| Capítulo 6 |

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Xadrex
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Aurora Henderson:
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– E quando eu chego no hospital ele tinha esmurrado o pobre do enfermeiro. – Dou o último gole do vinho branco.

– Matthew sabe ser infantil quando quer. – Giovanna comenta distraidamente enrolando seu macarrão no garfo.

Ela arregala os olhos após sua fala, percebendo que falou o nome do Matthew – que é, supostamente, o meu tio – ao lado de Emilia.

– Então esse é o nome dele? – Pergunta Emilia.

– Sim. – Engulo o seco. – Enfim, eu tenho que voltar. Quero evitar mais acontecimentos como esse por hoje. – Pego minha bolsa para deixar minha parte do almoço com as meninas.

– Larga a mão de ser boba, Aurora. Eu pago hoje. – Giovanna me repreende.

– Ok. Beijo, meninas. Eu aviso qualquer coisa. – Me levanto e dou dois beijinhos no rosto das duas.

– Melhoras ao seu tio. – Emilia deseja com sua voz tímida e doce. Sorri simples para ela e segui para fora do restaurante.

Encontro Marvin no estacionamento, ele abre a porta pra mim e logo estamos no trânsito.

– Fez uma nova amiga? – Ele pergunta, interessado.

– Uma colega. Ela é nova na faculdade. – Exponho.

– Parece que está saindo da sua zona de conforto. – Ele me fita pelo retrovisor, com um olhar intrigante.

– Eu não tenho uma zona de conforto. – Retruco com a voz aguda. – Eu só não tenho muitas amizades graças ao Matthew. – Critico.

– Acredito. – Diz com ceticismo.
Balanço a cabeça incrédula com seu julgamento, mas permaneço calada.

Em alguns minutos estávamos de volta ao hospital.
Enquanto Marvin estaciona o carro eu vou sozinha para o quarto do Matthew, onde o mesmo se encontra sentado na cama de braços cruzados e cara fechada – como sempre – diga-se de passagem.

– Como está o meu padrinho predileto? – Debocho ao entrar.

– Não me chame assim. – Ele rosna, sem desviar os olhos da TV.

– É o que você é. Comeu tudo? – Vasculho as vasilhas que trouxe com a canja e estão vazias.

– Sim, mãe. – Ele bufa. – Não aguento mais ficar aqui, Aurora. – Reclama.

– Preferia estar em casa com suas putas e usando drogas? – Arqueia a sobrancelha.

– Pra ser sincero, sim. – Em cruza as mãos em cima da perna, me encara com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso de canto.

– Pode sonhar, porquê você não vai! – Sorri abertamente, provocativa.

Ele puxou um suspiro de raiva e me encarou de cima a baixo. Não me abalei, e ainda me aproximei e me sentei na poltrona ao seu lado.

Matthew desistiu da discussão e voltou a sua atenção para TV, escolhendo um filme de terror, que resolvi assistir também.

[...]

Os créditos do filme aparecem na TV e mudo minha atenção pro Matthew, que ainda está com os olhos na TV.

– Olhando você deitado assim, nem parece que mata pessoas. – Falo simples, inexpressiva, como se aquilo não fosse grande coisa.

Meu Destino Em Suas Mãos Onde histórias criam vida. Descubra agora