Ventidue

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Olívia Valente

Eu tinha me esquecido das roupas que Catarina havia me ajudado a comprar. Bem, não que eu tivesse mesmo me esquecido delas, mas eram tantas que mal tinha começado a usar as mais comuns. Ela ficou extremamente animada quando Filippo ligou convidando-a para ir na boate dele comigo e ainda não entendia como os gritos dela não tinham quebrado os autofalantes do celular dele.

Amava a forma de Cat agir comigo e mesmo estando longe de Cassandra, sentia que continuava tendo uma amiga por perto. Ela já tinha se tornado isso para mim.

Depois que Filippo foi pra reunião, fiquei algumas horas no telefone perguntando a minha cunhada o que é que ele costumava fazer nessas festas e ela hesitou bastante antes de me contar todo o histórico de pegador que ele tinha.

Eu sei que não deveria me surpreender. Filippo era um homem lindo, charmoso, educado, sexy e as coisas que fazia na cama demonstravam que era alguém experiente. Só odiava saber que tudo o que sabia fazer hoje era porque tinha treinado com sabe-se lá quantas. Oh, Dio... Eu estava louca e com ciúmes do passado dele.

Catarina falou que eu deveria causar um pouco da mesma sensação que eu estava sentindo e quando a noite seguinte chegou, deixei que me maquiasse e fizesse meus cabelos, além de escolher o look que usaria. Uma saia preta bem colada ao corpo e uma mini blusa em paetê caindo entre os seios, onde deixava meu decote bem visível. Sentia que pulariam pra fora a qualquer momento, mas quando me olhei no espelho, nunca tinha me visto tão... sexy.

- Acha que ele vai gostar? - Sussurrei levemente insegura.

- Oli, amore mio... Filippo vai morrer do coração. Se ele brigar, pode me responsabilizar!

Ela retirou o telefone do celular do bolso e fez pose para que tirássemos uma foto em frente ao espelho, tirando uma outra em formato selfie logo em seguida. Umas duas olhadas a mais em meu reflexo e já estava mais acostumada com a loira sensual refletida ali, em seguida respirei fundo, seguindo-a até a saída.

Tanto Leonardo quanto meu Don Fontana já estavam na casa noturna em questão, porque tinham que ir mais cedo para ''analisarem a área'' e como eram os anfitriões da noite, tinham também que ter a responsabilidade de chegarem antes.

Meu coração estava apertado - muito mais até do que as roupas que usava. E sentia que tudo isso era um ciúme louco me tomando. Só de pensar em Filippo olhando para alguma outra mulher, desejando-a ou querendo tocá-la da maneira que me tocava, meu peito se apertava numa dor quase que física.

Um carro enorme e de luxo que nos transportou até a balada e claro que meia dúzias de seguranças também nos acompanhou.

Arregalei os olhos ao ver a entrada do local e me lembrei de quando era mais nova, juntamente de Cassandra. Nós duas deitadas em meu lugar seguro, observando a lua e pensando em como seria ir até a parte animada de Capri e participar de uma dessas festas. Parecia tudo tão cheio! Algumas mulheres vestiam roupas ainda mais curtas do que as minhas e a animação em suas expressões eram nítidas.

Homens dentro das filas já buscavam flertar com elas, prontos para entrarem na festa devidamente acompanhados e aquilo me fez sorrir baixinho. Era um mundo completamente novo para mim.

Eu e Catarina não precisamos enfrentar aquela multidão e assim que nos aproximamos de uma outra entrada, fomos liberadas sem ao menos nos identificarmos. Às vezes me sentia ingênua demais, aquela mulher perfeita ao meu lado também era uma Fontana.

Mais que Negócios - Duologia Família Fontana - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora