| Capítulo 32 |

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Recuperação
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Matthew Caetani:
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— Além do aborto, ela sofreu uma perfuração no útero e possivelmente não poderá ter mais filhos. A cirurgia correu bem. Interrompemos a hemorragia e evitamos danos maiores… iremos mantê-la sedada por um tempo para que se recupere e não se agite ao acordar, podendo complicar a recuperação… — a médica continuou falando, mas um zunido insuportável no ouvido me surdou.

    Sentei no sofá de espera, qual fiquei quase três horas  aguardando alguma notícia. Agora eu a tinha. Aurora perdeu o bebê, perdeu o meu filho e ainda passou por uma cirurgia. Isso está doendo tanto em mim, que penso em como vai doer triplamente nela. Como ela vai se sentir ao acordar.

— Quando vão acordar-lá? — Valentim perguntou por mim.

— O efeito vai passar por si só, senhor. Mas ela deverá ficar internada por pelo menos três dias. — Explicou.

    Apoiei os cotovelos no joelho e passei as mãos no cabelo. Farei ele pagar. Farei ele pagar. Farei ele pagar. Repeti um milhão de vezes para mim. O Aviero está no galpão isolado da floresta. Mandei que parassem o sangramento dos tiros, pois eu vou pessoalmente fazê-lo sangrar.

    O meu pai fugiu e estão o caçando. Mauro virá ficar com Aurora enquanto eu faço a minha parte e não encontram o Tommaso. Em breve estarão todos mortos. Em um futuro bem próximo esses monstros estarão queimando no fogo do inferno.

— Ela vai ficar bem, fratello — Valentim esfregou meu ombro. — É a Aurora, cazzo!

— Era o meu filho — cobri a boca com as mãos e esfreguei o rosto. — Ele fez ela perder o bebê com a porra de um arame — rosnei entre os dentes.

    Valentim estremeceu e logo tentou disfarçar. Até para mim, para ele, a porra de um mafioso ainda melhor do que eu, isso parece crueldade. A porta da sala de espera foi aberta e por ela entrou Mauro, com a aparência cansada e um tanto transtornada.

— Ela está bem? — Perguntou assim que me viu.

— Está. — Respondi. — Fique com ela. — Me levantei, tenso. — Quando encontrarem meu pai, você vai ser o primeiro a saber.

    Ele assentiu e eu encarei Valentim numa pergunta silenciosa sobre se ele vai me acompanhar. Ele se levantou. Seguimos para fora do hospital e Valentim dirigiu até o galpão.

— É… você queria mesmo esse bebê, não é? — Sondou meu irmão enquanto esperava o semáforo abrir.

— Nunca me imaginei tendo um filho porquê não queria ser um pai igual Tommaso — desabafei. — Mas percebi que não seria. E quando ouvi o coração do bebê… eu… — as palavras ficaram presas na garganta.

— O homem realmente é doente — consentiu Valentim. — O que vai fazer com nosso pai? Quando o encontrarem.

— Não sei se vou fazer muita coisa. Mauro está com sede de sangue — falei enquanto abria o porta luvas, pegando minha arma.

— Realmente está — concordou. — Quando cheguei em sua casa e vi ele… pensei estar vendo um fantasma.

— Você não é muito grandinho para acreditar em fantasmas? — Sondei. Meu irmão deu os ombros.
    Chegamos ao local e senti minha pele esquentar mesmo no frio da noite quando desci do carro.

— Filme de terror ao vivo — Valentim gracejou me acompanhando.

    Os homens abriram a passagem para mim e entrei no galpão escuro. Tateei a parede à procura do interruptor da luz, que se acendeu em cima da cabeça do homem. Ele já está meio grogue. Dois tiros não é um arranhão. No entanto, meus homens acostumados a cuidarem dos próprios ferimentos, deram um jeito.

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