Quattordici

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Olívia Valente


O iate era maior do que qualquer outro lugar que eu já tinha visitado em toda a minha vida e todos os detalhes pareciam tão... caros! Minha mente continuava um turbilhão e tentava associar todo aquele poder à Filippo, mas ainda era bem difícil. Não que ele não transparecesse tudo isso, mas pelo que tinha conhecido dele com toda a sua doçura, educação, cavalheirismo... Parecia ser tão distante daquele luxo e ostentação.

Abraçava meu próprio torso enquanto caminhava pelo local, que mesmo já em alto mar, mal parecia balançar. A quantidade de homens de terno preto e armados que estavam ali, me deixavam levemente desconfortável e não via a hora de estar na casa dele.
Eu estava indo para a casa de Filippo, viver com ele. Oh, meu Deus. Onde é que eu estava com a cabeça?!

Fui até a proa do iate, ainda impressionada por haver uma piscina ali dentro e notei que o chefe da máfia pelo qual estava apaixonada, conversava com um de seus homens de forma descontraída. Era o mesmo que tinha acompanhado ele até a ilha e pelo comportamento, nem pareciam ser tão perigosos assim. Eles riam e Filippo o empurrou levemente pelo ombro. Quando os olhos dele encontraram os meus, limpou a garganta e disse algo a Filippo, que rapidamente se virou em minha direção:

- Ei, principessa. O que é que estava fazendo?

- Eu estava impressionada com a grandiosidade desse iate. - Dei um sorriso meio tímido, me aproximando um pouco mais dos dois - E acho que acabei me perdendo.

Filippo sorriu e veio até mim, tomando meu rosto com as duas mãos e beijando-me suavemente nos lábios. Aquele gesto até me relaxou um pouquinho, mas ainda me sentia intimidada com a quantidade de testosterona presente naquele local:

- Comigo nunca vai estar perdida. Venha aqui, quero te apresentar uma pessoa. - Ele entrelaçou nossos dedos e caminhamos até pararmos de frente para o homem que conversava com ele - Este é Leonardo Callegari, é o conselheiro de minha família, além de ser meu cunhado e melhor amigo.

- Cunhado? - Meu sorriso foi de pura surpresa. Agora entendia porque pareciam tão descontraídos um para com o outro.

Leonardo estendeu a mão, propondo um cumprimento. Ele era bem diferente de Filippo, mas não deixava de ser um homem bonito. Tinha algumas tatuagens espalhadas pelo dorso da mão e também nos dedos, mas não transmitia maldade nenhuma no olhar. Acho que por isso que tinha conquistado a irmã do amigo, não conseguia imaginar Filippo sem ser uma pessoa cuidadosa e ciumenta com aqueles que amava.

- É um prazer finalmente conhecê-la, senhorita Valente. - Ele beijou meu dorso e deu uma piscadinha - Nem acredito que conseguiu mudar a cabeça desse cara. Não tem ideia do quanto Filippo tinha aversão à relacionamentos.

Arregalei os olhos surpresa e Filippo bufou, entrando na frente de nós dois, encarando o amigo numa expressão divertida:

- Ainda sou seu chefe.

- E eu sou seu cunhado favorito - Leonardo retirou um maço de cigarros do bolso - Se me ameaçar, conto pra Catarina.

- Sabe que às vezes eu odeio você?

- Isso é uma grandíssima mentira.

Eu amava ver Filippo conversando com meu pai, mas vê-lo ali, tão jovial e descontraído, me deixou ainda mais encantada por ele. A forma com que sorria, iluminava toda a beleza de seu rosto bonito e enquanto assistia aqueles dois até me esquecia de que se tratavam de dois mafiosos poderosos e perigosos.

Mais que Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora