| Capítulo 25 |

3.6K 381 133
                                    

• ────── ✾ ────── • ────── •
Descobertas
  ════┵•✾•┲════
Aurora Henderson:
• ────── • ────── ✾ ────── •


— Ai, que merda… — xinguei quando o despertador tocou e me levantei da cama a contragosto.

    Precisava ir treinar, ou pelo menos repor as energias que perdi na noite anterior em que fui para uma daqueles cassinos da famiglia e gastei muito dinheiro com apostas e drogas.
    Pelo horário, o Valentim possivelmente já estava na academia, já que ele ficou encarregado de treinar comigo depois que o irmão foi embora.
    Fui até o banheiro arrastando os pés e entrei na ducha com esperança de que a água me desse um pouco de energia, mas só me deu ainda mais sono.

    Desci para o andar debaixo e ignorei a mesa farta que Leonora preparou quando olhei para a comida e senti meu estômago revirar, então fui até a cozinha e peguei no freezer uma lata de energético, abri e bebi de gole em gole.

— Vai sair sem comer de novo, Aurora? — Leonora perguntou entrando na cozinha com os braços cruzados. — Você emagreceu uns cinco quilos desde que o Matthew foi embora, fliglia… isso não faz nem dois meses… — seus olhos se encolheram com preocupação.
    Estendi a lata de energético pra ela e abri um sorriso fraco.

— Minha dieta sem esforço não é mérito daquele babaca — brindei a lata vazia no ar e depois joguei no lixo. — Até mais tarde, ou amanhã, não decidi ainda — dei os ombros e sai.

    Peguei o carro na garagem e saí sozinha da mansão — afinal também decidi que não queria mais o Marvin na minha cola e ele não teve outra escolha a não ser acatar e começar a fazer a segurança da casa — e segui em direção a academia, perdida em pensamentos e sono. Seria um alívio se eu cochilasse e capotasse com o carro e morresse.

    Quando parei no semáforo fechado em frente a uma faculdade, vi um pai deixando a filha no lugar e lhe dando um beijo na testa. Meu peito se apertou e o sinal abriu, me livrando daquela situação.

    Desde que o Matthew foi embora eu voltei a minha rotina normal de festas e bebidas, e por incrível que pareça, nada de homens. Apenas algumas garotas e drogas.
    Também faltei a algumas consultas com a Lizaveta, pois a tal terapia para superar traumas só estava me rendendo pesadelos à noite, e alguns dias de faculdade também, mas já tenho notas boas no semestre então não é algo preocupante.

    Me forcei a me convencer que estava melhor assim, que o sentimento que eu vinha criando pelo Matthew não me levaria a lugar nenhum e que longe do Aviero e do pai doente, ele estaria seguro.
    E sinceramente, pouco me importa se as crises voltaram, se eu voltei a me machucar e usar drogas como válvula de escape, afinal percebi que essas coisas já fazem parte de mim a muito tempo e não seria o Matthew que curaria o problema magicamente.

    Estacionei na academia e desci, subindo diretamente para onde Valentin avisou que estaria por mensagem, na sala de boxe. Estava morta pela noite anterior, mas não me importava com tanto que a noite eu estivesse tão exausta que nem o pior dos pesadelos com meus pais, Gian ou o homem desconhecido que matei fossem capazes de me acordar.

— Bom dia, Aurora — ele me cumprimentou abrindo a grade do ringue pra mim.
    Finalmente aprendeu a não me chamar de criança.

    Ele não sabe sobre mim e Matthew. Agora que não existe mais nada, que não tem nenhuma necessidade mesmo de saber, ainda mais se isso for causar uma discussão desnecessária entre os dois, pois o Valentim me considera uma garotinha indefesa que precisa de proteção.
    Não sei o que o Matthew fez, mas conseguiu que o pai me deixasse em paz e não me mandasse mais para nenhuma missão. Infelizmente com Matthew longe e sem comunicação não tive mais notícias sobre a investigação dos meus pais ou se sequer ele continuou investigando.

Meu Destino Em Suas Mãos Onde histórias criam vida. Descubra agora