Olívia Valente
Era um vazio diferente.
Depois de praticamente uma semana evitando meu próprio quarto, tinha decidido por voltar a dormir em minha cama. Mas ainda assim, era um vazio diferente. Mesmo tendo trocado os lençóis, conseguia sentir nitidamente o cheiro de Filippo em meu colchão, como se estivesse impregnado ali. Ele tinha mesmo deixado sua marca.
O tempo parecia se arrastar, mas pela primeira vez em dias, estava me sentindo mais conformada. Ele não voltaria.
Filippo devia ser casado. Deus, como não seria? Ele era um homem incrível, bom, lindo e muito dedicado no que fazia no sexo. Nápoles deveria ter milhares de mulheres aos seus pés e ele não perderia tempo comigo. Deveria ter filhos, uma casa grande e uma família linda. Ele não voltaria.
Isso tinha se tornado meu mantra.
Iniciei o dia de trabalho e conforme ia nas casas de meus clientes, todos eles perguntavam a respeito de Filippo, o que tornava o trabalho de esquecê-lo ainda mais difícil. '' Faz só uma semana'' repetiam. ''Talvez ele volte''. Diziam esperançosos.
Ele disse que as portas de sua casa em Nápoles estariam abertas para mim, mas mesmo se eu quisesse ir de encontro à Filippo, nem saberia por onde começar! Como o encontraria? Nem sabia seu sobrenome! Perguntaria a primeira pessoa se conheciam algum Filippo? Aquilo não fazia o menor sentido!Antônio veio em minha direção, chutando sua bola e abrindo um largo sorriso. Ele deu alguns pulinhos antes de me alcançar e retirou minha bolsa de meu ombro, apoiando no dele:
- Olhe só pra você, um completo cavalheiro. - Brinquei. - Não está muito cedo para estar brincando por aí? Por que não foi à aula?
- Mama não está se sentindo bem. - Aquela informação apertou meu coração.
Nos últimos dias não tive muito contato com Cassandra. Surpreendentemente, Pedro estava ficando mais em casa e estava a ajudando com os afazeres domésticos. O nascimento da bebê estava cada vez mais próxima e pelo menos para esse fato, aquele ogro tinha tato. Mas quando Pedro estava por perto, era difícil deixar que me aproximasse. Graças a todas as coisas que Dario havia espalhado sobre mim, ele me considerava uma má influência para sua esposa.
E depois que Filippo foi embora, Dario não pensou duas vezes para espalhar pela vila que ele só tinha ido embora porque havia conseguido o que queria de mim. O cretino não estava indo trabalhar também, o que era uma boa desculpa para que Pedro se fingisse de bom marido, mas todos sabiam que Dario só estava fugindo da surra de meu pai.
Eu estava anestesiada demais para me importar com fofocas tão ridículas e não tinha mais vinte anos de idade para me envergonhar de ter transado com quem queria. Nada mudaria o que senti quando me entreguei à Filippo e não estava nenhum pouco arrependida de tê-lo feito.- É a bebê? - Perguntei à Antônio, fazendo cálculos mentais para ver se teria problemas em deixar o trabalho um pouco de lado para visitá-la. Não me importava se Pedro estaria lá ou não - Ela está com dores?
- Eu não sei. - Ele deu de ombros - Papai mandou eu ir brincar e vi que ela estava no sofá respirando acelerado.
Não tinha dúvidas de que deveria ir lá e foi o que fiz, caminhando em passos rápidos, sabendo que Antônio estava logo atrás de mim. Ao me aproximar da entrada da casa, vi Pedro fumando logo na varanda e aquilo me fez revirar os olhos. Ele nem respeitava a esposa grávida e ficava fazendo uso de cigarros!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mais que Negócios - Duologia Família Fontana - Livro II
ChickLitOBRA CONCLUÍDA!!!!!!!! ESTE É O SEGUNDO LIVRO DA DUOLOGIA FAMÍLIA FONTANA!! São Só Negócios é o primeiro da saga!!! Filippo Fontana tornou-se o Don da família depois dos acontecimentos com a família Sorrentino. Agora que dois anos se passaram, ele a...