Meu Destino Em Suas Mãos

| Prólogo |

• ────── ✾ ────── • ────── •
Morte
════┵•✾•┲════
Aurora Henderson:

• ────── • ────── ✾ ────── •

Há três anos...

"Ainda sendo procurado em território Francês, o Italiano Matthew Caetani, príncipe da Máfia Ndrangheta, novamente denunciado por tráfico ilegal de armas e suspeito por realizar uma chacina que deixou 5 mortos e 3 feridos..."

A foto do meu padrinho aparece na TV - Matthew seria facilmente confundido com um modelo ou ator de séries da Netflix, mas é um mafioso - na sua mais boa forma física, vestido elegantemente em um terno preto marcado em seus músculos, destacando a sua pele clara e olhos cor de mel, cabelos castanho escuro e barba curta, bem feita. Boca, nariz e sobrancelhas perfeitas. Deus realmente tem seus preferidos.

Todavia, ainda que presenteado com toda essa beleza, ele foi amaldiçoado com uma péssima conduta.
Meu pai não tinha ninguém mais adequado para me batizar? Tinha que ser um traficantezinho de quinta categoria que vive sendo procurado pela polícia?

Não me lembro de ter o visto pessoalmente muitas vezes desde que nasci, até porquê não é como se ele tivesse livre arbítrio para andar na rua e viajar a hora que quiser sem ser pego pela polícia. Às vezes que ele veio nos Estados Unidos me trouxe algum presente caro da Itália, e só.

Meu pai o viu crescer quando morava na Itália e trabalhava para a família Caetani, por isso achou uma boa que eu fosse batizada por um mafioso.
Bom, pelo menos não tenho nenhuma obrigação de vê-lo e espero que continue assim. Que ele continue em seja lá qual for o buraco que está enfiado.

- Senhorita Henderson? - Marvin, o meu segurança particular entra na sala de estar. Percebo que o mesmo está um tanto ofegante.

Marvin Tucker é nada mais nada menos que um homem negro de 1,80m, musculoso e sorridente que usa uma barba curta, as vezes branca, denunciando sua idade.
Sua voz grossa e seu tamanho exagerado assustaria qualquer um que não o conhece, mas eu sei que é um homem legal - seu sorriso exagerado que expõe seus dentes extremamente brancos me mostram um tiozão que faz piada sobre pavê no Natal.
O considero família, já que o mesmo faz minha segurança desde que me entendo por gente.

- Só Aurora, Marvin. Aconteceu alguma coisa? - Pergunto, percebendo o seu nervosismo.

- É sobre os seus pais... eles... - Ele hesita.

- O que que tem meus pais? - Me levanto do sofá.

- O avião que eles estavam... o avião... houve um acidente, Aurora... - Ele contou.

Demorei alguns instantes para processar suas palavras enquanto o encarava.
Como assim acidente? O avião caiu? Meus pais saíram há uma semana para uma viagem normal de negócios na Itália. Eles vão, às vezes demoram, mas sempre voltam, eles sempre prometem que voltam. E eles prometeram voltar há uma semana atrás.

"Acabamos de receber a notícia que o voo 674 caiu no meio do oceano Pacífico. Os pilotos mandaram pedidos de ajuda para a Central no final da tarde, mas em menos de dois minutos a aeronave já tinha perdido as forças. De acordo com a mensagem do piloto, houve uma falha em um dos motores, que pegou fogo durante a viagem quando um possível raio atingiu o avião.

O voo tinha 163 passageiros e não houve sobreviventes. A empresa aérea irá divulgar mais informações em breve."

As palavras da jornalista adentram meu ouvido junto a um zumbido estranho, que está me deixando zonza.