Venti

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Filippo Fontana

Eu iria matá-lo.

Sabia que isso me causariam consequências terríveis, mas eu definitivamente iria matar Lorenzo Moretti.

Tinha cerca de meia dúzia de planos na mente, mas o melhor deles era dar o maior número de tiros possíveis na direção da cara daquele grandíssimo filho da puta. Ele mal disfarçava a forma com que encarava Olívia e simplesmente não parava. 
Ele estava me provocando. Tinha que estar! Não era possível que tinha perdido completamente a noção dos problemas que teria ao flertar com a mulher de um mafioso. Já não o perdoava por desdenhar e fazer pouco caso de todos os códigos de conduta dentro da máfia, mas provocar-me daquela forma era demais pra mim.

Não queria que trocassem um aperto de mãos.
Não queria que se olhassem e muito menos que respirassem o mesmo ar. 
Estava arrependido de tê-la levado ali, mas não queria prendê-la como sua mãe fez durante sua vida toda.

Uma de minhas mãos estava espalmada na base das costas de Olívia e ela tinha um sorriso lindo e simpático no rosto. Lorenzo estava boquiaberto, com os olhos azuis brilhando enquanto a encarava. Eu deveria respirar fundo...
Aquela maldita ação parecia estar se arrastando e só quando limpei a garganta, o desgraçado sem noção piscou, voltando a si e estendeu sua mão para ela também, finalmente trocando um aperto.

- Valente. - Ele repetiu seu sobrenome, dando um sorriso forçado - Olívia Valente. É um prazer conhecê-la, senhorita.

Mantinha meus olhos nele, observando quando soltaram as mãos e sua atenção finalmente foi minha. Lorenzo não tinha a mesma expressão de quando tentou me matar. Ele parecia bem menos hostil, na verdade, nada em sua postura parecia ofensiva. Eu até conseguia entender o poder que Olívia tinha sobre mim, me acalmando, me relaxando, mas não estava gostando da forma com que aquele canalha estava se portando na frente dela.
Bancaria o bonzinho agora?

Eu tinha uma maldita cicatriz na barriga indicando que ele definitivamente não era a vítima daquela situação!

- É uma bela festa, Moretti. Roubou de quantas famílias para pagá-la? - O provoquei.

Olívia grudou em mim e soube que aquele gesto fora para tentar me acalmar. Não dava. Eu não conseguiria me manter calmo. Os homens que faziam a escolta do covarde eram os mesmos que mataram meus seguranças e encará-los era como se eu estivesse ouvindo os tiros de novo, como se estivesse sentindo o sangue deles espirrando em mim.

- Não vamos armar uma cena na frente de sua dona, não é mesmo? - Ele deu um passo em minha direção e seus capangas fizeram o mesmo.
Podia sentir os olhos de Liv sobre mim e sua mão me apertava pelo braço, ansiando para que eu parasse de fitar aqueles homens e buscasse os olhos dela. Meu corpo inteiro tremia e odiava vê-lo falando dela.

- Filippo...

Respirei fundo, uma, duas vezes, até três. Então finalmente me virei para olhar nos olhos de Olívia. Quando vi que estavam brilhando em lágrimas, meus ombros caíram e me senti culpado. Inferno, eu não deveria agir assim na frente dela.

- Aproveitem a festa. - Foi o que Lorenzo disse antes de se afastar em passos rápidos com seus homens, nos deixando ali no meio do salão.

Meus olhos o acompanharam de novo, mas Olívia segurou meu rosto, virando-o para que eu novamente a olhasse e quando o fiz, bufou nervosa:

Mais que Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora