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Overdose
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Aurora Henderson:
• ────── • ────── ✾ ────── •– CAZZO, MATTHEW! – Praguejo jogando meus saltos e a bolsa em um canto qualquer e correndo até ele.
A boca do Matthew está espumando e ele não está reagindo aos meus gritos. O corpo dele está tremendo, e percebendo ser uma convulsão o puxo rapidamente o deixando de lado para que não se engasgue.
Abro os seus olhos e capto suas pupilas extremamente dilatadas, a pele excessivamente quente e ao colocar a mão em seu peito, os batimentos muito acelerados.
– Marvin! MARVIN! – Grito desesperada, sentindo minha visão embaçada pelas lágrimas.
A boca do Matthew não para de espumar e seu corpo fica ainda mais mole, porém ainda trêmulo.
Marvin adentra a sala e arregala os olhos ao ver a cena.– Vamos levá-lo para o hospital! – Marvin me afasta rapidamente do corpo do Matthew e junto ao outro segurança, o pega no colo.
Sigo-os para fora dando uma última olhada na mesa, nas drogas que haviam ali.
Marvin coloca-o nos bancos de trás do carro e eu entro junto, sacudindo o corpo do mesmo na esperança de que ele vá reagir, mas apesar dos olhos abertos ele não faz nada, não reage de forma alguma.– Acho que ele… acho que ele tá parando de respirar… – Falo com a voz falhada por conta dos soluços já presentes.
– Aguenta, Aurora… – Marvin me encoraja enquanto dirige a toda velocidade até o hospital.
Me recordo da dor, a dor de perder os meus pais, o vazio, a insegurança. Toda a dor que tentei evitar por anos veio à tona de repente, um gatilho, a mera possibilidade de perder o Matthew, a única pessoa que – bom ou ruim – restou em minha vida.
Os minutos até o hospital parecem intermináveis, a pele do Matthew fica cada vez mais pálida e sem vida enquanto ele convulsa.
Marvin embicou o carro em frente ao hospital e logo os enfermeiros de plantão apareceram, já com a maca pronta, prevendo a emergência.
Pedem que eu me afaste e tiram ele às pressas, já o levando pra dentro.– O que aconteceu? – A enfermeira pergunta calma e profissional.
– Ele… acho que foi metanfetamina, não sei ele… eu só cheguei e achei ele assim… – Tento explicar, a voz trêmula e fraca, se embolando com as palavras.
Ela assente e pede que eu aguarde na sala de espera, que irão fazer os procedimentos necessários e trarão notícias o mais rápido possível.
– CID 10 X64, overdose, ele está tendo uma parada cardíaca, temos que agir rápido! – Outro homem de jaleco branco que está entubando o Matthew, grita e corre com a maca e outros enfermeiros.
– Venha, Aurora. Se acalme. Matthew é duro na queda. – Marvin me abraça de lado, me guiando até um dos sofás cor creme da sala. – Aurora… Aurora… – Ouço a voz dele longe, se misturando com outras vozes e as sirenes altas na minha cabeça.
Sinto tudo girar, embaçar, só vejo as luzes e pessoas com jaleco branco, até que tudo começa a se misturar, se tornando borrões.
Sinto o ar fugir do meu peito e uma dor aguda na cabeça, talvez pela a falta de oxigenação no cérebro, começo a me engasgar e tossir.– Garota… garota! – Sinto alguma pessoa amparar a minha queda e me sentar em um dos bancos. – Ela está em choque, crise de pânico. Vamos acalmá-la. – Tento focar na enfermeira que conversa calmamente com alguém, mas ainda enxergo apenas borrões.
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Meu Destino Em Suas Mãos
RomanceAurora era uma menina doce até seus 15 anos, todavia, após a morte dos seus pais em um terrível acidente de avião, ela perdeu todo o seu brilho e deixou vir a tona o seu lado mais obscuro. O seu destino foi jogado nas mãos do seu padrinho, Matthew...