quem foi o filho da puta que engravidou minha filha? — A cor estava voltando ao rosto do meu pai aos poucos, mas a expressão de choque permaneceu.

— Leonora não ouse… — apontei o dedo para ela e sussurrei assustada.

— Matthew! — Ela disparou com os olhos extremamente arregalados. — Menino insolente, menino insolente… — ela passou as mãos no cabelo.

— O que o Matthew tem haver com isso? — Meu pai juntou as sobrancelhas, confuso. — Não vai me dizer que esse filho… — ele desceu o olhar para minha barriga, ficando lívido novamente.

— Nem sabemos onde o Matthew está! — Bradou Leonora.

— Não sabem? Então ele engravida minha filha e some? Maldito! Eu não devia ter confiado sua guarda a ele! — Ele se levantou exasperado.

— Vou deixar vocês a sós. — A enfermeira abaixou a cabeça e se retirou.

— Eu confio nele e ele transa com a minha filha? Uma criança? — Continuou meu pai. — Eu devia adivinhar que para um filho de Tommaso, coisa boa não ia ser!

— Você o conhece, não o compare com aquele monstro — discutiu Leonora ao meu pai. — Ele não forçou a Aurora a nada em nenhum momento, não é um estuprador — ela agregou.

— Mas minha filha é só uma criança! — Ele apontou a mão para mim, encarando Nora.
    Interferi, saindo do transe do choque inicial, entendendo a conversa entre eles.

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