| Capítulo 23 |

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Despedida
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Matthew Caetani:
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    Tiro o capuz da cabeça do maledetto e seus olhos se arregalam, acostumando-se com a luz. Logo seu rosto toma uma expressão fria, que sei que só esconde seu medo crepitante.

— Tenho certeza que já ouviu falar da minha reputação — digo distraidamente, limpando alguns instrumentos de trabalho com um pano fino e macio de algodão.

— Incrível Matthew Caetani… — ele debochou. — Esperavam me matar com uma cadela daquelas? — Ri com ceticismo, como se o que ele acabou de dizer fosse uma piada.

— Melhor ter cuidado com as palavras. Sua morte será mais lenta se ofender a minha garota. — Estava de costas para ele, pensando no que usar primeiro.

    Escolhi uma caneta que estava em meu bolso. De todas as opções que tinha à minha frente, uma simples caneta divertia minha imaginação fértil.
    Giro-a entre os dedos, caminhando até ele. Tiro a tinta, deixando apenas o tubinho transparente de uma caneta barata.

    Antes que o homem percebesse, enfiei a caneta em seu peitoral.
    O ar dele pareceu se perder ao atingir seu pulmão. Sangue jorrou como se fosse uma torneira. Uma pequena cachoeira vermelha.

— Já tive vontade de ser médico... Mas não sabia se me daria bem no ramo. Talvez eu descubra hoje — sorri de bom humor.

    Tiro meu blazer e minha camisa branca, ficando apenas de calça e sapatos. Não quero estragar uma edição limitada com sangue desse verme.
    Pego uma pequena adaga, já voltando para meu paciente.

— Vai ser difícil lhe tratar se estiver sentado — sussurro, mais para mim mesmo. Com um sinal com os dedos um homem vem até mim. — Deite ele no chão mesmo. Aqui não é um hospital de luxo, afinal.

    O homem se afasta assim que faz o que pedi. Me agacho ao lado do Lucio, vendo suas mãos algemadas acima da cabeça.
    Abro sua camisa com um puxão forte, deixando seu abdômen exposto. Começo a cirurgia com um corte do peitoral até a bexiga, não tão fundo. Meu paciente grita, trincando os dentes. A raiva é evidente em seu olhar, assim como a dor.

— Não temos anestesia. Aqui é um hospital clandestino, lembra? Pois é, quem mandou não seguir as regras — falo a última frase seriamente. Assobio para um de meus homens novamente. Um deles aparece ao meu lado. — Pegue o kit de primeiros socorros e fique aqui me ajudando. Você será meu enfermeiro.

— Sim, senhor — Ele logo trás as coisas e se senta. — Devo aplicar o soro? — Assinto e ele faz imediatamente.

— Qual seu nome? — Pergunto ao garoto que não deve ter mais que 25 anos.

— César.

— Então César, você acha que uma pessoa vive quanto tempo com seus órgãos fora do corpo? — Aquilo estava sendo divertido.
    Talvez uma parte essencial da infância na máfia que eu tenha perdido.

— Creio que não muito, senhor Caetani. — Ele diz respeitoso.

    Nosso paciente soa frio, nos olhando com ódio, tentando suportar a dor sem deixar tão explícito.
    Pego afastadores que terminam de rasgar seus tecidos o fazendo urrar de dor — essa é de fato, a pior coisa que já sentiu na vida.

— César, não deixe ele morrer de hemorragia — mando. — Seria muito generoso.

FIGLIO DELLA PUTTANA! — Grita Lucio com uma mistura nada saudável de raiva e dor.

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